UNIÃO SAUDÁVEL

Uma festa. Flores, alegrias, risos, manifestações de carinho, choros de alegria, enfim uma efusão de sentimentos que se estampam em cada rosto dos convidados e, principalmente na face dos noivos. Em dado momento, eles querem fugir da multidão, querem ficar a sós, revelar-se um ao outro: o carinho, a tesão.

O tempo passa, aquela emoção já não é a mesma, mas é outra estamparia que se manifesta. Tal estampa agora é de um amor mais maduro, um amor mais sereno, mais acalentador, companheiro e amigo.

Se conselho fosse bom, muitos casamentos perdurariam para todo sempre. Não é assim que funciona. Cada um é uma individualidade. Não se pode pensar que aquele clima de euforia, de ansiedade será o mesmo nos dias subsequentes ao enlace matrimonial. Não, mas adquire diferentes matizes. Estes matizes se manifestarão ao longo do tempo , e o casal deve administrar com precisão na hora certa, no momento exato de uma crise, que por ventura aconteça. Nesse momento é que se sedimenta o amor: administrar crises é uma arte.

Um homem e uma mulher se encontram, namoram, noivam e casam. Esta é a sequência de uma vida a dois. Normal. Mas é só isso? Não. Há muito mais.

A rotina logo se apresenta e o casal tem que saber driblar para não cair na monotonia. Paixão, amor, carinho, sentimentos que se misturam. O alimento constante do casal é o amor, a sinceridade, a tolerância.

Diz-se que o amor vence sempre, mas não só o amor carnal, mas o amor sentido de diferentes formas. O amor é o motor em um relacionamento, não o amor que acorrenta, que dilacera, que aprisiona o outro, mas um amor livre, amor sem fronteiras e que abre espaço à individualidade de cada um; um amor que é capaz de superar crises de uma rotina, de uma situação inusitada. Amor é saber olhar o outro como amigo, como homem e mulher, como companheiro. Sem isso não há sentido.

Em um casamento há trocas, há comunhão. Não se deve olhar como vivem outros casais, como se relacionam; olhem para dentro de vocês e se perguntem todo dia: hoje já disse à minha amada, ao meu amado que o amo, que a amo? Hoje já o beijei a beijei? Essa é uma questão que deve ser constante; esse alimento é vital ao relacionamento.

Amor também é notar as diferenças um do outro; diferenças essas que podem ser um simples olhar no penteado, na pintura , na camisa, qualquer atitude deve ser vista com alegria. Ah, a alegria, sorriso são remédios constantes, armas únicas que curam feridas, esvanecem preocupações, aliviam tensões diárias. Amar na intensidade significa ver os mínimos detalhes um do outro. Uma flor semanal, um passeio qualquer, um ato valoriza o viver a dois. Difícil, mas necessário.

Não deixem a vida apenas rolar, vivam intensamente todos os momentos, pois isso é a tônica para um casamento saudável, amigo e profundo. E, finalmente, o mais importante no relacionamento é a espiritualidade de vocês. Não se pode pensar só no TER se esquecermos o SER. Deus é o companheiro inseparável de vocês.

(Ao meu filho Émerson e minha nora Raquel - matrimônio em 28 02 2009 - felicidade sempre)