crise no Medio de Oriente.

Primeiramente submeter Gaza. Depois derrotar Hamas.

Para esta estratégia conta Israel com o apoio incondicional da maioria da sua população um esmagador 81%, com a maioria dos sindicatos e partidos políticos, da sociedade civil em geral. Mas também com o respaldo incondicional dos judeus de Estados Unidos, e o que ainda e muito mais importante com o poder econômico do famoso lobby judeu, que controla grandes médios de comunicação, assim como parte da media eletrônica e mesmo com negócios muito produtivos no mundo do cinema. Este poder de influencia se traduz em acções concretas: nas alianças EUA – Israel, no direito de veto na ONU que impede qualquer resolução contraria aos interesses israelenses, que formaliza estratégias conjuntas dos dois governos, americano e judeu, a respeito de Oriente Médio. E a maiores propicia uma campanha vem preparada, pelo ministério israelense dos Negócios Estrangeiros, sobre o resto das chancelarias do mundo ocidental. A maiores temos de acrescentar um numero de senadores e congressistas judeus que apóiam resoluções favoráveis a os interesses da comunidade judéia americana. Mas a dia de hoje esses tradicionais apoios tem sido fortalecidos pelas alianças encobertas na própria região árabe. À ameaça chii, representada por Irão e seus aliados diretos como Hizbula, tem de se somar a sintonia que este pais mantém com Síria, e a relação do movimento libanês com o palestino Hamas, a pesar de estes dous serem sunitas. Toda esta conjuntura levou desde há tempo as monarquias árabes neoliberais a considerar uma grave ameaça para a sua sobrevivência uma mudança na correlação de forças. De ai que muitos intelectuais e políticos liberais árabes desde a Jordânia passando pelo Egito levem a serio que a política israelita com o Hamas forma parte de um plano mais amplo que procura nas ultimas o isolamento e anulação do Irão.

A ainda a maiores a conivência da Autoridade Nacional Palestina representada por Mahmud Abbas, que já disputou ilegalmente o poder de Gaza contra Hamas pela força das armas.

E é que Hamas tem-se tornado um quebra cabeças, desde que em 2006 acedera a chefatura palestina, mediante unas eleições livres e transparentes, vigiadas pela comunidade internacional. Hamas representa todo o que Ocidente combate em Oriente Médio porem devemos lembrar que foi a política Ocidental que durante os anos cinqüenta e sessenta derrubou do poder tanto os movimentos modernizadores ou nacionalistas, que também representava o “nasserismo”. O mesmo Ocidente que nos anos 70 e 80, para combater o expansionismo soviético no Afeganistão alimentou e multiplicou por mil a capacidade organizativa e de ação do islamismo radical em todo o orbe. Também Israel utilizou esta táctica para debilitar a O.L.P, possibilitando a entrada em cena de novos agentes em confronto como Yihad Islâmica e Hamas, que nos anos anteriores simplesmente não existiam ou eram como muito de presença residual. Foi deste modo que nasceu o poderoso movimento islâmico radical que jura a vingança e morte do Ocidente, assim como dos seus colaboradores corruptos nos centros de poder árabe. Foi de esta forma que o islamismo se estendeu trás a derrota da U.R.R. S na guerra fria, da qual o mesmo islamismo foi um fator importante.

A política vive do momento não se preocupa em demasia do futuro, ainda que os políticos se encham a escrever relatórios a curto, médio e longo prazo. Os acertos de ontem para debilitar e derrotar um inimigo criaram as desgraças de hoje.

Talvez em nenhuma ocasião palestinos e judeus tenham tido a firme intenção de chegar a um acordo e isso se deve em grande medida a que não existe confiança mínima entre uns e outros. Os palestinos se sentem arrebatados dos mais elementares direitos, sentem que a sua pátria foi entregue aos Israelenses, como custódios com o beneplácito de Ocidente. A maioria dos judeus do todo o mundo sente que depois do holocausto, nenhum lugar e para eles o suficientemente seguro e a única maneira de preservar-se tem a ver com a volta ao que eles denominam a Terra Prometida, a Terra da que formam expulsos, segundo a historia convencional há 2000 anos. Acreditam que devem manter essa terra a qualquer preço.

Desde esta perspectiva tender uma ponte e algo quase impossível. Os bandos mais militarizados tecem estratégias encaminhadas a longa o extermínio do inimigo.

E nesse sentido que desde a morte de Isaac Rabim, nunca outra oportunidade seria de paz se presenciou na Palestina. Os acordos de paz eram redigidos de maneira a que não pudessem ser aceites. E mais tarde Ariel Sharon promulgou um plano a longa para a expulsão do total dos considerados seus adversários. De ai veio o muro, de ai se seguiu o cantão de Gaza e as subdivisões de Cisjordânia, de ai as humilhações aos residentes árabes nos centros de controle, o anexo de terras e a colocação de novos colonos em elas, as dificuldades para chegar aos hospitais, os cercos totais, as mortes de doentes por falta de medicinas, ou de recém nascidos prematuros por corte no subministro elétrica, e um longo etc. de penalidade que fez da vida do povo palestino um inferno continuo. Mas do outro lado isto era interpretado pela maioria da população israelense como necessário para garantir sua própria sobrevivência. Os atentados suicidas e os foguetes caseiros tinham gerado um pânico que também contribuiu.

Uma nova administração da luz nos EUA, da sua manobra no Oriente vai depender em grão parte sorte da Palestina, no tanto a da Israel, amigo e aliado táctico. Mas a longa se não chegar a um pronto acordo eficaz e justo para ambas populações, Israel pagara muito cara a sua arrogância. A paz segue a ser o único caminho.