CRÍTICA I

CRITICA I

Escrevo por escrever, ou melhor, até gosto de escrever, mas sem a menor pretensão de um dia ser um contista como Fernando Sabino ou um romancista como Jorge Amado. Escrevo para relaxar-me das tensões do dia a dia, descarregar a parte animal que está em todos nós. Talvez seja está a forma mais violenta que encontrei a fim de dar evasão a toda minha ira, libertando-me para está em paz com as pessoas, conseqüentemente estar em paz com Deus.

Por motivos óbvios, nunca gostei de mostrar o meu trabalho para ninguém, conscientizado que movido pela impulsão de escrever, não vou atrás das normas gramaticais ou ortográficas, muito menos de concordância verbal, portanto, para não perder o meu repentino “Estalo de Vieira” , simplesmente escrevo.

Mas como tudo na vida está fadado a encontros o seu objetivo associado ao minuto diário de bobeira, que todos estamos predestinados a ter, consenti em mostrar em mostrar algumas de minhas tortuosas linhas à jornalista Divina.

Enquanto ela lia, graças a meu sexto sentido, percebi que não gostava; lembrava eu então de Catulo da Paixão Cearense que dizia “ser o critico literário um rato de estante, pois não dando conta de criar livros, devorava-os”. Recordava-me de José Mauro de Vasconcelos com o seu “Pé de Laranja Lima”, como a critica o malhou meu Deus e o seu simplório “Zezé” o imortalizou na literatura brasileira. Na minha luta interna veio a tona também Ibraim Sued, “enquanto a caravana passa, os cães ladram”, sua saída a todas as criticas.

Silêncio. Divina não falou nada. Só silêncio. Não precisava falar nada, porque nos momentos certos o silêncio é uma profunda filosofia sem fim...

Na alegria o silêncio é a tristeza.

Na tristeza o silêncio é a aflição.

Na aflição o silêncio é a esperança.

Na esperança o silêncio é a certeza da felicidade.

Goiânia, 24 de julho de 1981.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 23/01/2009
Código do texto: T1399540
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