Saudação aos poetas.
Se estivermos nas ruas, vemos a multidão; todos imbuídos na luta em busca de algo em comum. Correm atrás da alimentação, do lazer, do prazer; são pessoas comuns e, para tais, a vida não passa de uma simples realidade. Tudo o que importa é estar em paz consigo e com os outros. Isso, se olharmos externamente a multidão; mas, se adentrarmos ao interior de cada um, notaremos tantas diferenças. Há realistas, sonhadores, sensatos, calculistas; os anormais, os homossexuais e, entre todos, os poetas. Pessoas como qualquer outras, porém, que trazem em seu íntimo a arte de fazer da solidão momentos para a reflexão criando milhões de fantasias das qualidades, amores e defeitos; muitas que, mesmo para eles, são irreais. A esses humanos, a vida é mais que uma simples rotina de cansaço e atribulações, de frustrações e harmonia; têm a ousadia de se projetarem em sonhos mirabolantes acreditando poder fazer deles uma realidade. Têm a coragem de gravá-los em poemas ou melodias tornando-os bálsamos aos amantes de obras imaginárias alusivas à realidade.
Poetas, talvez profetas de uma época demolida pelo materialismo e a insensibilidade de tantos...
Olhando a sociedade, são todos iguais. Pretos, brancos; enfim, segundo as leis, sem distinção de raça, da cor ou do sexo; no entanto, sabemos que as diferenças existem.
Aos povos de alma sensíveis, manifestem-se. Entoem seus cânticos, gritem alto; algum dia, em algum lugar, haveremos de ouvir os seus apelos.
A Noticia. agosto. 2001.