Amantes, amantes...,

AMANTES, AMANTES...

Na literatura mundial, seja no terreno das ficções como nos escritos do tipo “biografia não-autorizada”, o que exerce maior atração sobre o público leitor são as leituras picantes, de casos rumorosos, escândalos e descobertas de indiscretos deslizes desse ou daquele personagem. Neste terreno há diversas histórias engraçadas, envolvendo, como toda a piada, as diversas etnias de imigrantes.

Na primeira, depois de uma indefectível carta anônima, a mulher deu um flagra e descobriu que o marido, português tinha uma amante. À explosão inicial sucedeu-se um período de reflexão sobre as palavras machistas do homem: “Aqui tens tudo, casa, comida, carinho, por que impedir que eu me divirta um pouco?” Anestesiada pelo relativo conforto, a mulher concordou. Um mês depois, num restaurante encontram Joaquim, um amigo, também luso, com uma moça. “Quem é aquela?, pergunta curiosa a mulher. “É Teresa, a amante de Joaquim, pois!”. A mulher incontinenti exclama “Ah, A nossa é mais bonita!”

A segunda história nos relata as aventuras de dois judeus, sócios na mesma loja. “Saul, nós prrecisa arrumar un amánte, mulherrzinha carrinhosa, só nossa... Todo mundo témm!” O outro responde: “É Jacó, mas un amánte darr trrabalho, gasta dinheirro!” É, mas quem sabe - aduz o outro - se nós arrruma una amánte em sociedade?”. E assim foi.

Um dia para um, outro dia para o outro, e lá iam se arrumando os dois, sócios até no amor. Depois de um ano a moça teve um filho. Esperto, Saul induz o sócio Jacó a empreender uma viagem ao exterior. Quando nasce o bebê, Saul manda-lhe um telegrama: “Jacó, vem depressa! Nossa amante teve gêmeos. O meu nasceu mórrto!”

A terceira não foge à linha. O gringão, parece que lá da Serra, descobriu que a filha solteira saía com um homem casado. A moça decidiu enfrentar o pai: “Ele é meu amante, pronto!”. O pai ficou uma arara de zangado e decidiu, como todo hipócrita, botar a filha para fora de casa. “Não tem importância, disse a jovem, ele me dá tudo, além de uma mesada de doze mil reais, igual a um deputado ou um magistrado!”.

O homem parou, pensou e perguntou: “Mas ele é o quê?” “Amante! Amante!, disse a moça aos gritos”. E quanto ele te dá por meis? “Doze mil reais!”, tornou a jovem. “Ah!, disse o gringo, num largo sorriso, minha filha, desculpa esse pai ignorante, pode ficar em casa, não tem problema. Eu pensei que era protestante. Fica e arruma um emprego assim pra tua mãe.”