... EUFORIA DO ANO NOVO

... EUFORIA DO ANO NOVO

A chegada do Ano Novo é sempre motivo de alegria, para os que teoricamente estão sem nenhum problema e sempre acompanhado dos rituais de toda a sorte. Lentilha, carne de porco, (frango nem pensar, é atraso de vida), mas, como não raciocinam, não percebem que o frango seria o ideal de se saborear, afinal, o ciscar para traz, significa que o mesmo está limpando o caminho, garimpando novas coisas para comer e normalmente, anda para frente. Porém, como a cultura está impregnada e o medo do pior acontecer, é melhor não contrariar a tradição e comer o porco que vem acompanhado de uma série de possíveis doenças que podem inclusive, levar a morte.

Afora isto, a bebedeira é o ponto alto e as promessas, parece não caber numa única folha de papel ou na mente. Concomitantemente, seguem-se mais rituais; vestir branco, amarelo e etc. Ah, pode ser indispensável vestir ou marcar de alguma forma as cores dos orixás que regerão o ano. Pular ondas, tomar banho de sal grosso e outras tantas parafernálias prometem garantir um ano de sucessos. Se assim fosse, é certo que não teríamos a pobreza rondando a nossa volta e cada vez mais desgraçados andando pela vida sem saber o que fazer ou aonde ir.

Mas é Ano Novo, vida nova, esqueçamos o que aconteceu no Ano Velho, não importa mais as guerras insanas, o caos da saúde, o aumento constante da criminalidade, as falcatruas dos legisladores e demais governantes, (que não param de agir, seja na véspera ou no primeiro dia do Ano Novo, no entanto é melhor acreditar que tudo vai mudar, como num passe de mágica, depois de trezentos e sessenta e cinco dias do ano anterior tudo poderá mudar ao estourar do champagne e fogos de artifício, (verdadeiros shows pirotécnicos), que fazem a mente vagar e esquecer mesmo que por um momento, as dores mais profundas da alma. É Ano Novo!

Gente se comprometendo a deixar de fumar, beber, usar outras drogas, reconciliar com a família, arrumar um emprego ou trocar, comprar um carro e por aí vai. Porém, muitos, todo o Ano Novo fazem a mesma coisa, porque ao longo do ano que passou, não conseguiram cumprir consigo mesmo aquilo que prometeram. No entanto, na véspera e na noite mais do que feliz, tais promessas são mais do que reais e verdadeiras.

O que o Ano Novo tem de bom, diferentemente do natal, é que até o mais desgraçado consegue por um osso para assar e uma boa garrafa de vinho barato ou cachaça já dá uma grande festa. No Ano Novo, por incrível que possa parecer, as desigualdades sociais quase desaparecem afinal todos estão partilhando de um sentimento comum. VIDA NOVA.

E novamente vem o papa desejar ao mundo paz, prosperidade e blá, blá, blá, blá. E no raiar do novo dia ou ainda pouco depois há que se deparar com a dura realidade. As guerras continuam, a saúde continua um caos, o crime se expandiu ainda mais durante as festividades, os legisladores e governantes já armaram um circo para se dar bem, não conseguiu vencer o vicio do cigarro, nem da bebida, a família não aceitou a reconciliação, o emprego vai demorar mais um pouco, o carro também e assim por diante. Então eu pergunto, onde foram parar todos aqueles rituais que garantiam sucesso e prosperidade? Na verdade, não existe nenhuma garantia, mas o homem precisa se apoiar em algo, mesmo que no imaginário para sentir coragem mesmo que momentânea de que tudo vai mudar. Mentira! E sabe por quê? Porque as pessoas têm muita dificuldade em mudanças, em encarar desafios e até mesmo romper com velhos hábitos, mesmo que nocivos.

Mas o que fazer? Parar de usar máscaras, de mentir pra si mesmo, de projetar expectativas, de colocar a felicidade no que está fora ou muita vez longe do alcance, buscando dentro de si mesmo as respostas com auxilio Divino e viver mais a realidade do que fantasiar em cima do que não tem como fantasiar.

Com relação ao Divino, este será o último a ser convocado, pois, lá no natal já o ignoraram, não seria diferente agora, primeiro acreditemos em nossas forças, nas cartas, nos búzios, no guru, no pai de santo e assim sucessivamente, aí, quando mais nada der certo, então chama-se a Jesus e quase nunca se pede no mínimo desculpas por não ter sido Ele o homenageado no natal. Mesmo assim, ainda há um tempo de espera, vem o carnaval (vale a carne) e depois a quaresma, mais uma armação da igreja Católica, que tentam confinar seus fieis em confissões e arrependimentos intermináveis para lembrar e venerar aquele mesmo Jesus, O Cristo, O Messias, que foi quase que completamente ignorado no “dia” do seu aniversário. E assim segue a “humanidade” ano após ano, século após século. Quando será o fim de tudo isto?

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