Amor vitual ou síndrome de Peter Pan e de Cinderela?
“Ela quer encontrar o príncipe encantado, casar, ter filhos e ser feliz pra sempre. Ele quer bagunça, festa e foge da responsabilidade...”
Hoje viajei na maionese e resolvi misturar dois assuntos: Amor virtual e síndrome de Peter Pan e de Cinderela. Será que eles têm alguma coisa em comum?
Como não entendo nadica de nada sobre o assunto, achei na net uma entrevista da psicóloga Luziene de Carvalho Caruso que dá a seguinte definição para essa problemática:
“A menina quer ser salva e protegida da inveja da bruxa, da madrasta e o menino quer aventura, descobertas e viver o aqui e o agora. O problema acontece quando a menina cresce e acredita que existe um homem perfeito, que um dia ela vai encontrar e ser feliz pra sempre com ele. É um dos sinais que demonstram que a mulher tem o complexo de Cinderela. Na versão masculina da síndrome, aquele menino vira homem, mas só vive o aqui e o agora. Ele só quer aventuras e tem a necessidade de mostrar o seu poder. Para ele, o relacionamento com uma mulher é uma grande brincadeira.”
No final da matéria, Luziene ainda exclarece:
“É claro que existem exemplos ao contrário. Mulheres que só querem aventura e não querem se ligar a ninguém e homens que sonham em encontrar a princesa”.
Quer viajar na maionese comigo?
A própria realidade mostra que perfeito só existe Deus.
Mas, quem pensa nisso quando navega nesse mundo virtual?
No fundo no fundo, você não sonha com um homem romântico que escreva poesias; inteligente, culto e intelectual que derrame conhecimento pelos poros e através do teclado; sedutor que encante a todos que o conheçam; que goste de tudo que fazemos e escrevemos; que nos elogiem e nos paquere; que apareça do além só porque nos viu on-line?
E com injeção na testa, quem sonha?
E que homem não deseja uma mulher sensual, sexy, sedutora? Uma mulher que os veja como o seu príncipe encantado e não reclame de nada? E, é claro, façam sexo criativo e livremente, 24 horas por dia? Sem nada em troca?
Agüentar TPM, quem quer?
Claro que há exceções entre os homens e mulheres, mas esse texto é para a maioria.
Em comum, todos têm suas fantasias e a Internet acabou virando um canal para sua realização.
O alarmante tem sido os casos de relacionamentos reais desfeitos por causa de envolvimentos virtuais. Sejam eles concretizados ou não.
O que não é novidade já que vários livros e filmes falam sobre esse tema. Mas, que fascínio o desconhecido e provável nos causa!
Tirando os impulsivos e tresloucados, quem largaria sua vida profissional, sua casa, sua família (excluo aqui cônjuges e afins), sua cidade, seu estado ou seu país para se aventurar a viver com um amor virtual?
Aposto que você pode me citar uma dúzia de casais que se conheceram na net e permanecem juntos. Em contrapartida conheço outros tantos que estão se separando, porque depois da net o “casamento” perdeu o encanto.
“Sabe, não nos completamos mais!”; “Ele não me entende, não me vê.”; “Nossa, ela não gosta de sexo”.
Isso, sem falar nos casos de estupros, pedofilia e de mulheres, sentimentalmente destroçadas, que voltam de mala e cuia de suas aventuras amorosas.
Se me disser que é um desses casais “virtualmente apaixonados” e que até já foi conhecer seu amado(a) pessoalmente. Então te pergunto: vocês estão juntos, ou é um amor casual?
Tipo ponte aérea: quando dá um vai à cidade do outro. Nada muito sério. Afinal, você já teve algo sério e agora quer “liberdade”, e variar é preciso.
Mas, se você não for uma dessas raras pessoas “bem resolvidas”, ou cliente de “carteirinha” de um divã - quem sabe até da doutora Luziene de Carvalho -, você acha mesmo que vai aturar essa situação por muito tempo?
Quem gosta de verdade quer estar junto, compartilhar a vida e os momentos, tem ciúmes, não quer ser mais um(a), fica inseguro, quer um abraço num dia de TPM, um ombro para chorar, olhar olho no olho, enfim, essas bobagens todas que você conhece e está evitando.
Hummm!
Essa foi a razão que te levou a optar por relacionamentos virtuais? Individualidade?
Não!
É por falta de “disponíveis” no mundo?
Mas, se você passar a maior parte do seu tempo aí na net, como alguém pode te encontrar?
Está difícil sair por causa da violência, falta de grana, falta de confiança, etc, etc....
Entendo.
Eu tenho os mesmos medos.
Mas, ainda acho que não vale a pena trocar a realidade por uma quimera.
Porquê, meu amigo, Amor é Amor e pronto.
Isso inclui todas as mazelas do dia-a-dia.
Então, conheça alguém, apaixone-se, assuma seu amor, casem-se, vivam juntos, sei lá.
Mas viva de verdade.
Mas se for só pra escrever que ama e chamar alguém de amor.
Desista! Cresça!
Exclua os contatos, apague os recados, delete os e-mails.
No meu caso, esqueça.
Estou fora!
Puxa, ainda vou ser psicóloga!
O que você acha?
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
leia a matéria na íntegra: http://www.acessa.com/mulher/arquivo/versao/2006/02/03-sindrome/