O futuro à Deus pertence...
Tenho acompanhado com apreensão os sucessivos problemas que os trabalhadores encontram, quando dependem de perícia médica junto ao INSS. O que nos deixa transparecer é que, em função da falta de recursos disponíveis para pagamento de benefícios por este órgão, alguns trabalhadores estão sendo periciados de maneiras superficiais e devolvidos às suas empresas de origem sem a mínima condição de desenvolverem suas atividades profissionais.
Casos em que é visível a falta de condição para o trabalho e mesmo assim os peritos do INSS atestam o contrário. Cabe aqui ressaltar que se este órgão, esse verdadeiro poço sem fundo, em se tratando de recursos, não está com suas reservas financeiras suficientes a amparar os trabalhadores que lá se socorrem, não é por culpa desses contribuintes e sim pela total falta de controle, falta de administração e acima de tudo por um mal maior que é a corrupção instalada e enraizada nessa instituição.
Aposentadorias irregulares, com valores estratosféricos adquiridas de maneira fraudulenta ou mesmo com amparo de medidas judiciais, corroem as finanças dessa instituição, determinam um déficit anual incalculável, enquanto nós trabalhadores vemos com tristeza em nosso contra cheque os descontos destinados ao INSS, que jamais retornam em benefícios, o que deveria ser uma constante, já que é para isso que este órgão existe, para que o pobre trabalhador encontre amparo num momento de dificuldade.
Sucessivos governos têm demonstrado interesse em tentar resolver esse problema, mas até agora ninguém se dignou a por realmente o dedo na ferida aberta, que é a concessão de aposentadorias irregulares a uma minoria privilegiada de nossa população.
Enquanto a maioria que realmente necessita de amparo, de recursos para se manterem depois de terem contribuído por uma vida inteira, ficam sem ter a quem recorrer, outros conseguem de maneira fácil e rápida uma excelente aposentadoria, depois de alguns anos de trabalho.
É realmente lamentável que nós trabalhadores tenhamos que temer por nosso futuro, já que, a continuar essa farra com o dinheiro do INSS, nenhum de nós, que agora estamos em idade produtiva, contribuindo mensalmente, poderá contar com uma aposentadoria digna, pois impreterivelmente esse órgão não conseguirá, por mais que arrecade milhões, nos conceder esse benefício em quinze ou vinte anos.
Levando em consideração que a expectativa de vida do brasileiro aumentou e muito nas ultimas décadas, que deixamos de ser considerados um país de jovens, que temos uma população de idosos cada vez maior, que está aprendendo a viver, a se cuidar melhor, o problema só tende a piorar, pois cada vez mais pessoas procurarão esse órgão buscando aposentadoria, o que nos leva a crer que nos tornaremos os país de velhos, velhos e desamparados.
Adilson R. Peppes.