OS REFLEXOS DA QUEBRADEIRA
Todo início de ano é assim.
Em época de festas parece que a sociedade entra em transe, aonde a conjugação do verbo comprar se torna compulsiva. Acho que inconscientemente é uma época que fugimos das realidades, porém logo mais as faturas chegam nos mostrando que a fantasia acabou.
É chegada, portanto, a hora de pagarmos pelos sonhos.
No final do ano passado, infelizmente, nos deparamos com a quebra do sistema financeiro internacional, e embora em plena aura natalina, houvesse intensa preocupação com o futuro econômico do mundo, o consumo popular não regrediu.
O ano novo chegou, e a vida paulatinamente volta à realidade.
O panorama financeiro internacional pouco mudou e infelizmente mais um conflito no oriente médio une as nações para um socorro solidário, em meio às tantas dificuldades, de toda ordem, que se espalham pelo planeta. Tive relatos de amigos próximos, de que nossos cumpadres lá de cima estão diminuindo até o número de refeições por dia, e apostaram todas as suas fichas no Obama.
O mundo é algo deveras real.
Mas o que me chama a atenção são as já esperadas liquidações.
O comércio de artigos mais onerosos e supérfluos é o que mais liquida. E é impressionante de se ver aquelas imagens mostradas pela televisão, dos japoneses no "after day" das festas comprando sacolas fechadas, portanto de produtos desconhecidos. Aquilo para mim configura o cúmulo frenético do consumismo.
Não entendo adultos compulsóriamente consumindo sacolinhas de surpresas...lembro-me disso apenas no meu tempo de criança.
É nesses tempos de liquidações que nos damos conta das gorduras dos preços, que chegaram a cair setenta por cento em alguns produtos, porém como já relatei , nos artigos que não são de primeira necessidade.
Na minha primeira compra de supermercado do ano, me assustei com o custo dos gêneros alimentícios.
Há uma FAMOSA rede de supermercados aqui de São PAulo que na cara dura anuncia aumentos de cinquenta por cento como OFERTAS.
É bom que se diga...mas nem quem NÃO conhece preços consegue se convencer!
Portanto, se aliarmos as dificuldades financeiras, as chuvas e a entre-safra de grãos, provavelmente os reflexos da crise na alimentação continuarão a inflacionar os preços pelo país.
E janeiro começa com os antigos impostos, mais altos do que nunca. Um que inflacionou bastante foi o seguro obrigatório dos automóveis, que por aqui está quase "cem reais por cabeça" Que maravilha!
Acho caro, principalmente quando o transformamos em percentagem do IPVA, e justo em época de dificuldade para se adquirir e manter um carro mais novo, e num momento de superlotação nas concessionárias que precisam desovar os estoques.Não é paradoxal? Ah sim, e agora com a inspecção veicular (que acho mais que justa para o meio ambiente), mas direcionada para a frota mais nova (carros a partir de 2003), que são os que menos poluem. Deveria ser para todos, para frota de fora e apra os carros do poder público muitas vezes em situação lastimável. E primeiro se paga.Depois se discute a devolução da taxa, caso o automóvel esteja em ordem.Não deveria ser o contrário?
Portanto tenho minhas dúvidas se realmente os homens que mandam tentam aliviar os bolsos de quem produz...como andam dizendo por aí.
Feliz taxas novas para todos. Ao menos para os paulistanos.Vamos às contas.
E deixemos a vida nos levar...no bico, isso sim!