(IV) 3. CRISTO, O NOSSO EXEMPLO.
"AGRADA-ME FAZER A TUA VONTADE Ò DEUS MEU" [SALMO 40: 8.]!
Texto básico Mateus 4:1-11 / Lucas 4:13.
Estava eu pregando a palavra do Senhor dia 05/10/08 na igreja pastoreada pelo meu amigo PR Reginaldo dos santos Victorino, quando citei o texto de Mateus 4, naquela hora o Espírito Santo falou-me: "Separes um tempo para leres na minha presença este texto". Li Mateus 4:1 a 11, e de fato o Espírito santo falou comigo enquanto eu lia: "Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto" [Mateus 4:1] Preste atenção não somente em que deserto é um lugar sem vida, árido, solitário, lugar de morte, de provação, mas lugar onde o milagre pode acontecer e a vida ser gerada. O guia que levou o Senhor Jesus ao deserto é a aquele cujo ministério é nos levar a toda verdade, aquele que nos assiste em todas provações, por isto amado caminhemos juntos nesta revelação.
Considere que as tentações sofridas por Jesus no deserto, são um precioso guia, um manual valioso para pautarmos nossa conduta.
"Assim como é o Senhor, somos nós neste mundo" [I João 4: 17], isto é muito forte!
A segunda e a terceira tentações parecem ter respostas obvias (a ordem em Mateus não é a mesma de Lucas), é claro que ninguém tem o direito de abandonar o Senhor e adorar o diabo, mas como entender a primeira tentação?
NOSSOS DIREITOS
Uma pessoa tem o direito de prover suas necessidades diárias utilizando as habilidades pessoais dadas a ele por Deus?
Alguns dizem que o Senhor recusou-se a fazer (transformar as pedras) pão porque Ele nunca usaria suas habilidades (poderes divinos) em beneficio próprio, agora quem dentre nós interpretaria a palavra de Deus que diz: “Nem só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor, disso vivera o homem” [Deuteronômio 8:3] com significando que uma pessoa não tem licença para prover seu próprio sustento seu próprio alimento?
Sejamos honestos, certamente poucos, e eu não me incluiria entre estes. Para entendermos a resposta de nosso Senhor obviamente necessitamos focalizar mais nitidamente na pessoa de nosso Senhor e Salvador.
Na ocasião em que a grande decisão sobre a vinda do Senhor a esta terra foi tomada Ele falou: “Eis aqui estou para fazer, ó Deus a tua vontade” [Hebreus 10: 7]. Durante muito tempo entendi esta declaração como significando “Eu vim para morrer na cruz” hoje creio que isto é apenas parcialmente correto. O que o Senhor queria dizer exatamente aquilo que Ele disse Ele veio para fazer a vontade de Deus, mesmo que para isso fosse preciso ele morrer na cruz ou qualquer outra coisa. Quando Deus criou esta terra e aqui colocou Adão como seu representante e o fez a Sua imagem e semelhança. Tal semelhança deveria ser expressa por uma harmonia completa entre as ações de Adão e a vontade de Deus, Adão, em nada deveria desviar-se da vontade de Deus, era assim que Deus desejava que fosse. Que diferença do modo como tudo veio acontecer! Então, após Deus ter testado completamente o homem, quando já havia abundância de evidências de que não existia ninguém que fizesse a vontade de Deus, o Senhor Jesus pronunciou as palavras que acabamos de citar. Ele seria aquele que faria a vontade de Deus. Ele a cumpriria até mesmo nos mais ínfimos detalhes de sua vida, em suas ações, em Sua fala, em Seus pensamentos, em tudo Ele havia prometido fazer a vontade de Deus, inclusive no que dizia a respeito da cruz e de Sua morte nela.
Disto, satanás parecia ser conhecedor ao menos ele, imediatamente se esforçou para tentar fazer tropeçar o Senhor Jesus. Que maneira mais sutil que a de vir com uma sugestão legitima que aparentemente, nada tinha de mal, mas que na verdade intentava roubar a Deus Sua gloria. Afinal, não é verdade que se utilizar das habilidades dadas por Deus para prover as necessidades da vida é considerado uma virtude? Não se tratava de vangloria, pois o Senhor encontrava-se totalmente só. Não se tratava gula, pois após quarenta dias de jejum, a alimentação é uma necessidade essencial á vida. O uso das habilidades que Deus nos dá de modo útil, honra a Deus por que então o Senhor não seguiu a sugestão de satanás. Faço estas perguntas, pois estou convencido de que muitos de nós temos falhado em circunstâncias similares, quando tudo parecia fácil, e o fizemos, e o realizamos segundo a nossa capacidade, e necessidade, sem jamais imaginar que fora exatamente isto que nos levou a derrota. Sabemos que o Senhor não fez o pão, ou seja, não satisfez suas necessidades, não fez a sua vontade, mas a de Deus.
Para que o Senhor pudesse cumprir Sua promessa ao Pai de modo adequado, ele continuamente, tomou o lugar de homem dependente.
Todas as manhãs Seus ouvidos estavam alertas ao comando de Deus. [Isaias 50: 4]
De manhã ele orava a Seu Pai [Salmo 5: 3 / Salmo 88: 13 / Marcos 1:35]
Em tempos dificultosos Ele não se desesperava e orava [Mateus 14: 23 / Lucas 6: 12].
O Senhor Jesus mantinha-se em constante comunicação com o Pai isto é instrução valiosa para nós, se Ele que é Deus, mas que voluntariamente havia tomado a forma de servo [Filipenses 2: 6] carecia desta constante comunicação em busca do conhecimento da vontade soberana para se capacitar a andar nesta terra fazendo a vontade do Pai como havia prometido que faria, quanto mais nós necessitamos desta comunicação? Deste conhecimento? Não nos esqueçamos que devemos ser como Ele é! Nos também devemos fazer a vontade de Deus em tudo e a toda hora, nada aquém disto! Se sentirmos inclinados a dizer: “Não posso” então devemos nos lembrar que o Espírito Santo habita em nós, e está sempre pronto a nos guiar todas as vezes que O busquemos para as respostas.
Voltando ao texto vejamos outro aspecto. O Senhor respondeu a cada uma das tentações com uma citação das escrituras sagradas. Embora tenhamos expressado surpresa diante da primeira delas, entendo que a repetição contínua das escrituras nos fornece a revelação que é a chave para vermos que o Senhor conduzia Sua vida que era baseada na Sua comunicação com Deus, e a palavra de Deus era a fonte primordial para conhecer a vontade de Deus. Toda ação que Ele iniciou ou deixou de fazer foi baseada no conhecimento que ele tinha das escrituras sagradas. Isto requeria além de submissão, disciplina para estudar e coração de discípulo para aprender e isto tudo nós dá um profundo conhecimento das escrituras sagradas e não um menos profundo desejo de agradar, obedecer ao Senhor em tudo não é?
Amados se o Senhor que é o autor das escrituras tinha este nível de zelo imagine o quanto devemos nos dedicar a leitura, ao estudo e a pratica das escrituras sagradas, precisamos ler inúmeras vezes para aprendermos tanto das escrituras quanto for nossa capacidade. Será que lemos a palavra de Deus o suficiente para podermos diariamente, fazer apenas a Sua vontade? Conhecemos não apenas os mandamentos de Deus, mas também os Seus desejos para aquelas coisas que apenas serão descobertas pelos que fielmente buscam a Sua vontade.
Agora a resposta do Senhor a primeira tentação torna-se muito mais clara. As palavras do Senhor assumem sentido o que Senhor disse foi: “Minha vida não depende meramente de pão, minha vida depende, primeiro das instruções que eu recebo do Meu Pai, o pão pode ser fisicamente necessário, mas se Deus não instruir a prove-lo, eu perderia a preciosa harmonia que gozo com Ele, meu desejo é fazer a Sua vontade, e como Ele ainda não falou a respeito disto esperarei a Sua palavra”.
O amado irmão deseja saber o tipo de exemplo pratico que recebi disto tudo? Esta tentação pela qual passou o Senhor instrui-me acerca da liberdade cristã, o cristão possui liberdade para agir do modo como melhor lhe parece? Todos usos das habilidades dadas por Deus seriam necessariamente do Seu agrado? Fazer o que nos parece melhor seria de fato o melhor caminho a seguir? A estas perguntas importantes a primeira tentação de Cristo nos fornece o exemplo devo ser sempre dirigido pela palavra de Deus se desejo andar conforme a Sua vontade. Isto se concerne a nossa conduta coletiva dentro da (assembléia) igreja.
O cristão não esta sob a lei. Isto significa
1º. Que ele não esta ligado á lei do Sinai (sua vida deve ser conduzida pelo Espírito Santo, e os resultado disto serão bem melhores do que o que seria alcançado por guardar a lei)
2º. Também significa que o cristão não enxerga o Novo Testamento como um volume de permitidos e não permitidos, pode ou não pode, ao contrário ele busca no Novo Testamento , os desejos de deus que não estão expressos por “faça ou não faça”. É exatamente porque o Senhor usou a palavra de Deus de tal modo que Deuteronômio 8: 3 pode lhe guiar. Ninguém poderia dizer que se tratava de um mandamento para não se fazer pão, ao contrário tratava-se de uma instrução que nos diz o realmente tem valor. Sua conseqüência para o Senhor foi não fazer pão já que Deus não lhe havia dito para fazê-lo. Direção semelhante deveria ter para nós. Embora tenhamos nossas habilidades e liberdades, devemos estudar a palavra de Deus se desejamos conhecer Seus desejos, especialmente aqueles não expressos sob a forma de mandamentos.
Davi constitui um lindo exemplo. enquanto adolescente, ele buscou a vontade de Deus que não estava expressa nas determinações, ele havia lido em Deuteronômio 12: 5-6, que havia um lugar onde Deus poria o Seu nome. Ninguém em Israel havia perguntado onde seria este lugar, nem Deus tão pouco havia dito nada além daquilo, Silo havia sido abandonada, mas onde seria aquele lugar escolhido por Deus? Este pensamento ocupava a mente de Davi, tirando-lhe o sono. Enquanto pastoreava as ovelhas em Efrata [Salmos 132] Deus vendo o desejo de Davi de fazer a Sua vontade, chamou-o de: “Um homem segundo o seu coração” [I Samuel 13; 14] ou homem que lhe agrada. Isto me ensinou que se desejo ser um homem segundo o coração de Deus meu desejo deve ser descobrir a vontade Dele, não apenas em Seus mandamentos, mas em tudo que Ele deixou registrado em Sua palavra. Como estou livre das garras do pecado que essencialmente, consistia em fazer minha própria vontade, gozar de minha liberdade. Agora estou livre para fazer a vontade de Deus. O Espírito Santo que vive em mim guiar-me-á. Enquanto eu lhe entregar o controle gozarei de uma liberdade jamais experimentada por aqueles que não estão em Cristo “Onde está o Espírito do Senhor, ai há liberdade” [II Corintíos 3: 17-18]. Então, e somente então, poderei ter minha esperança de cumprir as expectativas que Deus tem para todos aqueles que são libertos pelo precioso sangue de Jesus.
Estes pensamentos assumiram um significado especial dentro do contexto de liberdade cristã. Talvez todos nós já tenhamos nos perguntado “O que pode estar errado com isto que tenciono fazer ou não fazer”. Quando assim questionávamos, buscávamos nossa liberdade pessoal. Como fica esta orientação em comparação ao enfoque do Senhor Jesus? O Senhor teria respondido do modo como fez se tais perguntas estivessem em Sua mente? Que enorme diferença entre buscar a vontade de Deus e buscar os limites até onde podemos ir! A primeira orientação guiar-me-á aquele que me amou, a segunda na melhor das hipóteses, não me aproximará nem um pouco mais Dele ao contrário, infelizmente distanciar-me-á ainda mais de Deus. A eventual falta de entendimento da minha parte na busca da vontade de Deus nunca me levará para longe do Senhor, enquanto que um julgamento errôneo na busca da liberdade, geralmente me conduzirá para mais longe Dele. Não foi isto que aconteceu com Israel, Que quando buscaram aquilo que lhes parecia correto caíram nas piores formas do mal? Foi esta orientação que causou tais males.
Cheguei a seguinte conclusão: duas pessoas estão fazendo a mesma coisa, uma delas busca a vontade de Deus, mas não entende perfeitamente os pensamentos de Deus [II Samuel 6:3]. A outra busca a sua assim chamada liberdade cristã, que a arrastará para longe de Deus, a primeira irá pela graça de Deus encontrar o compasso certo do pulsar do coração de seu Salvador. Não se trata do que está sendo feito (não estou dizendo que isto não seja importante), mas, sim de qual é a motivação do coração que esta levando alguém agir do modo que age. Considerando tais fatos, seremos cuidadosos em almejar a vontade de Deus ao invés de buscar nossa própria liberdade, nosso único desejo será conhecer aquilo que agrada e honra a Deus.
Após ter dito isto, devo reconhecer que eu assim como outros, ainda tenho muito a aprender. Entretanto, tal deficiência jamais deveria levar-me a rebaixar o padrão divino, nem tão pouco mudar meu desejo de ser como meu Senhor “Que, sendo em forma de Deus, não teve como usurpação ser igual a Deus, mas a si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo...” [Filipenses 2: 6-12] Isso somente me estimula a orar para que tais coisas possam ser realizadas em enquanto ainda estou aqui (terra) para honrá-lo no lugar onde (terra) Ele foi rejeitado. Espero que esta também seja a tua esperança e também a do povo de Arraial do Cabo – RJ aos quais dedico os esforços do meu ministério, oremos uns pelos outros!
Arraial do cabo 10/01/2009.
by valdezz