FAIXAS DE GAZE

Faixas de Gaze

Jorge Linhaça

Faixas de gaze envolvem feridos,

envolvem corpos agora sem vida

pulsa no pulso a ira incontida

explodem bombas, ferindo aos ouvidos.

Não amigos, não é coincidência nem trocadilho, as faixas de gaze que utilizamos em nosso curativos tem seu nome originado exatamente na cidade de Gaza, onde esse tipo de tecido foi fabricado por muito tempo. A palavra chegou a nós pelo francês homógrafo, gaze.

Por mais que eu tente não pensar no assunto, para mim tem sido impossível...fico aqui analisando historicamente o conflito, coisa que obviamente a liderança do PT é incapaz de fazer talvez por falta de inteligência ou por pura negligência, ou mesmo por má fé. O fato é que o tal Ricardo Berzoini perdeu uma grande oportunidade de ficar calado ao invés de defecar pela boca. Ele e seu escudeiro, o sr Pomar, que deveria mudar seu nome para Horta, pois combina mais com suas abobrinhas.

O assunto é por demais sério e delicado, e não se pode encará-lo como um fato isolado e nem baseado em achismos.

É preciso retroceder no tempo, ao ano de 1948, quando, após os judeus começarem a adquirir vários terrenos na região onde hoje fica o Estado de Israel, o Império Britânico teve a idéia , reconhecida depois pela ONU, de dividir o protetorado da Palestina em dois Estados Independentes. Talvez o desenho Geográfico não tenha sido o melhor, já que a Palestina ficou divida em duas partes, com Israel ao centro.

Pouco tempo depois todas as nações árabes se uniram em um ataque bélico ao Estado de Israel, sendo sumariamente derrotados. Na década de 60 uma nova tentativa de invasão/destruição de Israel, desta vez Israel além de derrotar as outras nações envolvidas agregou ao seu território a Cisjordânia e a Faixa de Gaza.

Para buscar o fim das centenas de confrontos, Israel foi restituindo os territórios através de acordos de Paz...A faixa de gaza foi devolvida cerca de três anos atrás. A saída dos colonos Judeus , que deixavam para trás uma vida de trabalho em fazendas produtivas foi comemorada pelos palestinos com "festa" e a destruição de tudo que havia sido construído pelos judeus.

Com a devolução da faixa de Gaza, esperava-se que a paz fosse restabelecida e os ânimos serenassem, ao invés disso o hamas iniciou uma guerra civil na região, perseguindo e matando os membros do Fathas, que tiveram de fugir da região.

É bastante interessante separar bem as coisas...a Nação palestina não se restringe à faixa de Gaza como querem fazer crer os oportunistas anti-semitas de plantão. As demais regiões da Palestina e demais nações árabes tem convivido em relativa paz com os Israelenses.

Infelizmente, para o Hamas, PAZ é uma palavra que não existe em seu dicionário; oras, se como palestinos perseguiram e mataram os próprios palestinos, imagine o que não fariam contra Israel?

Seria também muito interessante lembrar, apesar de que as pessoas preferem só se lembrar do que sirva para sua projeção pessoal no momento, que os mesmos "pobres coitados" que aparecem na televisão de todo o mundo chorando seus mortos, são os mesmos que comemoravam com salvas de tiros cada atentado terrorista contra Israel...essas imagens todos esquecem...ou fingem que não existiram...

Para mim, mais chocante que própria guerra é ver movimentos, ditos pacifistas, demonstrarem claramente que são tendenciosos bradando contra a "invasão" da faixa de Gaza e cirurgicamente omitindo a responsabilidade do Hamas.

Qual interesse eles teriam nisso eu não sei, mas por certo soa muito estranho o seu brado com a desculpa de que defendem os mais fracos...mas não se manifestaram contra nenhuma outra guerra específica até agora....muito estranho...

Se formos seguir a linha de o mais fraco está certo, temos que soltar a grande maioria dos criminosos que estão em nosso presídios...qualquer crime de menores de idade deve ser deixado de lado pois são vítimas da sociedade, e por aí afora...

Passam a ser criminosos apenas os que tem armamento pesado...

Toda guerra é condenável, todo ato bélico deveria ser evitado, mas não me venham dizer que quem revida é pior do que quem provoca...

Tornar invisíveis as partes dos fatos que não nos trazem vantagens é como querer cobrir os olhos dos outros com bandagens de gaze...

Podem culpar, ao seu bel prazer, Isaque e Ismael pelo conflito, cada livro sagrado trás a sua versão própria dos fatos...

Podem culpar Elohim ou Alah , mas o fato único e real é que o culpado das guerras é o próprio homem...

Enquanto as nações unidas fingirem não ver os atos terroristas, de olho no petróleo das nações árabes, jamais vai haver uma solução para esse conflito.

Por que os conflitos étnicos em países pobres são sumariamente ignorados pela mídia e pelos pseudo-ativistas dos direitos humanos ?

Onde estão as câmeras de TV e as notas "oficiais " nessas horas ?

Vamos sim lutar pela paz EM TODOS OS LUGARES, e não só naqueles em que podemos ter "ibope".

Vamos condenar o terrorismo ao invés de nos omitirmos.

Onde estão os defensores da PAZ e suas notas oficiais quando morrem, aqui, no Brasil milhares de jovens na guerra do tráfico? Ou será que não dá "ibope" ou não é de bom tom provocar os traficantes?

Provavelmente a bandeira que levantariam seria contra a polícia ao invés de contra os traficantes.

Enfim, cada qual age como melhor lhe apetece ou de acordo com os interesses que tem...

Quando tivermos organizações mais preocupadas em defender os Direitos Humanos do que aos "Direitos dos Manos"poderemos nos considerar pessoas sérias.

A PAZ é coisa muito séria para ser tratada como moeda de mídia...é muito séria para ser tratada para projetar a imagem de uma ou outra pessoa sempre presente neste ou naquele evento mas sempre avessa a um debate qualquer.

A PAZ se conquista com diálogo, com debate, e não com a falta de argumentos.

Não com a tomada inamovível de posições.

Quem pretende pregar a Paz dessa forma, por certo equivoca-se crendo ser um real mensageiro dela.

Fechem-se as bocas dos interesseiros

silenciem-se os canhões da hipocrisia

Lute-se pela PAZ , não por dinheiro,

Lute-se pelo amor verdadeiro

pois a PAZ é luz, não mercadoria.

Jorge Linhaça

Arandu, 8 de janeiro de 2009