Redenção

PALAVRAS DE VIDA

O AMOR DE DEUS

Pr. Th. D. Serafim Isidoro.

"Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". - Jo. 3.16.

O fato contundente de Deus dar o Seu Filho unigênito como dolorosa propiciação pelos nossos pecados, concedendo assim a salvação a todo o que Nele crê, não nos é perceptível, intelegível ou racional, senão quando imbuídos de uma fé que ignora circunstâncias, que ignora a própria razão, a lógica ou o humano raciocínio. É verdade intelegível. Nenhum pai faria isto. Pergunta-se: então o amor de Deus ao mundo teria sido maior do que o amor ao Seu Filho?

O amor sobre-humano foi depositado sobre o Filho, com repercussões no mundo. Não no mundo cósmico - kosmos - sociedade hoje deteriorada nos seus valores morais e espirituais, mas no âmbito espiritual no qual o ser humano foi criado imagem de Deus. O Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. Na humanidade perdeu-se a originalidade interna, espiritual vinda da divindade, vinda da Trindade que declarara: "Façamos o homem a nossa imagem e semelhança". Tal homem se degenerou no que, bíblica e teologicamente denominamos pecado, transgressão da lei divina. E todos pecaram e carecem da glória de Deus.

O amor divino é a alavanca da recuperação espiritual, interna, recuperação do pneuma (espírito), do lado profundo do ser tão maravilhosamente criado. Tal ser foi feito um pouco menor do que os anjos - seres perfeitos - caiu, mas sendo recuperado, torna-se templo de Deus em Espírito, filho por adoção em Jesus Cristo, o salvador.

Processo jurídico, ato de justiça que muda, transforma a criatura humana. Novo nascimento, nova criatura com capacidade de ver o reino de Deus; crer o que a outros parece incrível; aceitar como verdade o que parece inverossímil - o fato de um amor sacrificial em que o Pai leva ao patíbulo o Seu próprio Filho, em resgate daquilo que Ele mais ama no universo: Sua imagem produzida, eu, você, o ser humano.

Não entendemos, por vezes, o amor maior, porque ele é absoluto. O amor humano é apenas relativo, parcial, interesseiro, diminuto. Não sabemos o que seja o amor eterno, incondicional, imparcial, divino. Segundo pesquisas, a percepção de amor inicia-se na criança por ocasião dos seus três meses de idade, quando ela percebe que amor, afeição, são-lhe dados como uma troca. Se ela se portasse conforme, receberia beijos, carinho, afeição, amor. Mas se ela transgredisse (receberia autrora) palmadas, repreensão.

É o amor condicional, relativo.

Logicamente entendemos que não seja assim o amor de Deus. Ele não ama somente os bons, os obedientes. O sol nasce para justos e para injustos; a chuva cai para os bons e para os maus. Jesus deixa atrás de Si as noventa e nove ovelhas e vai atrás da desobediente, da desgarrada. Deus enviou o Seu Filho, não para que condenasse o mundo, mas para que este fosse salvo através Dele; quem Nele cre não é julgado; passou da morte para a vida.

O maior dos mandamentos se divide, mas não perde a base: "Amarás o Senhor teu Deus de toda a tua alma, de todo o teu coração, de todo o teu entendimento, e ao próximo como a ti mesmo". É sempre o amor, essência de Deus. Quem ama doa, seja no sentido vertical ou no sentido horizontal.

"Amor, com amor se paga"...

Pergunto agora: meu estimado leitor ama a Deus?...

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O Pr., Th. D. Honoris Teologia, Serafim Isidoro, oferece seus livros, apostilas e aulas de Grego Koinê através do E-mail: serafimprdr@ig.com.br