Senadores ajudam no combate ao desemprego
Diante do cenário da crise mundial e da expectativa de aumentar o índice de desempregos, os senadores de nosso Brasil resolveram ajudar: querem criar mais de 7.000 postos de trabalhos para os vereadores, isso sem contar com seus assessores. Esqueçam a proposta imoral e atentem-se para o contra senso administrativo: as prefeituras andam combalidas com tantos gastos, como exigir que os municípios assumam mais compromisso financeiro? Um absurdo justificado apenas pela ilusão humana de perpetuar-se no poder. Aliás, há muito que os políticos deixaram o idealismo de lado para buscarem os interesses mesquinhos motivados pela ambição desmedida em permanecer no comando. A proposta de aumento no número de vereadores é sinal de que não há respeito com o cidadão. Por quê? Porque há muito tempo o cidadão brasileiro deixou de se fazer respeitar, ou seja, não reivindicamos nada, não combatemos a corrupção, não atropelamos as mazelas sociais, não nos indignamos diante da imoralidade, enfim, assumimos postura de omissão quando deveríamos optar pela ação. E quando isso ocorre lamentavelmente quem está no comando sente-se à vontade para tripudiar em cima de todos com manobras escusas. Imagine se diante da proposta dos senadores a sociedade brasileira levanta a bandeira da contrariedade, sem vandalismo, uma contrariedade civilizada, pacífica, como fazia o inesquecível Mahatma. Imagine você, caro leitor e leitora, a revolução que seria se nos dedicássemos com afinco, como o fazemos no carnaval e demais festas, às manifestações pacíficas em Brasília cobrando nossos representantes sobre suas atitudes incompatíveis com o bem coletivo. Imagine uma caravana de 400 mil pessoas invadindo a capital federal de forma educada e coerente, exigindo respeito à sociedade. Ao invés de vereadores podemos propor mais médicos nos postos de saúde. Ao invés de vereadores podemos lutar por mais vagas nas escolas ou melhoria na qualidade de ensino, investindo esse dinheiro gasto com as câmaras municipais na reciclagem de nossos mestres.
A sociedade somos nós que fazemos, os problemas discutidos em Brasília têm repercussão direta em nossa vida, por isso devemos agir, buscar a união e reivindicar respeito e prestação de contas aos nossos mandatários. Se os impostos chegaram a níveis assustadores é por que deixamos acontecer. Omitimo-nos quando deveríamos agir. Nada supera uma sociedade consciente de seus deveres e direitos, disposta a erguer-se sob a égide do bem comum. Mas estamos carentes de pessoas idealistas e preocupadas com os destinos da massa. O que vemos, não raro, resume-se a pessoas buscando somente seu lugar ao sol sem imaginar que grande parte de seus pares rasteja sobre as sombras da fome, das enfermidades, da falta de saúde e do acesso a cultura e diversão. Se empreendermos viagem por esse imenso Brasil veremos que vereadores não fazem falta; o que faz falta é dignidade para o povo nordestino, é respeito ao povo da amazônia, são médicos nos postos de saúde, são professores capacitados, são profissionais competentes, são pessoas conscientes, o que falta é a atitude política e a vontade de realizar, de transformar destinos não perdendo tempo com questões irrelevantes e onerosas, tais como o aumento do número de vereadores. Há muito o que fazer, portanto, mãos a obra cidadãos brasileiros!
Pensemos nisso