O OBA OBA do OBAMA

Uma das coisas interessantes que só os meios de comunicação propiciam, é o jeito concupiscente, sabujista, bajulador, que determinadas figurinhas adquirem, com o objetivo reconhecível de longa distância, de parecer bonzinho ao saldar o novo patrão.

É exatamente assim, com a recente eleição americana.

Obama tem sido saudado como um herói civilizador, um Alexandre Magno sem cavalo (mas com inúmeros bucéfalos, tenham certeza!).

De salvador planetário a nova grande esperança, aparece de tudo. O que soa estranho, é que os governos se fazem muito menos pela esperança, do que pelos atos concretos, e estes, na mínima concretitude dos anúncios de formação de gabinetes, pastas, e da estrutura tecnocrático-militar, deixam antever que o período falconiano da guerra de conquistas contra os mais fracos detentores de riquezas naturais, continua.

Aliás, a vitória de Obama é interpretada como uma mudança de direção e posisionamento radical. Não sei do quê e para onde. Obama foi eleito com base num programa até mais conservador do que o do opoente. Com a maior cara-de-pau, disse num debate que se preciso for, vai buscar a Al Caeda dentro do Paquistão (os americanófilos que me perdoem, mas dizer isso de um aliado, em política internacional, é qualquer coisa). O programa econômico é o velho papo de sempre, corte aqui, menos imposto ali, mais acolá, enfim, nada de decisivo ou que justifique mudança.

No recente reajuste, no movimento pendular do capital, que ordenou internamente os desacertos do capitalismo nos últimos anos, as iniciativas, como não poderia deixar de sr, decisivas, foram de Bush, que estatizou setores e empresas da economia americana, para salvá-la.

E é aí que eu quero perguntar aos liberalóides: cadê a superioridade do mercado sobre o Estado? Aonde foi parar a tese do estado mínimo e distante da economia?

O que aconteceu com a mão invisível do Mercado (na certa bolinando a mãe dos privatizadores de plantão), porque quando a economia entra em crise, os liberais, e não só aqui, pedem a intervenção do Estado para que eles não enfiem as mãos sujas nos bolsos.

Agora é que Obama tem a dizer. E não diz nada, relegado ao papel do homem que entregará aos chineses o cetro do capital.

Vocês sentirão saudades do período nipo-americano, mas, ces't la vie, como disse o velho e genial Marx, o capital é que determina quem sobe.....

E curiosamente, na hora da queda, olha quem foram buscar......

Um adêvo...e com um leve jeito de povo....