O "segredo" do futuro
O SEGREDO DO FUTURO
Se eu perguntar “Quem quer vencer na vida?”, a resposta será unânime: todos vão levantar a mão e gritar: “Eu, eu!”. Os cursos de liderança, de marketing e de relações humanas, assim como a maioria de livros de motivação e auto-ajuda que existem por aí, não cessam de oferecer pistas e dar conselhos no sentido de tornar leitores ou participantes autênticos “vencedores”.
O que é para eles, ser um vencedor? Para a maioria desses promotores, vencer na vida é ajuntar coisas materiais, casa, apartamento, automóvel, dinheiro no banco, casa na praia, fama, conquistar pessoas, etc. Sob ótica desses grupos, a felicidade se resume em amealhar coisas matérias, prazeres e honrarias. Só isto! Nós temos um futuro a preparar, e ele não é apenas de coisas materiais.
Há dias caiu em minhas mãos um DVD desses que visam fazer uma lavagem-cerebral nas pessoas, de orientação esotérica universalista, do tipo de alguns que se vê em certos canais das tevês a cabo, tentando vender a imagem da existência de um “segredo”, a “teoria da atração”. Nele as pessoas aprendem a verbalizar seus desejos e, quase que imediatamente, estes se realizam, pois o universo, como força suprema, cheia de energia e poder, escuta e realiza aquilo que as pessoas falam. Serão boas realizações se a verbalização se referir a coisas positivas. O mal será atraído se a pessoa falar coisas negativas, do tipo “comigo nada dá certo”.
Pois o vídeo que assisti é cheio de entrevistas de “especialistas”, como filósofos e psicólogos, que tentam fazer a cabeça dos expectadores no sentido de se submeterem à energia cósmica que, segundo eles, rege a terra, a vida e o futuro das pessoas. Trata-se de uma tentativa forçada de explicar o bem e o mal, a sorte e o azar através de um raciocínio simplista, para não dizer simplório, de que tudo o que nos acontece está ligado àquilo que pensamos.
O mais risível nessa apresentação, é que os especialistas atribuem os fados à impessoalidade cósmica. Em momento algum os escutei falar em Deus, na Providência Divina ou na misericórdia. Tudo é mecanicamente obtido através do poder do pensamento, como nas antigas programações de neurolingüística.
O curioso é que entre os especialistas há “doutores” sei lá em que, desconhecidos membros de institutos mais obscuros ainda. É o tipo da armação organizada para seduzir incautos, ingênuos e pessoas deficientemente catequizadas e evangelizadas. Não havia teólogos ou místicos conhecidos, mas um dos painelistas tinha a titulação de “visionário”.
Pois hoje eu pergunto a vocês: como é que se prepara um futuro de felicidade? Lembram o que diz o adágio popular? “O futuro a Deus pertence!”. O que dizer dessas ofertas mirabolantes de felicidade e de vitória? Como diz padre Quevedo: charlatanice! Mais que isto: abuso da ingenuidade do povo.
Como então nós podemos encontrar a verdadeira felicidade? Ela está, como ensina o salmista, no Nome do Senhor, que fez o céu e a terra.