O sueco Alfred Nobel, inventor da Dinamite, a esta altura dos fatos, ou deve estar se revirando no túmulo ou regozijando de êxtase. Este sujeito foi o grande inspirador para os prêmios NOBEL que tanto ouvimos falar e quase nada sabemos sobre os mesmos; sempre veicula na imprensa que fulano, cicrano ou beltrano ganharam este os aquele prêmio Nobel, o mais divulgado é o da Paz, mas existem ainda outras quatro modalidades: física, química, medicina (ou fisiologia) e literatura. Também se atribui a Alfred Nobel o prêmio de Economia, mas segundo a própria academia que certifica os ganhadores, a láurea de economia é uma atribuição em memória de Alfred Nobel e nada tem a ver com a fundação que leva seu nome.
 
Alfred Nobel, que já vinha desgostoso com o uso militar dos explosivos que havia criado, ficou chocado ao ver a edição de um jornal francês, que noticiara por engano a morte de seu irmão Ludvig como sendo a sua e qualificando-o como "mercador da morte". É possível que essa visão antecipada do seu obituário tenha despertado nele o desejo de modificá-lo. Daí sua decisão de premiar aqueles que, no futuro, servissem ao bem da Humanidade - mais propriamente nos campos da física, química, fisiologia ou medicina, literatura e paz.
 
Alfred Nobel deixou uma herança de 32 milhões de coroas. Seu testamento, redigido em 1895, não deixava nenhum legado aos seus herdeiros diretos, mas determinava a criação de uma instituição à qual caberia recompensar, a cada ano, pessoas que prestaram grandes serviços à Humanidade, nos campos da paz ou da diplomacia, literatura, química, fisiologia ou medicina e física. O testamento estabelecia também que a nacionalidade das pessoas não seria considerada na atribuição do prêmio.
 
A Fundação Nobel foi criada em junho de 1900 e é responsável pelo controle do respeito às regras na designação dos laureados e verifica o bom andamento da eleição. Também é responsável, através de um comitê específico para cada uma das cinco áreas e de acordo com as propostas de personalidades eminentes, pela elaboração e encaminhamento das listas de indicações às várias instâncias que atribuem o prêmio. Os prêmios são custeados pelos rendimentos oriundos do legado de Alfred Nobel, tendo sido esse patrimônio convertido em ações.
 
O Nobel da Paz é atribuído em Oslo, capital da Noruega. O Comitê Nobel norueguês, cujos membros são nomeados pelo Parlamento norueguês, tem a função de escolher o laureado pelo prêmio, que é entregue pelo seu presidente (atualmente, o Dr. Ole Danbolt Mjos). Na altura da morte de Alfred Nobel, a Suécia e a Noruega estavam em união pessoal, pela qual o parlamento sueco ficava responsável pela política internacional, estando o Stortinget (Parlamento norueguês) apenas encarregado da política interna norueguesa. Alfred Nobel decidiu, assim, que fosse a Noruega a decidir o laureado pelo Nobel da Paz, de forma a prevenir a influência de poderes políticos internacionais no processo de atribuição do Nobel.
 
De acordo com a vontade de Alfred Nobel, o prêmio deveria distinguir "a pessoa que tivesse feito à maior, ou melhor, ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz". Ao contrário dos outros prêmios Nobel, o Nobel da Paz pode ser atribuído a pessoas ou organizações que estejam envolvidas num processo de resolução de problemas, em vez de apenas distinguir aqueles que já atingiram os seus objetivos em alguma área específica. É, portanto, um prêmio Nobel com características próprias.
 
Vejam agora os principais ganhadores do Nobel da Paz desde 1901 e alguns comentários interessantes a cerca do tema:
 
1 – O primeiro Nobel da Paz foi concedido ao suíço JEAN HENRI DUNANT, fundador da Cruz Vermelha Internacional e ao francês Frédéric Passy, fundador da Sociedade Francesa para a Paz.
2 – Theodore Roosevelt, então Presidente dos EUA em 1906, ganhou o prêmio por supostamente intervir de modo pacífico na guerra entre Russos e Japoneses.
3 – em 1914, 1915, 1916, 1923, 1924, 1928, 1932, 1939, 1940, 1941, 1942, 1943, 1948, 1955, 1956, 1966, 1967 e 1972, não foram atribuídos a ninguém os Prêmios da PAZ. Os motivos? Uns dizem que foram as políticas internacionais, outros dizem que foi finenceiro.
4 – Carlos Saavedra Lamas, da Argentina, foi o primeiro latino-americano a receber a láurea. Isso aconteceu em 1936, quando ele era Presidente da Liga das Nações e foi mediador de um conflito entre Bolívia e Paraguai.
5 – O tema PALESTINA – ISRAEL entrou no Nobel da Paz em: 1950, 1993, 1978, 1994.
6 – Le Duc Tho do Vietnã, recusou o Prêmio em 1973.
7 – Em 1996 o Nobel da Paz falou português através de Carlos Filipe Ximenes e Jose Ramos-Horta de Timor Leste.
8 – A Cruz Vermelha recebeu nada menos que seis prêmios.
9 – Estados Unidos da América recebeu 23 prêmios.
10 – Um dos prêmios mais comemorados foi em 1984 quando o Bispo Desmond Tutu da África do Sul foi agraciado pelos incansáveis esforços contra o Apartheid.
 
Se as pessoas observarem bem o infográfico histórico do Nobel da Paz, não é difícil de se chegar a conclusão que a maioria das láureas foram entregues de maneira política; percebe-se que 99% dos ganhadores foram merecedores, entretanto, existem e existiu milhares de outros nomes que de fato promoveram a paz e até morreram em nome dela, mas que sequer foram lembrados nas pesquisas da Fundação Nobel, o exemplo claro disso foi dar o Nobel da Paz a Mandela em 1993 e Yasser Arafat em 1994; era uma questão de glória para ambos os líderes que se fizeram mitos através da imprensa. É inegável que ambos se esforçaram para alcançarem seus objetivos, mas com certeza, centenas de outros abnegados guerreiros da paz fizeram tanto ou mais esforços que eles e como eu disse, sequer foram lembrados. Era mais importante que este Nobel da PAZ fosse para a África do Sul e Palestina, nas duas ocasiões, o Kosovo, por exemplo, não era importante para ninguém, ou ainda premiar os milhares de abjurados de Angola.
 
A promoção da PAZ acontece todos os dias, em todos os lugares; sei que é impossível lembrar todos os que dedicam a vida por ela, mas seria muito mais humano e satisfatório, se ao invés de premiar os politicamente corretos, fossem também lembrados os gigantes anônimos. Paz é geralmente definida como um estado de calma ou tranqüilidade, uma ausência de perturbações ou agitação. Derivada do latim Pax = Absentia Belli, pode referir-se à ausência de violência ou guerra. Neste sentido, a paz entre nações, e dentro delas, é o objetivo assumido de muitas organizações, designadamente a ONU.
 
No plano pessoal, paz designa um estado de espírito isento de ira, desconfiança e de um modo geral todos os sentimentos negativos. Assim, ela é desejada por cada pessoa, para si própria e, eventualmente, para os outros, ao ponto de se ter tornado uma freqüente saudação (que a paz esteja contigo) e um objetivo de vida. A paz é mundialmente representada pelo pombo e pela bandeira branca e pelo visto, os mais destacados, por receberem o Prêmio Nobel.
 
Objetivar a Paz para todos é utópico, ilusório, irreal e quimérico; os que escrevem ou buscam tal objetivo, fazem seus papeis meramente poéticos e os que conseguem salvar ao menos uma vida através destes esforços, muitas vezes sobrenaturais, por si somente, já mereceriam milhares de prêmios, láureas e tantas outras honrarias possíveis; lembremos que ao longo de toda história, existiram pessoas que lutavam pelo contrario e que mesmo assim, foram endeusados por seus seguidores e pela própria história que insiste em não desvendar suas faces imundas.
 
Que a PAZ SEJA MAIS O OBJETIVO DE MAIS GENTE EM 2009!
 
 
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
Meu site: www.irregular.com.br
CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 02/01/2009
Reeditado em 03/01/2009
Código do texto: T1363806
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