VAMOS EM FRENTE, TOCANTINS...

Estou com aqueles que sonharam com o nortão goiano sendo ultrapassado e, em seu lugar, surgir outra realidade. Estou com aqueles que brigam por dias dos quais jamais nos envergonhemos. Estou com os lutadores verdadeiros, com aqueles que sabem, de fato, quais nossas necessidades. Estou com os homens e mulheres que respiram “tocantingênio”.

Enojam-me essas patifarias inoculadas por picaretas encapotados em quase todos os segmentos sociais. Abomino esses teatros da canalhice que outra coisa não fazem senão apequenar nossa região e introjetarem um tipo atoleimado de cidadão. Não posso aceitar que a politiquice disfarçada se instale como regra inelutável. Recuso-me a engolir esse “jecatatudismo” construído por intelectualóides de almanaques. Fora com tanta mentira, tanta hipocrisia, tanta verborréia, com tantos sacerdotes mefistofélicos.

Quem respira “tocantingênio” é consciente dos óbices na empreitada de construção do estado e sabe o seu papel na labuta. Não admite ser passivo; será sujeito de sua história ou nada feito. O tocantinense genuíno é, antes de tudo, um anti-pusilânime. Semelhante à gabiroba, resistente, inquebrantável.

Qualquer pesquisa séria, destas como Otávio Barros realiza, nos revelará a estirpe desta gente tocantinense. Sim, mais que um estado, tocantinense é um jeito de ser. Não tememos o erro. Ora, nos termos de Hegel, “o medo de errar é, no mais das vezes, o medo da verdade”.

Sabemos do quanto somos capazes, sabemos onde nos encontramos e aonde desejamos chegar. Queremos Educação de qualidade, queremos Cultura salutar, queremos Saúde que não mate, queremos Universidades sérias, queremos Segurança que nos garanta o direito de ir e vir sem traumas, sem violências, queremos uma Justiça menos espetaculosa, sábia e profunda, queremos consciência ecológica, queremos Arte que nos ajude na elevação da dignidade humana, queremos respeito aos idosos, às crianças, aos portadores de deficiências, às mulheres, aos animais, queremos uma Democracia distanciada desses malabarismos formais e linguajeiros, enfim, queremos alternativas a essa forma de viver alicerçada num materialismo brutal onde coisificações e desinternalizações são a tônica.

Estamos fartos de manipulação da máquina pública, direta e indiretamente, para fins privados (pessoais ou de grupelhos), estamos fartos de bajuladores, de puxa-sacos, de dedos duros, de incompetentes, de “boquinheiros”, de politicastros com poses de moralistas, estamos fartos desses esqueminhas de ocasião engendrados na calada da noite, de barulhos que silenciam as falcatruas, de silêncios que não deixam falar o silenciado, estamos fartos de um tipinho tacanho de imprensa - velhaca, vendilhona - e daquela que não passa de deslavado embuste a serviço da politicalharia mais rasteira que se possa imaginar.

O tocantinense não desiste, não foge à luta, não se entrega. Sem dúvida, às vezes, se sente abatido por viver cercado de arapucas, muitas delas, lamentável, armadas pelos próprios conterrâneos. O tocantinense sabe que certos discursos servem apenas para marcar presença, escondendo as reais intenções de seus propaladores. Ele sabe que alguns, infelizmente, tentam implantar, aqui, tudo o que existe de mais repugnante, abominável e imoral tanto na esfera política como no âmbito privado. Ele sabe que o perigo, a farsa e a mentira estão, amiúde, onde menos aparentam estar. Portanto, Tocantins, vamos em frente, coragem! O nosso trabalho não será em vão!