Os sinos repicaram, as luzes ainda enfeitam toda as casas, o Papai Noel passou por muitas poucas, já é passado.
Agora, a grande expectativa de um novo recomeço, de um ano que acaba e outro vem trazendo na sua bagagem um monte de esperança, uma necessidade intrínseca de cada um que tudo seja diferente nesse novo ano. Que as coisas ruins ficaram guardadas num cantinho daquele ano velho que já passou, de que tudo mude.
Nossas esperanças se revigoram com uma força interna vinculada a nossa vontade de que consigamos mudar tudo que foi ruim anteriormente. Realmente adquirimos experiência a cada minuto que passa, sejam boas ou ruins,que nos ajudarão não as repetirmos no caso das ruins, pois o tempo nos ensinou a forma de contorná-las para que o desfecho não seja o mesmo do anterior. Mas será que é assim tão fácil responsabilizarmos ou depositarmos no ano que vai entrar todas as nossas mudanças? todas as nossas esperanças?
É claro que é somente uma data como outra qualquer, mas que a batizamos como a data das mudanças, das transformações, para que não percamos de vez a esperança que algo possa mudar, que vamos conseguir fugir da mesmice anterior, dar continuidade ao que deixamos estacionado, retomarmos nossas forças e nos sentirmos capazes de realizar ou pelo menos tentar realizar os sonhos, desejos, vontades que deixamos guardados ou por falta de oportunidade ou por comodismo mesmo.
Ano Novo é isso, aprendi com painho ter um ano novo em pleno meio do ano, o Ramadã, mas o que importa mesmo é o que vivemos agora, aquele ficou no passado de uma terra longínqua.
E o gostoso é isso, renovarmos as nossas forças, as nossas esperanças, fazermos uma faxina na alma,um balanço no nosso coração, reciclarmos as nossas vontades, mudarmos as nossas prioridades e dessa forma enfrentarmos esse novo Ano cheios de esperança, de solidariedade, de compreensão e principalmente....muito , muito amor, para com o nosso próximo, com os nossos familiares, com ao nossos amigos e quem sabe com aquelas pessoas que não nos são tão simpáticas, pois quanta vezes criamos um preconceito contra uma pessoa sem sequer lhes darmos a chance de uma aproximação porque no nosso íntimo já decidimos que ela não é “boa” o suficiente para ser nossa amiga ou apenas uma conhecida?!
Vamos nos desarmar...será que já não basta esse mundo cão que vivemos, quando pensamos que já vimos todos os tipos de maldades, aparece uma outra que nos chocam surpreende e nos deixa estarrecidos. Somos como aquele beija-flor que vai pegando um gotinha de cada vez para debelar um incêndio na esperança de que outros se juntem a nós, pois juntos conseguiremos mudar alguma coisa em algum lugar ou em alguém.
Ou como aquele homem que todos os dias vai à praia pegar as estrelas do mar que ficam presas a areia e as joga de volta ao mar e quando lhe perguntam: “-Por que você faz isso, afinal, você está sozinho no mundo fazendo isso numa praia qualquer para somente uma minoria de estrelas, e tantas outras que se encontram presas na areia por tantos lugares sem que tenha alguém que as jogue de volta, não acha que é perda de tempo?! E ele calmamente responde:” – É , sei que sou o único ou um dos poucos que fazem isso, mas pense que para essa estrela que jogo de volta ao mar, faz muita diferença.”
Sejamos essa minoria, temos a arma mais poderosa que pode existir, o dom nos dado por Deus de conseguirmos através das palavras, levarmos amor, esperança, solidariedade, consciência. Quantas vezes fazemos tanto bem para alguém que nas nossas palavras encontram consolo?! Não enterremos o nosso talento como está escrito na Bíblia, não menos preze o que nos foi dado por Deus...
E dessa maneira desejo a todos um Feliz Ano Novo!!!
Sandra Mamede