O ano de 2009 começou prometendo as piores desgraças da atualidade para toda humanidade; catástrofes naturais já estão sendo esperadas; uma crise sem precedentes no mercado financeiro poderá destruir milhares de empregos e colocar milhares de famílias em condições alarmantes; para encerrar as muitas previsões negativas o mundo poderá estar diante de mais uma grande guerra por causa dos conflitos envolvendo Estados Unidos, Israel, Palestina e as demais nações da Liga Árabe. E como eu já escrevi sobre a estupidez dos conflitos entre judeus e mulçumanos, volto a tentar explicar o histórico destes dois povos, destas duas nações.
Começo pela PALESTINA. Palestina é a denominação dada pelo Império Britânico a uma região do Oriente Médio situado entre a costa oriental do Mediterrâneo e as margens do Rio Jordão. O seu estatuto político é disputado acesamente. A área correspondente à Palestina até 1948 encontra-se hoje dividida em três partes: uma parte integra o Estado de Israel; duas outras (a Faixa de Gaza e a Cisjordânia), de maioria árabe, deveriam integrar o Estado Palestino Árabe a ser criado - de acordo com a lei internacional, bem como as determinações das Nações Unidas e da anterior potência colonial da zona, o Reino Unido. Todavia, em 1967, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia foram ocupadas militarmente por Israel, após a Guerra dos Seis Dias.
Há alguns anos, porções dispersas dessas duas áreas passaram a ser administradas pela Autoridade Palestina, mas, devido aos inúmeros ataques terroristas que sofre, Israel mantém o controle das fronteiras e está atualmente construindo um muro de separação que, na prática, anexa porção significativa da Cisjordânia ocidental ao seu território. A população palestina dispersa pelos países árabes ou em campos de refugiados, situados nos territórios ocupados por Israel, é estimada em 4.000.000 de pessoas.
A palavra Palestina deriva do grego Philistia, nome dado pelos autores da Grécia Antiga a esta região, devido ao fato de em parte dela (entre a atual cidade de Tel Aviv e Gaza) se terem fixado no século XII a.C. os Filisteus.
Os Filisteus não eram semitas e sua provável origem é creto-miceniada, uma das mais conhecidas (embora recorrentemente mencionadas) vagas dos chamados "Povos do Mar" que se estabeleceram em várias partes do litoral sul do mar Mediterrâneo, incluindo a área hoje conhecida como Faixa de Gaza. Segundo a tradição bíblica os Filisteus seriam oriundos de Caphtor, termo associado à ilha de Creta. Este povo é igualmente referido nos escritos do Antigo Egito com o nome de “prst”, por onde também passaram e foram repelidos. No século II d.C., os romanos utilizaram o termo Syria Palaestina para se referirem à parte sul da província romana da Síria. O termo entraria posteriormente na língua árabe e é usado desde então para se referir a esta região.
A Palestina, sendo um estreito trecho de favorável passagem entre a África e Ásia, foi palco de um grande número de conquistas, pelos mais variados povos, por se constituir num corredor natural para os antigos exércitos. Em meados do século XV a.C. a região é conquistada pelo faraó Tutmósis III, mas será perdida no final da XVIII dinastia, para ser novamente reconquistada por Seti I e por Ramsés II. Com o enfraquecimento do poder egípcio em finais do século XIII a.C., a região será invadida pelos Povos do Mar.
Um destes povos, os Filisteus fixam-se junto à costa onde constroem um poderoso reino. Contemporânea a esta invasão é a chegada das tribos hebraicas, lideradas por Josué. A sua instalação no interior gerou guerras com os Filisteus, que se recusam a aceitar a religião hebraica. As tribos hebraicas decidem então unir-se para formar uma monarquia, cujo primeiro rei é Saul. O seu sucessor, David (início do I milénio a.C.) derrota finalmente os Filisteus e fixa a capital do reino em Jerusalém. Durante o reinado do seu filho, Salomão, o reino vive um período de prosperidade, mas com a sua morte é dividido em duas partes: a norte, surgirá o reino de Israel (com capital na Samaria) e a sul, o reino de Judá (com capital em Jerusalém).
Abrevie-se para afirmar que, salvo breves intervalos, a região foi dominada por outras potências tais como a Assíria (722 a.C.), os babilônicos (fins do século VII a.C.), os persas aquemênidas (539 a.C.), os greco/macedônios (331 a.C. permanecendo em poder dos ptolomaicos de 320 a 220 a.C. e dos Selêucidas de 220 a 142 a.C.) passando por uma retomada pelos locais Asmoneus que dominaram daí até o ano de 63 a.C. quando sobreveio o domínio romano, época da qual a maioria das pessoas tomou conhecimento (embora fantasioso) pela filmografia recente.
No ano de 66 d.C. inicia-se uma rebelião dos judeus que foi fortemente reprimida pelos romanos com a destruição do templo de Iavé no ano de 70, e só no ano de 131 a paz romana foi novamente abalada por rebeliões ao fim das quais o imperador Adriano tornou Jerusalém na Colonia Aelia Capitolia. Passando pela divisão do Império Romano, a região viveu entre 324 d.C. e 638 d.C., extrema prosperidade e crescimento demográfico, sendo de se considerar que a esta altura a população era de maioria cristã, aliás, religião oficial do Império Bizantino.
No ano de 614 a região acaba de ser encampada pelos persas Sassânidas que mantém seu jugo até o ano de 628 e no ano de 638 toda a região está sob o domínio árabe muçulmano. A região passa pelo controle do Império Otomano, da França e do Reino Unido. No final do século XIX, judeus começam a migrar para a região comprando terras.
Em 1947, a Assembléia Geral das Nações Unidas determina a partilha da Palestina entre um Estado Judeu e outro Estado Árabe, mas os árabes não aceitam essa resolução e atacaram Israel, na chamada Guerra da Independência. Ao contrário de várias potências que por ali só estenderam seu domínio de passagem, às vezes legando a administração da região a potentados locais, os árabes (à semelhança dos antigos hebreus) se estabeleceram na região, e o primeiro elemento cultural que introduzam foi à língua uma vez que aparentada com o aramaico, obteve fácil aceitação.
Desde o ano de 660 até 750, vigorou o domínio omíada, cuja capital era Damasco datando daí a construção do Nobre Santuário na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, substituída pela dinastia dos abássidas cuja capital era Bagdá que dominou até o ano de 974, seguindo-se a dinastia dos fatímidas que perduraram até o ano 1071. Ao fim do longo domínio árabe de mais de quatro séculos, a religião islâmica acabou amplamente majoritária, seguindo-se de uma pequena minoria de cristãos e um menor número ainda de judaítas Samaritanos, até quando, no ano de 1072, sobreveio a conquista da região pelos turcos seldjúcidas que tinham capital em Bagdá. No ano 1099 com a Primeira Cruzada europeus conquistaram Jerusalém e lá estabeleceram o seu domínio sob o nome de Reino Latino de Jerusalém cuja existência periclitante em meio à sociedade islâmica se demorou até o ano de 1187 quando a cidade foi reconquistada por Saladino.
Após a expulsão dos Cruzados, a Palestina tornou-se parte do Sultanato mameluco do Egito, integrada no distrito (Wilayah) de Damasco. Sob a administração mameluca a região viveu cerca de 100 anos de prosperidade, com a conseqüente reconstrução de escolas, mesquitas destruídas durante o período dos Cruzados. Em torno de 1382 a expansão territorial dos Mamelucos leva-os a confrontarem os Mongóis, e posteriormente os Otomanos. Estas campanhas vão estender-se até 1516, quando as forças do Sultão Selim I derrotam os Mamelucos na batalha de Marj Dabiq, e ocupam a totalidade da Palestina.
Durante os próximos 400 anos, o nome Palestina praticamente desaparece, pois a designação oficial sob a administração turca, uma vez que estes dividem o território em sub-províncias (vilayet) que recebiam o nome da sua cidade capital. Em 1799, durante a Guerras Napoleônicas, e no âmbito da Campanha do Egito, as tropas de Bonaparte invadem por pouco mais de um mês as cidades de Jaffa, Haifa e Caesarea; é ainda nesta altura, durante o cerco a Acre, que um estadista europeu publicamente avança com a idéia de um estado judaico na Palestina. De fato, Napoleão tinha uma proclamação preparada nesse sentido, mas nunca chegou a ser publicada.
Entre 1832 e 1840 esteve sob administração do Egito de Muhammad Ali, voltando à dependência direta do Império Otomano no fim desse período. Em 1873 a região é reorganizada administrativamente, sendo dividida em três grandes áreas: a Norte, de Jaffa a Jericó e o Rio Jordão a pertencer ao vilayet de Beirute. De Jaffa, ao longo da costa até ao Sinai, pertencia ao distrito de Jerusalém, enquanto o restante território (Península do Sinai, Deserto de Negev pertencia ao vilayet de Hijaz, que se estendia até a parte ocidental da Arábia. É também em torno desta data que os primeiros emigrantes judeus europeus, sionistas, começam a chegar à Palestina. A escola Mikveh Israel tinha sida fundada em 1870 pela Alliance Israélite Universelle, com o objetivo de ensinar aos colonos como cultivar a terra, por forma a obter os melhores resultados. As terras exploradas por estes colonos eram arrendadas diretamente à administração Turca.
Apesar das designações oficiais, o termo Palestina foi utilizado de forma informal, não só pelas populações locais, como em algumas situações, mesmo pelos Otomanos; a partir do século XIX a expressão Arz-i Filistin (A Terra da Palestina) aparece em vários documentos oficiais para indicar uma região a Oeste do Rio Jordão num sentido lato. O Império Otomano era um dos membros da Tríplice Aliança, e, portanto inimigo da Inglaterra na Primeira Guerra Mundial. Os ingleses, sobretudo a partir do Egito lançaram várias ofensivas contra os turcos, nomeadamente através das ações de Lawrence of Arabia, que à frente das forças árabes conquista a região, chegando até Damasco a 1 de Outubro de 1918. Contudo, um ano antes, a 2 de novembro de 1917, o então ministro britânico dos Assuntos Estrangeiros, Arthur James Balfour, havia enviado a Lord Rothschild a carta, conhecida como a Declaração de Balfour, na qual comprometia a Inglaterra na criação de um estado judaico.
Com o Tratado de Versalhes a Palestina no seu sentido lato é dividida entre a França, que ocupa os atuais Líbano e a Síria, e a Inglaterra. O enquadramento legal desta situação será dado pelo Mandato Britânico na Palestina produzido pela Sociedade das Nações, que baseado no Acordo Sykes-Picot previa que a Palestina seria colocada sob administração internacional. Esta situação iria manter-se até ao final da Segunda Guerra Mundial.
Apoiada no Mandato Britânico na Palestina, a Inglaterra estabelece uma administração semi-colonial, que apesar da Declaração de Balfour é reticente quanto à emigração judaica, tentando apaziguar a reação da população árabe - receosa de passar a ser uma minoria, por um lado, e por outro se sentindo traída pelas promessas feitas por Lawrence da Arábia durante a guerra contra os turcos a Faiçal, e depois quebrada.
A insatisfação é crescente entre os grupos de sionistas. Então, já em 1931, surge o primeiro grupo terrorista conhecido como tal, o Irgun. Essa força paramilitar sionista consistia em apressar a criação do estado de Israel pela imposição da força, expulsar e massacrar os povoados palestinos que se recusavam a vender suas terras aos sionistas, tal como aconteceu com vila Deir Yassin.
A ascensão do Nazismo e as perseguições aos judeus aumentam a pressão migratória sobre a administração inglesa, que, em face de uma crescente oposição árabe, à qual não é estranha a ajuda nazista ao Grão-Mufti de Jerusalém, Mohammad Amin al-Husayni, na propaganda anti-judaica, fecha cada vez mais os portos, chegando mesmo a repatriar emigrantes judeus para a Alemanha de Hitler.
No final da Segunda Guerra Mundial, os sobreviventes do Holocausto são impedidos de emigrar para a Palestina pela administração britânica. Os ânimos de ambos os lados exaltam-se e são acompanhados por uma escalada de violência que a Inglaterra já não consegue conter. A Grã-Bretanha, enfraquecida pela guerra e debilitada pela ação dos grupos judaicos extremistas- que, após uma trégua durante a guerra, regressam mais ativos e combativos no apoio à emigração clandestina e na luta armada - e de grupos árabes igualmente ativos, entrega a administração da Palestina à recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU).
O aumento dos conflitos entre judeus, ingleses e árabes forçou a reunião da Assembléia Geral da ONU, realizada em 29 de Novembro de 1947, que deliberou a partição da Palestina em dois estados, um judeu e outro árabe, que deveriam formar uma união econômica e aduaneira. A 14 de Maio de 1948 David Ben-Gurion declara o nascimento do Estado de Israel, ao assinar a Declaração de Independência. A Liga Árabe recusa esta partilha, e não reconhece Israel.
Em 15 de Maio de 1948, um dia depois da fundação do Estado de Israel, sete exércitos de países da Liga Árabe atacaram Israel. Durante a Guerra árabe-israelense, estimulada pelos países árabes, a maioria da população árabe da Palestina foge para os países vizinhos (Líbano, Jordânia, Síria e Egito) em busca de segurança. Com a vitória de Israel, a maioria desses refugiados, cerca de 750 mil, fica impedida de regressar às suas terras.
É na seqüência do trabalho efetuado no apoio a estes refugiados que nasce o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Após um período inicial de estadia nos países árabes vizinhos, muitos destes refugiados são expulsos desses países de acolhimento, dirigindo-se para o sul do Líbano, onde permanecem em campos de refugiados até hoje.
Em 1964, o Alto Comissariado da Palestina solicitou à Liga Árabe a fundação de uma Organização para a Libertação da Palestina (OLP), cuja missão estatutária é a destruição do Estado de Israel. Em 1988, a OLP proclamou o estabelecimento de um estado palestino. O principal líder da organização foi o egípcio Yasser Arafat, falecido em 2004. Arafat, após anos de luta contra Israel, renegou a luta armada, a violência e o terrorismo e iniciou as negociações que levaram aos Acordos de Paz de Oslo. Desde 1994, parte da Palestina está sob a administração da Autoridade Nacional Palestina, como resultado dos Acordos. Atualmente a Palestina é governada pelo primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, e pelo presidente Mahmoud Abbas, do Fatah, tendo havido confrontos armados entre os dois grupos em Gaza em 2007. Estes dois grupos que controlam o “poder” na Palestina, um aceita conversar e até já fez muitos acordos com Israel no sentido de se chegar a PAZ, este grupo é FATAH, mas o HAMAS, que ganhou as eleições legislativas e se sente soberano, rejeita as conversas com os Judeus e atiça a população a enfrentar os vizinhos com foguetes e homens bomba.
E assim se resume a história da Palestina; veja na página ao lado a história do arque rival ISRAEL. Após ambas as leituras, você mesmo poderá dizer qual destes povos têm razão ou se ambos são igualmente estúpidos ao ponto de se matarem da maneira que estão se matando.
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br
Começo pela PALESTINA. Palestina é a denominação dada pelo Império Britânico a uma região do Oriente Médio situado entre a costa oriental do Mediterrâneo e as margens do Rio Jordão. O seu estatuto político é disputado acesamente. A área correspondente à Palestina até 1948 encontra-se hoje dividida em três partes: uma parte integra o Estado de Israel; duas outras (a Faixa de Gaza e a Cisjordânia), de maioria árabe, deveriam integrar o Estado Palestino Árabe a ser criado - de acordo com a lei internacional, bem como as determinações das Nações Unidas e da anterior potência colonial da zona, o Reino Unido. Todavia, em 1967, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia foram ocupadas militarmente por Israel, após a Guerra dos Seis Dias.
Há alguns anos, porções dispersas dessas duas áreas passaram a ser administradas pela Autoridade Palestina, mas, devido aos inúmeros ataques terroristas que sofre, Israel mantém o controle das fronteiras e está atualmente construindo um muro de separação que, na prática, anexa porção significativa da Cisjordânia ocidental ao seu território. A população palestina dispersa pelos países árabes ou em campos de refugiados, situados nos territórios ocupados por Israel, é estimada em 4.000.000 de pessoas.
A palavra Palestina deriva do grego Philistia, nome dado pelos autores da Grécia Antiga a esta região, devido ao fato de em parte dela (entre a atual cidade de Tel Aviv e Gaza) se terem fixado no século XII a.C. os Filisteus.
Os Filisteus não eram semitas e sua provável origem é creto-miceniada, uma das mais conhecidas (embora recorrentemente mencionadas) vagas dos chamados "Povos do Mar" que se estabeleceram em várias partes do litoral sul do mar Mediterrâneo, incluindo a área hoje conhecida como Faixa de Gaza. Segundo a tradição bíblica os Filisteus seriam oriundos de Caphtor, termo associado à ilha de Creta. Este povo é igualmente referido nos escritos do Antigo Egito com o nome de “prst”, por onde também passaram e foram repelidos. No século II d.C., os romanos utilizaram o termo Syria Palaestina para se referirem à parte sul da província romana da Síria. O termo entraria posteriormente na língua árabe e é usado desde então para se referir a esta região.
A Palestina, sendo um estreito trecho de favorável passagem entre a África e Ásia, foi palco de um grande número de conquistas, pelos mais variados povos, por se constituir num corredor natural para os antigos exércitos. Em meados do século XV a.C. a região é conquistada pelo faraó Tutmósis III, mas será perdida no final da XVIII dinastia, para ser novamente reconquistada por Seti I e por Ramsés II. Com o enfraquecimento do poder egípcio em finais do século XIII a.C., a região será invadida pelos Povos do Mar.
Um destes povos, os Filisteus fixam-se junto à costa onde constroem um poderoso reino. Contemporânea a esta invasão é a chegada das tribos hebraicas, lideradas por Josué. A sua instalação no interior gerou guerras com os Filisteus, que se recusam a aceitar a religião hebraica. As tribos hebraicas decidem então unir-se para formar uma monarquia, cujo primeiro rei é Saul. O seu sucessor, David (início do I milénio a.C.) derrota finalmente os Filisteus e fixa a capital do reino em Jerusalém. Durante o reinado do seu filho, Salomão, o reino vive um período de prosperidade, mas com a sua morte é dividido em duas partes: a norte, surgirá o reino de Israel (com capital na Samaria) e a sul, o reino de Judá (com capital em Jerusalém).
Abrevie-se para afirmar que, salvo breves intervalos, a região foi dominada por outras potências tais como a Assíria (722 a.C.), os babilônicos (fins do século VII a.C.), os persas aquemênidas (539 a.C.), os greco/macedônios (331 a.C. permanecendo em poder dos ptolomaicos de 320 a 220 a.C. e dos Selêucidas de 220 a 142 a.C.) passando por uma retomada pelos locais Asmoneus que dominaram daí até o ano de 63 a.C. quando sobreveio o domínio romano, época da qual a maioria das pessoas tomou conhecimento (embora fantasioso) pela filmografia recente.
No ano de 66 d.C. inicia-se uma rebelião dos judeus que foi fortemente reprimida pelos romanos com a destruição do templo de Iavé no ano de 70, e só no ano de 131 a paz romana foi novamente abalada por rebeliões ao fim das quais o imperador Adriano tornou Jerusalém na Colonia Aelia Capitolia. Passando pela divisão do Império Romano, a região viveu entre 324 d.C. e 638 d.C., extrema prosperidade e crescimento demográfico, sendo de se considerar que a esta altura a população era de maioria cristã, aliás, religião oficial do Império Bizantino.
No ano de 614 a região acaba de ser encampada pelos persas Sassânidas que mantém seu jugo até o ano de 628 e no ano de 638 toda a região está sob o domínio árabe muçulmano. A região passa pelo controle do Império Otomano, da França e do Reino Unido. No final do século XIX, judeus começam a migrar para a região comprando terras.
Em 1947, a Assembléia Geral das Nações Unidas determina a partilha da Palestina entre um Estado Judeu e outro Estado Árabe, mas os árabes não aceitam essa resolução e atacaram Israel, na chamada Guerra da Independência. Ao contrário de várias potências que por ali só estenderam seu domínio de passagem, às vezes legando a administração da região a potentados locais, os árabes (à semelhança dos antigos hebreus) se estabeleceram na região, e o primeiro elemento cultural que introduzam foi à língua uma vez que aparentada com o aramaico, obteve fácil aceitação.
Desde o ano de 660 até 750, vigorou o domínio omíada, cuja capital era Damasco datando daí a construção do Nobre Santuário na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, substituída pela dinastia dos abássidas cuja capital era Bagdá que dominou até o ano de 974, seguindo-se a dinastia dos fatímidas que perduraram até o ano 1071. Ao fim do longo domínio árabe de mais de quatro séculos, a religião islâmica acabou amplamente majoritária, seguindo-se de uma pequena minoria de cristãos e um menor número ainda de judaítas Samaritanos, até quando, no ano de 1072, sobreveio a conquista da região pelos turcos seldjúcidas que tinham capital em Bagdá. No ano 1099 com a Primeira Cruzada europeus conquistaram Jerusalém e lá estabeleceram o seu domínio sob o nome de Reino Latino de Jerusalém cuja existência periclitante em meio à sociedade islâmica se demorou até o ano de 1187 quando a cidade foi reconquistada por Saladino.
Após a expulsão dos Cruzados, a Palestina tornou-se parte do Sultanato mameluco do Egito, integrada no distrito (Wilayah) de Damasco. Sob a administração mameluca a região viveu cerca de 100 anos de prosperidade, com a conseqüente reconstrução de escolas, mesquitas destruídas durante o período dos Cruzados. Em torno de 1382 a expansão territorial dos Mamelucos leva-os a confrontarem os Mongóis, e posteriormente os Otomanos. Estas campanhas vão estender-se até 1516, quando as forças do Sultão Selim I derrotam os Mamelucos na batalha de Marj Dabiq, e ocupam a totalidade da Palestina.
Durante os próximos 400 anos, o nome Palestina praticamente desaparece, pois a designação oficial sob a administração turca, uma vez que estes dividem o território em sub-províncias (vilayet) que recebiam o nome da sua cidade capital. Em 1799, durante a Guerras Napoleônicas, e no âmbito da Campanha do Egito, as tropas de Bonaparte invadem por pouco mais de um mês as cidades de Jaffa, Haifa e Caesarea; é ainda nesta altura, durante o cerco a Acre, que um estadista europeu publicamente avança com a idéia de um estado judaico na Palestina. De fato, Napoleão tinha uma proclamação preparada nesse sentido, mas nunca chegou a ser publicada.
Entre 1832 e 1840 esteve sob administração do Egito de Muhammad Ali, voltando à dependência direta do Império Otomano no fim desse período. Em 1873 a região é reorganizada administrativamente, sendo dividida em três grandes áreas: a Norte, de Jaffa a Jericó e o Rio Jordão a pertencer ao vilayet de Beirute. De Jaffa, ao longo da costa até ao Sinai, pertencia ao distrito de Jerusalém, enquanto o restante território (Península do Sinai, Deserto de Negev pertencia ao vilayet de Hijaz, que se estendia até a parte ocidental da Arábia. É também em torno desta data que os primeiros emigrantes judeus europeus, sionistas, começam a chegar à Palestina. A escola Mikveh Israel tinha sida fundada em 1870 pela Alliance Israélite Universelle, com o objetivo de ensinar aos colonos como cultivar a terra, por forma a obter os melhores resultados. As terras exploradas por estes colonos eram arrendadas diretamente à administração Turca.
Apesar das designações oficiais, o termo Palestina foi utilizado de forma informal, não só pelas populações locais, como em algumas situações, mesmo pelos Otomanos; a partir do século XIX a expressão Arz-i Filistin (A Terra da Palestina) aparece em vários documentos oficiais para indicar uma região a Oeste do Rio Jordão num sentido lato. O Império Otomano era um dos membros da Tríplice Aliança, e, portanto inimigo da Inglaterra na Primeira Guerra Mundial. Os ingleses, sobretudo a partir do Egito lançaram várias ofensivas contra os turcos, nomeadamente através das ações de Lawrence of Arabia, que à frente das forças árabes conquista a região, chegando até Damasco a 1 de Outubro de 1918. Contudo, um ano antes, a 2 de novembro de 1917, o então ministro britânico dos Assuntos Estrangeiros, Arthur James Balfour, havia enviado a Lord Rothschild a carta, conhecida como a Declaração de Balfour, na qual comprometia a Inglaterra na criação de um estado judaico.
Com o Tratado de Versalhes a Palestina no seu sentido lato é dividida entre a França, que ocupa os atuais Líbano e a Síria, e a Inglaterra. O enquadramento legal desta situação será dado pelo Mandato Britânico na Palestina produzido pela Sociedade das Nações, que baseado no Acordo Sykes-Picot previa que a Palestina seria colocada sob administração internacional. Esta situação iria manter-se até ao final da Segunda Guerra Mundial.
Apoiada no Mandato Britânico na Palestina, a Inglaterra estabelece uma administração semi-colonial, que apesar da Declaração de Balfour é reticente quanto à emigração judaica, tentando apaziguar a reação da população árabe - receosa de passar a ser uma minoria, por um lado, e por outro se sentindo traída pelas promessas feitas por Lawrence da Arábia durante a guerra contra os turcos a Faiçal, e depois quebrada.
A insatisfação é crescente entre os grupos de sionistas. Então, já em 1931, surge o primeiro grupo terrorista conhecido como tal, o Irgun. Essa força paramilitar sionista consistia em apressar a criação do estado de Israel pela imposição da força, expulsar e massacrar os povoados palestinos que se recusavam a vender suas terras aos sionistas, tal como aconteceu com vila Deir Yassin.
A ascensão do Nazismo e as perseguições aos judeus aumentam a pressão migratória sobre a administração inglesa, que, em face de uma crescente oposição árabe, à qual não é estranha a ajuda nazista ao Grão-Mufti de Jerusalém, Mohammad Amin al-Husayni, na propaganda anti-judaica, fecha cada vez mais os portos, chegando mesmo a repatriar emigrantes judeus para a Alemanha de Hitler.
No final da Segunda Guerra Mundial, os sobreviventes do Holocausto são impedidos de emigrar para a Palestina pela administração britânica. Os ânimos de ambos os lados exaltam-se e são acompanhados por uma escalada de violência que a Inglaterra já não consegue conter. A Grã-Bretanha, enfraquecida pela guerra e debilitada pela ação dos grupos judaicos extremistas- que, após uma trégua durante a guerra, regressam mais ativos e combativos no apoio à emigração clandestina e na luta armada - e de grupos árabes igualmente ativos, entrega a administração da Palestina à recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU).
O aumento dos conflitos entre judeus, ingleses e árabes forçou a reunião da Assembléia Geral da ONU, realizada em 29 de Novembro de 1947, que deliberou a partição da Palestina em dois estados, um judeu e outro árabe, que deveriam formar uma união econômica e aduaneira. A 14 de Maio de 1948 David Ben-Gurion declara o nascimento do Estado de Israel, ao assinar a Declaração de Independência. A Liga Árabe recusa esta partilha, e não reconhece Israel.
Em 15 de Maio de 1948, um dia depois da fundação do Estado de Israel, sete exércitos de países da Liga Árabe atacaram Israel. Durante a Guerra árabe-israelense, estimulada pelos países árabes, a maioria da população árabe da Palestina foge para os países vizinhos (Líbano, Jordânia, Síria e Egito) em busca de segurança. Com a vitória de Israel, a maioria desses refugiados, cerca de 750 mil, fica impedida de regressar às suas terras.
É na seqüência do trabalho efetuado no apoio a estes refugiados que nasce o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Após um período inicial de estadia nos países árabes vizinhos, muitos destes refugiados são expulsos desses países de acolhimento, dirigindo-se para o sul do Líbano, onde permanecem em campos de refugiados até hoje.
Em 1964, o Alto Comissariado da Palestina solicitou à Liga Árabe a fundação de uma Organização para a Libertação da Palestina (OLP), cuja missão estatutária é a destruição do Estado de Israel. Em 1988, a OLP proclamou o estabelecimento de um estado palestino. O principal líder da organização foi o egípcio Yasser Arafat, falecido em 2004. Arafat, após anos de luta contra Israel, renegou a luta armada, a violência e o terrorismo e iniciou as negociações que levaram aos Acordos de Paz de Oslo. Desde 1994, parte da Palestina está sob a administração da Autoridade Nacional Palestina, como resultado dos Acordos. Atualmente a Palestina é governada pelo primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, e pelo presidente Mahmoud Abbas, do Fatah, tendo havido confrontos armados entre os dois grupos em Gaza em 2007. Estes dois grupos que controlam o “poder” na Palestina, um aceita conversar e até já fez muitos acordos com Israel no sentido de se chegar a PAZ, este grupo é FATAH, mas o HAMAS, que ganhou as eleições legislativas e se sente soberano, rejeita as conversas com os Judeus e atiça a população a enfrentar os vizinhos com foguetes e homens bomba.
E assim se resume a história da Palestina; veja na página ao lado a história do arque rival ISRAEL. Após ambas as leituras, você mesmo poderá dizer qual destes povos têm razão ou se ambos são igualmente estúpidos ao ponto de se matarem da maneira que estão se matando.
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br