DESEJANDO UM NOVO TEMPO.

Um novo ano que se aproxima é o anúncio da chegada de um novo tempo. Com este prenúncio devemos nos preparar para nos despirmos de nossas vaidades pessoais e avaliarmo-nos.

Desejar viver um novo tempo é muito mais do que cantar aquela famosa canção: "Hoje é um novo dia de um novo tempo que começou...". É muito mais do que desejar um Feliz Ano Novo em meio a abraços e beijos que nem sempre partem do profundo do coração. É muito mais do que qualquer palavra dita; pois, viver um novo tempo não se faz com as palavras, que na maioria das vezes são frias de sentimento e de verdade. Para viver um novo tempo é necessário tomarmos atitudes.

A restrospectiva do ano que se vai, como anunciada na TV é legal; mas, fala do que aconteceu no mundo, de uma forma geral com outras pessoas; quase não tem nada a ver com o nosso ser como indivíduos pessoais. Não nos piora e nem tão pouco nos melhora. Nossa real restrospectiva deve ser no sentido do que gostariamos de ter feito e não fizemos? O que não gostaríamos de fazer, mas fizemos? Magoamos alguém? Ferimos? Insultamos? Discutimos? Ofendemos? O que prometemos, cumprimos? Com o quê nos comprometemos, concretizamos? Promessas de dietas, começar na academia, abandonar as drogas, parar de fumar e de beber, obedecer aos pais, fidelidade conjugal, honestidade, não aceitar o errado como certo, reprovar ofertas de propinas, não oferecer propinas. Juras de amor e compreensão; liberação de perdão. Quanto temos para "retrospectar"!

Viver um novo tempo é revisar palavras e rever atitudes. É primordial que sejamos honestos com nós mesmos. Contemplar aos que estão ao nosso redor, também é importante. Viver um novo tempo é uma questão de ideal. Para viver um novo tempo, então, é necessário almejarmos um ideal, um objetivo. E, para que um objetivo seja alcançado, em primeiro lugar deveremos decidir qual o nosso objetivo. Sim, porque se não sabemos onde queremos chegar, iremos nos contentar em chegar a qualquer lugar. E aqueles que se contentam com a mediocridade de não saber onde querem chegar, e pior, aqueles que se contentam em chegar a qualquer lugar, acabam por viverem como zumbis: tateando nas trevas da ignorância, invejando e alimentando-se da luz e da carne dos que estão à sua volta. Acabam frustrados e tristes e nem sabem o porquê disso. Por não saber onde queremos chegar, pobres miseráveis em muitas vezes nos tornamos. O desafio é saber qual o nosso objetivo para o novo tempo?

Em segundo lugar precisamos resolver como vamos chegar ao nosso objetivo. A humildade e a sabedoria são primordialmente necessárias para que decidamos como vamos chegar lá. Pés no chão, precisamos contabilizar nossos recursos. Precisamos ver se aquilo que almejamos é realmente necessário. Se existem dívidas, estas devem ser extinguidas; somente depois de liquidadas poder-se-á pensar em contrairem-se novas contas. Na questão da harmonia no lar devemos entender que, esta primeiramente, depende de nós. O equilíbrio deve ser buscado por cada um; porém, deve começar por nós. Chega de querer falar mais alto que o cônjuge, ou com os pais, ou com os filhos. Não esquecendo que às vezes nossas atitudes falam tão alto que os outros não conseguem ouvir o que dizemos. Queremos um lar ou uma casa onde dormir? Queremos uma família ou um grupo que se reúne numa casa, mas não vive em união. Sim, porque viver em união é o estabelecimento de que tudo é comum e primordial para todos; enquanto reunião, não passa de um ajuntamento de pessoas. Em se tratando de religiosidade, creio que todos deveríamos repensar às quantas andamos. Existem crentes, católicos, espíritas de diversos segmentos e outros religiosos mais, que não estão nem aí para a prática e compromisso. São religiosos, mas não praticam; muitas vezes nem sabem o que significam as doutrinas que estão incorporadas à fé que defendem. Muitos deflagram suas bandeiras só para comerem e beberem do melhor que a religião lhes possa oferecer. Dizer que são seguidores de tal segmento, chegar a ser vergonhoso. Um indivíduo que não tem compromisso com Deus, não pode esperar que Deus tenha compromisso com ele. O desafio, então, também é como chegaremos ao nosso obetivo de viver um novo tempo?

Em terceiro lugar, precisamos determinar quem chegará ao nosso objetivo conosco; não podemos nos esquecer que não devemos escolher chegar sozinhos. Sim, porque ao nosso redor estão pessoas que, direta ou indiretamente, dependem de nós. Assim é necessário que nos esvaziemos de nós mesmos e nos revistamos da capacidade de compartilhar. Queremos viver um novo tempo? Então precisamos saber dividir aquilo que nos sobra com quem nada tem. Quantas vezes nossas panelas de feijão, ou arroz, ou macarrão, para nós são alimentos dormidos, e por isso os jogamos fora simplesmente porque nossa despensa está abarrotada de diversos outros gêneros. E assim, nos esquecemos que ao nosso lado existem pessoas que, se compartilhássemos com elas o que temos na despensa ou até o que jogamos fora, não estariam passando tantas privações. Precisamos parar de olhar do alto para baixo com se estivéssemos em posição melhor que outros, e entender que todos estamos na mesma posição diante de Deus. Olhemos em frente e veremos aquilo que nem sabíamos existir. Assim, nosso próximo estará realmente próximo de nós. Quanto aos nossos familiares, é tempo de decidir se alcançaremos nosso objetivo com eles ou os deixaremos de fora de nossos planos, o que é uma atitude totalmente egosística, e por isso, desprezível. Novo tempo é tempo de inclusão! O desafio é quem chegará ao nosso objetivo conosco.

Quero concluir afirmando que para que possamos realmente viver um novo tempo é necessário que observemos, pelo menos, três ítens, a saber: Decidir qual o objetivo a ser atingido, Resolver como vamos chegar a este objetivo e escolher quem vai atingir esse objetivo conosco.Vem aí um novo tempo com a chegada do Ano Novo. O que faremos? Continuaremos isolados em nós mesmos com toda a nossa vaidade do Super-Eu? Ou nos revestiremos de humildade e uma nova expectativa de vida?

Meu desejo é que este texto sirva para uma reflexão verdadeira para cada um de nós. Para que o Ano Novo seja realmente a chegada de um Novo Tempo.

A todos um Feliz Ano Novo e desejos sinceros de que vivamos um Novo Tempo de Paz, Harmonia, Felicidade e Prosperidade.

Deus nos abençoe!

30/12/2008

PaPeL
Enviado por PaPeL em 30/12/2008
Reeditado em 03/01/2009
Código do texto: T1359606
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