Acerca de nossas crenças - porque agimos como agimos?
Basicamente todo o ser humano crê ou imagina que algo acima de todos os demais seres exista. Cada um pode visualizá-lo de acordo com sua crença básica, que foi uma das primeiras coisas que fora apresentada quando criança, na forma de um homem sábio sentado num trono e dirigindo o universo abaixo de seus pés, na forma da harmonia pura existente entre todos os seres vivos, num mundo onde a discórdia seja algo extinto e que quase ninguém saiba o que realmente significa ou num ser maior onde tudo isso esteja junto. A pessoa, ainda pode crer na energia que rege tudo e que se não estivermos sintonizados a ela, corremos graves riscos de que nossas vidas e sonhos tornem-se um verdadeiro fracasso e algo inatingível.
Em base num ser superior, que nos põe à prova diariamente, para enfrentarmos inúmeras tentações, situações e maneiras de como devemos encarar as coisas, que nos dá e ao mesmo tempo tira o nosso livre-arbítrio – sim, quando uma situação nos é apresentada, levamos em conta as opções, nossa crença, depois nossa moral e por fim a ética, levando em conta a não hipocrisia dos bons hábitos – e aí ‘decidimos’ o que é melhor a ser feito, ou pensamos que tenhamos tomado alguma decisão. Mas, se formos analisar de uma forma fria e realista, veremos que não fomos nós realmente que decidimos e sim diversos fatores ambientais que influenciaram nossa escolha e o pior, temos a grande convicção que fomos nós que decidimos como agir perante tal escolha, sendo que estamos agindo com algumas máscaras que foram colocadas sobre nós durante nossa experiência. Essas máscaras nós vamos ganhando ao vermos uma opinião, uma discussão ou um outro qualquer lado saindo como vencedor. E para ganharmos, acreditamos que se agirmos da mesma maneira anteriormente vista nos sairemos bem. Essa é uma crença baseada na tão necessária experiência para se sobreviver no mundo moderno.
Quando esse ser maior está envolvido diretamente em nossas escolhas, agimos de acordo com o que ele ou seus discípulos dizem e nos frustramos algumas vezes, querendo fazer algo e pensando que uma corda poderá se romper caso façamos tal coisa. E é claro, não queremos perder esse laço tão precioso que nos leva à pureza jamais atingida. Há também nessa outra crença, a idéia do conformismo e comodismo, que infelizmente leva tantas pessoas a desistirem de seus ideais primórdios, onde temos que acreditar que estamos passando por tal período de infelicidade ou de desgraças, porque teremos em breve a salvação de nossas almas, e tudo será utopicamente transformado. Abraçaremos leões ferozes, a miscigenação de raças será finalmente aceita, bem como as cores, os sexos e etnias, haverá fartura de alimentos e água e não haverá mais problemas políticos, econômicos e de forma alguma sociais (como mencionei a pouco). Mas hei de achar um ser humano que não queira uma vida assim, num mundo tão estável e sem conflitos. Então surge uma organização que mostra que isso é possível e veja, como é bom ficar mais perto desse sonho, e talvez o mais interessante, estamos sacrificando muitas de nossas coisas mundanas para alcança-la, temos que nos sacrificar afinal de contas, para que o prêmio seja merecido e de bom grado para todos nós. Da mesma forma, hei de achar alguém que nunca fez ou pensou em fazer algo que entre em conflito com esses princípios e errada a pessoa que achar que só porque não tenha feito e sim pensado em algo ‘errado’ não mereça apodrecer como os demais, pois os pensamentos são nossos desejos realizados mas ainda sem terem sido expressos exteriormente. E, de qualquer forma, pensamos em faze-lo, logo, estamos traindo os princípios religiosos e morais que nos foram pregados.
Infelizmente ainda é necessário que muitas pessoas pensem assim, pois senão haveria muita baderna e confusão, e nosso mundo ainda não está preparado para tal revolução. Vemos então a necessidade e o tamanho esforço das maiores organizações mundiais para manter o povo assim, ainda crente que uma vida melhor existirá, que é necessário ser pobre de vez em quando e ter aquela doença ou aquele pensamento de aceitação e de preferência sem revoltas. Vemos a indústria da moda, a ampla economia e as instituições religiosas em primeiro plano e o governo local, a mídia e a cultura em segundo plano, porém ambas trabalhando juntas para conseguirem alienar cada vez mais o povo e trata-lo como gostaria de ser tratado. Existe um ou outro que discorda, mas são poucos e não têm influência alguma. É um jogo de xadrez, onde os peões são realmente os fracos e com nenhuma voz ativa, os da fileira de trás, até que possuem um poder maior e conseguem de alguma forma atingir e afetar o outro lado, mas e os que ficam por trás, que nem sabemos quem são... esses sim sabem mexer tudo de acordo com o objetivo maior, algumas vezes perdem, outras ganham e sem que ninguém saiba o porque disso ter acontecido, é algo que os peões não imaginam que exista, mas está lá, influenciando diretamente sua vida cotidiana. O que fazer, o que comprar, o que vir a ser e como agir, são perguntas conscientes, porém com respostas que não temos controle, inconscientes.