Judeus, mulçumanos e cristãos acreditam que Deus é um só, daí a afirmação máxima das religiões monoteístas. Do ponto de vista dos cristãos e judeus, o Velho Testamento é único, mas só os judeus o seguem; cristãos acreditam que o livro salvador é o Novo Testamento; os mulçumanos têm o Corão como livro sagrado. Mesmo sendo eles crentes em Deus, o Deus Jeová, mulçumanos têm Maomé como o Profeta; cristão têm Jesus Cristo, que se chamava Emanuel, como o Salvador; já os Judeus, que não adoram um nome como as outras religiões, acreditam que as descendências de Moisés são os verdadeiros homens iluminados por Deus, mas tem em Davi o seu símbolo maior.
 
Cristãos chamam seus templos de IGREJA, mulçumanos de MESQUITAS, já os judeus os chamam de SINAGOGAS; uns adoram imagens, outros a abominam, uns comem porcos, já outros os acham impuros; uns podem casar com uma mulher, outros com quatro, mas tem outro ponto que todos acreditam na mesma coisa, que Israel e seus vastos arredores são terras santas, seja por nascimento de seus profetas, seja porque ali estão os restos mortais mais importantes de suas histórias. Todas as histórias das três grandes religiões monoteístas se encontram de alguma forma nos arredores de Jerusalém e cada palmo daquele chão já viu mais sangue do que o mais movimentado necrotério da mais sangrenta batalha contemporânea.
 
Romanos, egípcios e muitos outros povos tentaram se apoderar destas terras, mas ao longo de milhares de anos ela continua sendo “guardada” e disputada cabeça a cabeça pelas três grandes religiões do Deus chamado Jeová (ou Alah); por conta desta disputa infeliz e desumana, milhões de pessoas já deram suas vidas; crianças, velhos, grávidas, intelectuais e jovens se martirizam todos os anos para terem seus nomes gravados numa história ou numa estatística e o ódio vem se perpetuando desde os tempos de Jesus.
 
A mais velha delas é a judaica e a mais jovem, a islâmica e são justamente estas duas que travam as maiores e mais sangrentas batalhas pelo domínio de uma faixa de terra entre o sul do Líbano, Jordânia e o norte do Egito, bem onde termina a África e começa a Ásia; uma terra que malmente dá pedras, mas que possui um significado vital para todas estas religiões.
 
Depois da 2ª Guerra a ONU reconheceu o direito dos Judeus fundarem sua pátria, foi então que se criou o Estado de Israel, mas naquela região viviam os mulçumanos e cristãos numa terra que muito embora jamais fosse reconhecida oficialmente, se chama PALESTINA. Mesmo sendo massacrados pelo nazismo, os judeus não tiveram a piedade do povo que habitava a Palestina e então foi criado um dos maiores conflitos modernos do Planeta Terra; um reivindicava a terra que o outro dizia ser sua por honra, mérito e justiça, mas a decisão das Nações Unidas não mudou e o Estado de Israel passou a receber proteção máxima e apadrinhamento dos Estados Unidos; os palestinos, em menor número, bem mais pobres e com poucas armas, passaram a receber a proteção não oficial de todas as nações contrarias aos Estados Unidos e o ódio religioso passou a ser a bandeira de todos.
 
Se você estudar muito sobre o tema ainda não saberá ao certo como tudo isso começou e porque eles se matam tanto até hoje. Os mulçumanos se prendem a bombas poderosas e é muito comum ver um deles explodindo altas cargas de dinamites no próprio corpo para poderem matar os judeus; os judeus, bem armados, mandam bombas poderosas para a Palestina e com isso, vai pelos ares dezenas de mulçumanos e no centro de tudo isso, também em grande número mas um pouco menos agressivos, os cristãos ficam no centro deste circo dos horrores.
 
Ao longo de cinco décadas muitos cessar fogos foram discutidos e em alguns momentos a história se incumbiu de “dar uma mãozinha” elegendo os líderes de ambos os lados como Prêmios Nobel da Paz, mas esta pantomima sem engenharia lógica não poderia mesmo dar certo e o resultado posterior aos prêmios foi mais derramamento de sangue de ambos os lados. Líderes das duas “nações religiosas” foram assassinados e outros surgiram como salvadores, mas como já dizia o profeta popular: de boas intenções o inferno está abarrotado! Morre um, nasce outro e assim vai se conduzindo o ciclo dos sedentos pela terra santa de Israel.
 
Os palestinos se auto-rotulam como fracos e corajosos; atiram pedras contra o Gigante e acreditam que conseguirão derrotá-los um dia, já os judeus, acham que matando os islamitas conseguirão sacá-los da disputa, mas é justamente em ambas as teorias que se incrusta o mal e o desejo de vingança se torna ainda mais vivo para as próximas gerações; ninguém consegue se entender ou se fazer entender e os poucos que possuem a real intenção de paz entre estes dois povos não conseguem a atenção devida por parte dos líderes.
 
Estamos findando o ano de 2008; desde a fundação de Israel já se passaram 60 anos; milhares de inocentes morreram e outros milhares irão morrer por uma causa que sequer sabem ao certo o motivo, o maior motivo é a estupidez, a estupidez de dois povos que acreditam no mesmo Deus e que mesmo irmanados pela mesma divindade, se matam como animais selvagens promovendo a ira ao grau máximo e alastrando ela pelo resto do mundo.
 
Neste final de Ano, troca de ofensas e bombas dos dois lados já vitimaram mais de 300 pessoas a poucos dias da comemoração universal da CONFRATERINIZAÇÃO UNIVERSAL, que só existe no papel; da mesma forma que escrevi sobre o natal desumano e triste, o faço com a mensagem de final de ano, que mais uma vez se repete trágica e cruel para muitos povos; que estes idiotas que sentem donos do mundo e sabedores maiores da verdade consigam dotar-se de inteligência, tolerância, humildade e compaixão do restante do mundo que sofre por eles e por mais que digam que é um problema exclusivo deles, sempre temos que lembrar nossos amigos judeus, mulçumanos e cristãos que acabam morrendo sem participar de nenhuma destas atrocidades ou ainda que o mundo permaneça ainda mais manchado, após estes ataques egoístas que ambas as partes promovem em nome de uma causa religiosa.
 
Que 2009, aconteça podendo nos fazer enxergar mais paz em Israel, Palestina, Líbano, Iraque, Irã, Egito e todas as nações árabes, fazendo mostrar a juventude que apesar de estarmos em religiões diferentes, somos todos pertencentes da mesma raça, a raça humana e que se alguém, destes radicais inúteis, se sentirem incomodados, que dêem fim em suas próprias vidas para poderem encontrar mais cedo o Deus que eles acreditam.
 
Não sou judeu, mulçumano, muito menos praticante da cristandade; não tenho religião formalizada em meu caráter social, mas pelo menos me orgulho de não desejar a morte de meus oponentes, se é que os tenho; não tenho terras por herança religiosa, muito menos um lar em disputa, mas desejo de coração que todos os povos se unam em torno de uma causa mais nobre, como por exemplo, salvar o planeta que eles mesmos ajudaram a destruir.
 
Pela igualdade, liberdade e fraternidade; FELIZ 2009, pois assim necessitaremos!
 
 
CARLOS HENRIQUE MASCARENHAS PIRES
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CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 29/12/2008
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