A EDUCAÇÃO MODERNA E OS VALORES MORAIS
Vivemos no mundo da modernidade. Os tempos são outros. As pessoas também.
Tudo sempre caminha para a evolução.
A sociedade atual é portadora de espantosa inteligência. Há dez anos atrás, era impossível pensar- se por exemplo, que seria possível a um executivo, acompanhar os acontecimentos de sua empresa a longa distância, sendo capaz de tomar uma decisão com um simples "click". Pois bem, a velocidade do tempo e a evolução intelectual do homem viabilizaram tal possibilidade.
Os meios de comunicação nos surpreendem dia a dia. Rompem distâncias, vencem obstáculos físicos, levando as informações aos locais exatos.
Infelizmente porém, nem todos sabemos usar tamanha tecnologia, e é justamente aí, que pode haver uma grande armadilha.
As facilidades do mundo moderno poderiam ser grandes instrumentos na transformação moral do ser humano. Mas as mentes pensam diferente, o que aliás também é bom, pois se assim não fosse, não debateríamos nossas discordâncias, ficando impossibilitados de buscar nossa evolução.
São assustadores na realidade, os tipos de informação que circulam, sobretudo na grande rede. Em meio há tantas informações produtivas, de muita valia para o mundo, circulam também muitas coisas que nos levam do nada ao lugar nenhum, sem falar nos programas maliciosos que estão por aí e seriam capazes até mesmo de limpar a alma dos computadores, se eles a possuíssem.
Meus antepassados não precisavam lidar com tanta informação. Certamente, não estavam preparados. Mas analisando certos pontos, talvez possa ter havido mais vantagens que desvantagens viver no "tempo antigo", como dizia minha avó.
Não havia a televisão que dedica noventa por cento de sua programação à propagação da desgraça alheia, num sensacinalismo de doer. Não existiam também os computadores, com os quais podemos realizar prodígios, mas que insistimos em usá- los porcamente, escrevendo bobagens na modernidade dos sites de relacionamento. Por sinal, essa palavra nunca foi tão mal utilizada. Que relacionamentos são esses, dependentes de uma máquina para ocorrer. Nos tempos de vovó era olho no olho. Não havia espaço para mentira. A boca pode até mentir. Já nossos olhos, dizem tudo a nosso respeito. A sabedoria dos antigos dispensava até assinatura. Lá, a palavra sempre valeu mais. Pra que esconder- se, se ninguém era devedor de ninguém (e não falo de dinheiro apenas). Eu devo, eu pago. Simples assim.
Antigamente pedir a benção era obrigação. Demonstrava respeito e gratidão pelos pais. Pais conheciam seus filhos de longe. Onde estavam, com quem, porque.
Namoro era consentido. Não pode haver medida mais sábia, visto que relacionamentos são construídos pela convivência. Através de conversas sinceras, descobrimos o afeto, o carinho e o amor. Transar?
Só depois de muito conhecer.
Desrespeito era punido severamente. Castigos pesados e surras de cinta, mostravam, rispidamente, é verdade, a importância de valorizar quem quer que seja.
Para conquistar algo e chamar de seu, só pela benção do trabalho enobrecedor que burila o homem.
A modernidade atual, muitas vezes, nos faz inverter valores, enfraquece o relacionamento pessoal. O vil metal fala alto diante da facilidade de ganhar coisas. Hoje damos objetos. Antigamente, vovó se dava de corpo e alma aos seus.
Vovó deu- me muito de si, mostrou- me valores, que a modernidade jamais apagará!
Nota: esse artigo deu origem à carta "Retratação Pública ao Metal"