O rádio obteve considerável crescimento nos investimentos publicitários nos últimos anos, adquirindo mais espaço e o reconhecimento de sua importância como veículo de mídia. Os profissionais de mídia decidem dedicar parte da verba do cliente ao meio rádio, baseados em fatos que são facilmente comprovados, pois basta observar o consumidor/ouvinte e analisar seus hábitos. As pessoas ouvem rádio, em média, 3 horas e 45 minutos por dia, o que aumenta as possibilidades de que a mensagem comercial atinja o público-alvo as várias vezes que são recomendáveis.
O rádio pode acompanhar o consumidor na hora da compra. Pesquisa Marplan comprova que este veículo está junto a 93% do público na hora da compra. Este fator pode ser decisivo na guerra travada nas gôndolas do ponto de vendas, já que o rádio será a última mídia a atingí-lo. As possibilidades são multiplicadas se o anúncio for um jingle que dê bons resultados de recall. A audiência da televisão não se aproxima do índice registrado pelo rádio durante o horário comercial, quando as empresas e comércios estão em funcionamento, ou seja, é uma mídia indispensável para atingir o consumidor durante o dia, quando as pessoas costumam fechar negócios e efetuar compras.
Outro dado interesse que deve ser considerado é que o horário nobre do rádio dura 13 horas diárias, enquanto o da televisão dura apenas 3 horas ao dia, sendo este um horário no qual as maiorias das pessoas já estão em casa e querem apenas descansar. Apesar desta grande vantagem, a veiculação no rádio custa 15 vezes menos do que na TV.
Segundo o Ibope, o rádio fica com o consumidor 17% mais tempo do que a televisão, além do fato de que ele pode estar em qualquer local que a mensagem será recebida, sem que tenha que estar olhando para o aparelho.
A pessoa pode realizar todas as tarefas ouvindo rádio, desde acordar e comer, até trabalhar, caminhar e locomover-se. Aumentam-se, assim, as chances do seu comercial ser assimilado. Prova maior destas afirmações é o dado do Ibope que diz que 99% dos motoristas que passam mais de 10 horas por dia dirigindo ouvem rádio assiduamente. O rádio está presente em 99% dos lares brasileiros e em 83% dos automóveis que circulam no país. A televisão, vedete da mídia, está em apenas 75% dos domicílios.
O fantasma que assusta profissionais de propaganda com relação ao meio TV não ocorre no rádio. Falamos do zapping, tradicional após o advento do controle remoto. O ouvinte, normalmente, não muda de emissora de rádio só porque chegou o intervalo comercial, ele apenas aceita-o e ouve, por não lhe ser desagradável.
O rádio foi o meio de comunicação de maior prestígio até a década de 60, já que nesta época, era ele o principal meio de informação da população. Hoje, as emissoras estão fazendo uma série de mudanças estratégicas para atender aos anseios do público e aos avanços tecnológicos, no intuito de agregar ao meio o antigo prestígio que tinha junto aos anunciantes. A questão aqui é descobrir os motivos que fizeram com que o meio, que continua sendo um dos mais econômicos, apresentando o menor custo por mil dentre os diversos tipos de mídias, perdesse parcialmente seu glamour.
Analisando a história do rádio após a década de 60, com a entrada da televisão no mercado brasileiro, verificaremos que as emissoras que passavam por dificuldades financeiras foram arrematadas por Igrejas ou renderam-se aos interesses políticos, deixando-se manipular pelos militares. As emissoras que se mantinham bem não podiam fornecer aos anunciantes dados de audiência, cobertura e perfil de seu público, o que se tornou um grande empecilho para a compra de espaços nesta mídia. Mesmo as pesquisas que existiam eram extremamente falhas e não representavam a realidade de penetração e consumo no meio.
Há nesta época um problema de grandeza semelhante, a dificuldade de fiscalização do meio pelo anunciante, argumento utilizado por muitos para não anunciar no rádio. Na década de 80, houve um aumento considerável no número de emissoras sem visão empresarial, com
transmissões e programações de baixa qualidade, que resultou na falta de credibilidade do público. Estes dados são confirmados por gerentes comerciais de diversas emissoras. A desunião dos profissionais do meio e o descaso pela criação de peças publicitárias para o rádio, também são fatores que trazem maus resultados em credibilidade para este veículo. A demonstração clara deste fato são as raras premiações de peças para esta mídia, já que há muitos comerciais sendo veiculada em rádio, sem devida adequação ao meio, ou sequer, criação própria.
Vêem-se, até mesmo, simples e errôneas adaptações de comerciais da televisão para o rádio, esquecendo-se da arma mais poderosa que o rádio tem: a oportunidade de estimular a imaginação do consumidor. O trabalho sério, desprendido de interesses políticos, além de muita criatividade são as chaves para a qualidade da programação e aumento da credibilidade do meio junto aos ouvintes e, por conseqüência, dos anunciantes.
O rádio é um meio de comunicação que tem muitas vantagens sobre os demais, mesmo assim, é considerado apenas mídia de apoio, já que sua credibilidade teria caído consideravelmente nas décadas de 70, 80 e 90.
Buscando reverter este quadro de importância, as emissoras de rádio estão tomando uma série de medidas que vem dando resultados satisfatórios nos últimos anos, quando o rádio aumentou sua fatia no bolo publicitário, enquanto a televisão, vedete das mídias, perdeu 1,7% da sua receita no último ano, 1999.
O marketing, os investimentos em serviços e as pesquisas de público foram às medidos utilizados para alcançar este crescimento.
As pesquisas realizadas pelas emissoras fizeram uns “Raios-X" dos ouvintes, descobrindo qual o perfil de público que atingem e, assim, apostaram na segmentação e nos investimentos em ações de marketing que atraem estes ouvintes e, também, a atenção dos anunciantes.
A segmentação adotada pelas grandes emissoras mostra a pluralidade da cultura existente no Brasil. Nota-se que atualmente, qualquer pessoa que busque no dial uma emissora com a qual se identifique, a encontrará com louvor. Há pelo menos uma emissora adequada para cada tipo de público, gosto musical e faixa etária. As emissoras que apostaram nesta arma, a segmentação, estão felizes com os resultados que obtiveram. Em curto espaço de tempo, ganharam público qualificado e, como conseqüência, bons anunciantes, aumentando suas receitas e lucros.
O segmento mais promissor do mercado é o público jovem, consumidor potencial e formador de opinião. Neste filão aposta à rádio paulistana 89 FM, que com tanto sucesso, já pensa em abrir franquias no interior. Atingindo um público compreendido entre 15 e 29 anos, pertencentes às classes A e B, a rádio é predominantemente musical, tocando rock e dando flashes com informações gerais e do trânsito da capital paulista.
O site da rádio já completou três anos e tem cerca de 150 mil Page views/mês, garantindo a interatividade da rádio, que recebe em média 1 milhão de e-mails por dia, número semelhante às ligações telefônicas que recebe diariamente. A rádio teve em 1999, receita 18% maior do que no ano anterior, o que representa um aumento de R$ 9,2 milhões, conseguindo demonstrar aos anunciantes o potencial aquisitivo do público específico que atinge, com a sua comunicação descontraída e linguagem adequada, aos jovens.
A interatividade do rádio é tão antiga quanto ele, pois desde os seus primórdios, o meio já atendia os pedidos musicais e ouvia opiniões e sugestões de seus ouvintes. As pessoas, através de cartas ou telefonemas, comunicavam-se com os locutores, devido à credibilidade deste meio de comunicação com seus ouvintes, que geralmente são fiéis a rádio com a qual se identificam.
Este público participava de promoções, contava seus problemas, prestava homenagens, pedia uma música especial, confirmava informações e até mesmo tirava dúvidas. Hoje, uma nova Era de interatividade está no mercado, via Internet. As rádios têm grande semelhança com o novo veículo, nos critérios interatividade e agilidade. Aproveitando-se desta vantagem, todas as grandes emissoras já possuem seus sites, com informações sobre a rádio, que sanam algumas curiosidades dos ouvintes, além de promoverem a oportunidade de dar opiniões sobre a programação, participar de promoções, fazer pedidos e perguntas.
Além de toda esta interatividade, o internauta pode visitar virtualmente os estúdios de algumas rádios, que instalaram câmeras digitais, de onde são transmitidas as imagens do que está ocorrendo naquele momento. O recurso de transmissão de áudio em tempo real é utilizado por praticamente todos estes sites. A nova forma de comunicar-se com as rádios trouxeram para as emissoras que investiram e continuam apostando milhões em tecnologia para aperfeiçoar seus sites, novos anunciantes e, com eles, muito lucro. O aumento na credibilidade junto ao público é iminente.
O rádio é o meio que possui maior audiência durante o dia, das 07h00 às 19h00. Seu pico de audiência está no horário das 10h às 11h, com 795.800 ouvintes por minuto. Já a TV tem o seu auge no horário das 20h às 22h, com 640.000 telespectadores.
Agilidade: A mensagem pode ser autorizada e veiculada no mesmo dia.
Seletividade: As emissoras possuem perfil de público bem definido, podendo atingir os segmentos jovem, adulto, popular.
Custo acessível: Requer poucos investimentos em termos absolutos (produção e veiculação), o que possibilita maior cobertura com uma freqüência eficaz, além do menor custo por mil.
Uma produção de alto nível para o rádio custa 95% menos que para a TV.
Conscientização da mensagem: A mensagem é recebida pelo consumidor de maneira que se fixe em sua mente, isto ocorre principalmente se a criação for específica para o meio e se estiver relacionada à programação, ao perfil da emissora. Por exemplo, um jingle country numa emissora popular, que toca músicas sertanejas, atinge diretamente ao público alvo de maneira bem agradável, pois está literalmente inserida na programação. Certamente seu consumidor cantará seu jingle por aí.
Meio de maior cobertura: O rádio está presente em quase 100% dos lares brasileiros, além de acompanhá-los em seu percurso diário através dos aparelhos instalados nos carros e até mesmo os walkmans.
Formas de Comercialização: O rádio oferece vantagens até mesmo nos diversos modos de comercialização que podem ser utilizados. “Além das inserções avulsas, geralmente de 30”, o meio oferece promoções em parceria rádio-cliente; patrocínios tanto de programas da emissora, quanto de grandes eventos; pacotes promocionais envolvendo revistas, jornais, internet e os Pedágios, tão conhecidos pelos ouvintes.
PONTOS NEGATIVOS PODEM SER ARMAS PODEROSAS:
• Depende apenas do áudio para influenciar o consumidor; (isto é ótimo, ponha o pessoal da criação para trabalhar)
• Permanência da mensagem curta; (e daí, o custo é baixo mesmo, só precisa de um bom planejamento de mídia, com uma freqüência maior, não é?)
• A impossibilidade de fazer a demonstração do produto; (tudo bem... mais uma vez, pessoal da criação... mexa com a imaginação do ouvinte.)
Levando em conta essas considerações, está mais que na hora do mercado publicitário repensar o meio rádio e toda a sua eficácia.
Sigamos em frente com algumas considerações técnicas importantes.
OPCIONAIS DO RÁDIO: Embora a audiência das emissoras AM, seja bem menor que a audiência das FM, essas emissoras têm claramente traçado o perfil de seu público. Adulto, homens, classes A e B, embora tenhamos também uma popular líder em audiência, a Globo AM.
Este é o perfil de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre – onde os rádios têm grande força, tanto em AM, quanto em FM, em geral o rádio têm grande força em toda a região sul do país, fortemente representada pela RBS (Rede Brasil Sul), que têm como principal emissora a rádio Gaúcha AM. Segundo dados de pesquisa RBS, a participação do rádio na região sul do país no bolo publicitário é de 12%, enquanto no Brasil é de 4%. As emissoras de freqüência AM, não estão totalmente isoladas, nem tampouco foram abandonadas por seu público alvo e pelos anunciantes. Em São Paulo, podemos citar as emissoras Jovem Pan AM e a Bandeirantes AM - hoje transmitida também em FM.
Estas emissoras têm programação qualificada, jornalismo crítico, de qualidade, além de ampla cobertura esportiva, principalmente voltada ao futebol, que é grande atrativo aos ouvintes de AM. Um público de alto poder aquisitivo e formador de opinião. E essas emissoras têm cada vez mais investidas nestes pontos que favorecem sua audiência.
Outro fator positivo para estas emissoras são seus comunicadores, que transmitem muita credibilidade para os ouvintes, geralmente são muito carismáticos e, muitas vezes, chegam praticamente a ser a “cara da emissora”. É o caso do jornalista Milton Neves, da rádio Jovem Pan AM de São Paulo, apresentador de programas esportivos, principalmente ligados ao futebol, está cada vez mais conquistando não só os ouvintes, como também atraindo grandes anunciantes. Prova maior de seu poder como comunicador e do poder do rádio é que ele hoje está também na televisão, no jornal, na Internet e na publicidade. Tudo o que ele faz alcança o sucesso almejado.
A credibilidade em qualquer meio é fundamental, e o rádio, em toda a sua história, tem comprovado a que veio, a serviço dos ouvintes, que por sua vez, atraem os anunciantes. Quanto à FM não temos muito o que dizer, afinal, todos os publicitários sabem muito bem que esta é a maior em audiência e que o público é mais jovem, além de estarem sempre envolvidas em grandes eventos e promoções, e oferecendo também muitos serviços aos seus ouvintes.
FISGANDO O ANUNCIANTE: Certamente que os anunciantes não têm o que temer quanto ao fato de poderem acompanhar anúncio a anúncio no rádio, devido à quantidade de inserções diárias, ou até mesmo, o número de emissoras em que possivelmente anuncia. As emissoras de rádio, como as de TV, sempre disponibilizaram comprovantes de irradiação ou veiculação, mostrando datas e horários dos anúncios, como possíveis compensações, no caso de falhas, etc...
Porém, muitos anunciantes desconfiam da seriedade do trabalho dessas emissoras. Por isso foi apresentado em janeiro de 1999 ao mercado publicitário o Radio Control, um software que consiste em um sistema de checking automático de veiculação de comerciais em rádio, o mais avançado do mundo. Um sinal eletrônico é inserido em cada spot ou jingle. Toda vez que a peça é executada, este sinal é enviado para uma central computadorizada, registrando a hora, a data e a emissora, em seguida, relatórios completos são emitidos através da Internet para os anunciantes. A margem de erro é sempre próxima a zero.
O Radio Control foi desenvolvido em parceria da Rádio 2 Comunicações, a norte-americana WebChoice e a dinamarquesa ITE (Interactive Television Entertainment). Não só os profissionais de rádio como alguns publicitários se uniram em grande esforço para provar aos anunciantes e até mesmo ao mercado publicitário o quanto o rádio é um meio confiável e sério.
Também no início de 1999, representantes de 11 emissoras implantaram o GPR – Grupo dos Profissionais do Rádio - apresentando como principal diferencial, o fato de permitir a filiação apenas de profissionais diretamente ligados às áreas de marketing e comercial das emissoras, privilegiando a condução dos negócios relacionados à propaganda.
Além de buscarem soluções para maior participação do meio no bolo publicitário, criam premiações para incentivar os criativos a produzirem peças específicas para o rádio.
COMPROVE AQUI AS TEORIAS: A Rádio 2 realizou um estudo chamado “O Mapa da Mídia”, que fornece informações que, mais uma vez, comprovam a eficácia do meio. Alguns dados estatísticos de grande relevância:
• 83% dos automóveis no Brasil possuem rádio.
• Nos últimos 5 anos a audiência média do rádio cresceu 44%.
• Pesquisa PROPEG aponta o rádio como a mídia com maior índice de satisfação do público: 73%
No Brasil 38.400.000 domicílios possuem rádio, a distribuição destes números por região é a seguinte:
• Norte 2.050.000 de aparelhos ou 78,6% dos domicílios.
• Nordeste 8.802.000 de aparelhos ou 81,8% dos domicílios.
• Centro-Oeste 2.622.000 de aparelhos ou 88,0% dos domicílios.
• Sudeste 18.273.000 de aparelhos ou 94,7% dos domicílios
• Sul 6.653.000 de aparelhos ou 96% dos domicílios.
AUDIÊNCIA: A PROVA PERFEITA: Em uma pesquisa realizada pelo Datafolha em Janeiro de 1997, nas ruas de São Paulo, constatou-se que a grande maioria dos motoristas tem rádio no carro e quase metade deles estavam ouvindo alguma emissora no momento em que foram abordados. Nas grandes metrópoles as pessoas passam horas presas no trânsito, assim o rádio torna-se grande companheiro de viagem. Tomando-se por base um universo de 1,6 milhão de pessoas que circulam de carro pela cidade, estima-se que o número de ouvintes seja de mais de 762 mil por minuto.
Mensagem: Amigos publicitários, nós estudantes de propaganda, amantes da arte e apaixonadas pelo que fazemos, esperamos ter contribuído de alguma forma para que vocês possam perceber a importância que o rádio tem como veículo de comunicação e em quanto este veículo está presente no dia a dia das pessoas.
Está na hora de criar peças realmente criativas e específicas para rádio, utilizado todas as vantagens que só está mídia oferece.
Lembrem-se: O rádio pode acompanhar o consumidor, onde quer que ele vá.
O rádio pode acompanhar o consumidor na hora da compra. Pesquisa Marplan comprova que este veículo está junto a 93% do público na hora da compra. Este fator pode ser decisivo na guerra travada nas gôndolas do ponto de vendas, já que o rádio será a última mídia a atingí-lo. As possibilidades são multiplicadas se o anúncio for um jingle que dê bons resultados de recall. A audiência da televisão não se aproxima do índice registrado pelo rádio durante o horário comercial, quando as empresas e comércios estão em funcionamento, ou seja, é uma mídia indispensável para atingir o consumidor durante o dia, quando as pessoas costumam fechar negócios e efetuar compras.
Outro dado interesse que deve ser considerado é que o horário nobre do rádio dura 13 horas diárias, enquanto o da televisão dura apenas 3 horas ao dia, sendo este um horário no qual as maiorias das pessoas já estão em casa e querem apenas descansar. Apesar desta grande vantagem, a veiculação no rádio custa 15 vezes menos do que na TV.
Segundo o Ibope, o rádio fica com o consumidor 17% mais tempo do que a televisão, além do fato de que ele pode estar em qualquer local que a mensagem será recebida, sem que tenha que estar olhando para o aparelho.
A pessoa pode realizar todas as tarefas ouvindo rádio, desde acordar e comer, até trabalhar, caminhar e locomover-se. Aumentam-se, assim, as chances do seu comercial ser assimilado. Prova maior destas afirmações é o dado do Ibope que diz que 99% dos motoristas que passam mais de 10 horas por dia dirigindo ouvem rádio assiduamente. O rádio está presente em 99% dos lares brasileiros e em 83% dos automóveis que circulam no país. A televisão, vedete da mídia, está em apenas 75% dos domicílios.
O fantasma que assusta profissionais de propaganda com relação ao meio TV não ocorre no rádio. Falamos do zapping, tradicional após o advento do controle remoto. O ouvinte, normalmente, não muda de emissora de rádio só porque chegou o intervalo comercial, ele apenas aceita-o e ouve, por não lhe ser desagradável.
O rádio foi o meio de comunicação de maior prestígio até a década de 60, já que nesta época, era ele o principal meio de informação da população. Hoje, as emissoras estão fazendo uma série de mudanças estratégicas para atender aos anseios do público e aos avanços tecnológicos, no intuito de agregar ao meio o antigo prestígio que tinha junto aos anunciantes. A questão aqui é descobrir os motivos que fizeram com que o meio, que continua sendo um dos mais econômicos, apresentando o menor custo por mil dentre os diversos tipos de mídias, perdesse parcialmente seu glamour.
Analisando a história do rádio após a década de 60, com a entrada da televisão no mercado brasileiro, verificaremos que as emissoras que passavam por dificuldades financeiras foram arrematadas por Igrejas ou renderam-se aos interesses políticos, deixando-se manipular pelos militares. As emissoras que se mantinham bem não podiam fornecer aos anunciantes dados de audiência, cobertura e perfil de seu público, o que se tornou um grande empecilho para a compra de espaços nesta mídia. Mesmo as pesquisas que existiam eram extremamente falhas e não representavam a realidade de penetração e consumo no meio.
Há nesta época um problema de grandeza semelhante, a dificuldade de fiscalização do meio pelo anunciante, argumento utilizado por muitos para não anunciar no rádio. Na década de 80, houve um aumento considerável no número de emissoras sem visão empresarial, com
transmissões e programações de baixa qualidade, que resultou na falta de credibilidade do público. Estes dados são confirmados por gerentes comerciais de diversas emissoras. A desunião dos profissionais do meio e o descaso pela criação de peças publicitárias para o rádio, também são fatores que trazem maus resultados em credibilidade para este veículo. A demonstração clara deste fato são as raras premiações de peças para esta mídia, já que há muitos comerciais sendo veiculada em rádio, sem devida adequação ao meio, ou sequer, criação própria.
Vêem-se, até mesmo, simples e errôneas adaptações de comerciais da televisão para o rádio, esquecendo-se da arma mais poderosa que o rádio tem: a oportunidade de estimular a imaginação do consumidor. O trabalho sério, desprendido de interesses políticos, além de muita criatividade são as chaves para a qualidade da programação e aumento da credibilidade do meio junto aos ouvintes e, por conseqüência, dos anunciantes.
O rádio é um meio de comunicação que tem muitas vantagens sobre os demais, mesmo assim, é considerado apenas mídia de apoio, já que sua credibilidade teria caído consideravelmente nas décadas de 70, 80 e 90.
Buscando reverter este quadro de importância, as emissoras de rádio estão tomando uma série de medidas que vem dando resultados satisfatórios nos últimos anos, quando o rádio aumentou sua fatia no bolo publicitário, enquanto a televisão, vedete das mídias, perdeu 1,7% da sua receita no último ano, 1999.
O marketing, os investimentos em serviços e as pesquisas de público foram às medidos utilizados para alcançar este crescimento.
As pesquisas realizadas pelas emissoras fizeram uns “Raios-X" dos ouvintes, descobrindo qual o perfil de público que atingem e, assim, apostaram na segmentação e nos investimentos em ações de marketing que atraem estes ouvintes e, também, a atenção dos anunciantes.
A segmentação adotada pelas grandes emissoras mostra a pluralidade da cultura existente no Brasil. Nota-se que atualmente, qualquer pessoa que busque no dial uma emissora com a qual se identifique, a encontrará com louvor. Há pelo menos uma emissora adequada para cada tipo de público, gosto musical e faixa etária. As emissoras que apostaram nesta arma, a segmentação, estão felizes com os resultados que obtiveram. Em curto espaço de tempo, ganharam público qualificado e, como conseqüência, bons anunciantes, aumentando suas receitas e lucros.
O segmento mais promissor do mercado é o público jovem, consumidor potencial e formador de opinião. Neste filão aposta à rádio paulistana 89 FM, que com tanto sucesso, já pensa em abrir franquias no interior. Atingindo um público compreendido entre 15 e 29 anos, pertencentes às classes A e B, a rádio é predominantemente musical, tocando rock e dando flashes com informações gerais e do trânsito da capital paulista.
O site da rádio já completou três anos e tem cerca de 150 mil Page views/mês, garantindo a interatividade da rádio, que recebe em média 1 milhão de e-mails por dia, número semelhante às ligações telefônicas que recebe diariamente. A rádio teve em 1999, receita 18% maior do que no ano anterior, o que representa um aumento de R$ 9,2 milhões, conseguindo demonstrar aos anunciantes o potencial aquisitivo do público específico que atinge, com a sua comunicação descontraída e linguagem adequada, aos jovens.
A interatividade do rádio é tão antiga quanto ele, pois desde os seus primórdios, o meio já atendia os pedidos musicais e ouvia opiniões e sugestões de seus ouvintes. As pessoas, através de cartas ou telefonemas, comunicavam-se com os locutores, devido à credibilidade deste meio de comunicação com seus ouvintes, que geralmente são fiéis a rádio com a qual se identificam.
Este público participava de promoções, contava seus problemas, prestava homenagens, pedia uma música especial, confirmava informações e até mesmo tirava dúvidas. Hoje, uma nova Era de interatividade está no mercado, via Internet. As rádios têm grande semelhança com o novo veículo, nos critérios interatividade e agilidade. Aproveitando-se desta vantagem, todas as grandes emissoras já possuem seus sites, com informações sobre a rádio, que sanam algumas curiosidades dos ouvintes, além de promoverem a oportunidade de dar opiniões sobre a programação, participar de promoções, fazer pedidos e perguntas.
Além de toda esta interatividade, o internauta pode visitar virtualmente os estúdios de algumas rádios, que instalaram câmeras digitais, de onde são transmitidas as imagens do que está ocorrendo naquele momento. O recurso de transmissão de áudio em tempo real é utilizado por praticamente todos estes sites. A nova forma de comunicar-se com as rádios trouxeram para as emissoras que investiram e continuam apostando milhões em tecnologia para aperfeiçoar seus sites, novos anunciantes e, com eles, muito lucro. O aumento na credibilidade junto ao público é iminente.
O rádio é o meio que possui maior audiência durante o dia, das 07h00 às 19h00. Seu pico de audiência está no horário das 10h às 11h, com 795.800 ouvintes por minuto. Já a TV tem o seu auge no horário das 20h às 22h, com 640.000 telespectadores.
Agilidade: A mensagem pode ser autorizada e veiculada no mesmo dia.
Seletividade: As emissoras possuem perfil de público bem definido, podendo atingir os segmentos jovem, adulto, popular.
Custo acessível: Requer poucos investimentos em termos absolutos (produção e veiculação), o que possibilita maior cobertura com uma freqüência eficaz, além do menor custo por mil.
Uma produção de alto nível para o rádio custa 95% menos que para a TV.
Conscientização da mensagem: A mensagem é recebida pelo consumidor de maneira que se fixe em sua mente, isto ocorre principalmente se a criação for específica para o meio e se estiver relacionada à programação, ao perfil da emissora. Por exemplo, um jingle country numa emissora popular, que toca músicas sertanejas, atinge diretamente ao público alvo de maneira bem agradável, pois está literalmente inserida na programação. Certamente seu consumidor cantará seu jingle por aí.
Meio de maior cobertura: O rádio está presente em quase 100% dos lares brasileiros, além de acompanhá-los em seu percurso diário através dos aparelhos instalados nos carros e até mesmo os walkmans.
Formas de Comercialização: O rádio oferece vantagens até mesmo nos diversos modos de comercialização que podem ser utilizados. “Além das inserções avulsas, geralmente de 30”, o meio oferece promoções em parceria rádio-cliente; patrocínios tanto de programas da emissora, quanto de grandes eventos; pacotes promocionais envolvendo revistas, jornais, internet e os Pedágios, tão conhecidos pelos ouvintes.
PONTOS NEGATIVOS PODEM SER ARMAS PODEROSAS:
• Depende apenas do áudio para influenciar o consumidor; (isto é ótimo, ponha o pessoal da criação para trabalhar)
• Permanência da mensagem curta; (e daí, o custo é baixo mesmo, só precisa de um bom planejamento de mídia, com uma freqüência maior, não é?)
• A impossibilidade de fazer a demonstração do produto; (tudo bem... mais uma vez, pessoal da criação... mexa com a imaginação do ouvinte.)
Levando em conta essas considerações, está mais que na hora do mercado publicitário repensar o meio rádio e toda a sua eficácia.
Sigamos em frente com algumas considerações técnicas importantes.
OPCIONAIS DO RÁDIO: Embora a audiência das emissoras AM, seja bem menor que a audiência das FM, essas emissoras têm claramente traçado o perfil de seu público. Adulto, homens, classes A e B, embora tenhamos também uma popular líder em audiência, a Globo AM.
Este é o perfil de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre – onde os rádios têm grande força, tanto em AM, quanto em FM, em geral o rádio têm grande força em toda a região sul do país, fortemente representada pela RBS (Rede Brasil Sul), que têm como principal emissora a rádio Gaúcha AM. Segundo dados de pesquisa RBS, a participação do rádio na região sul do país no bolo publicitário é de 12%, enquanto no Brasil é de 4%. As emissoras de freqüência AM, não estão totalmente isoladas, nem tampouco foram abandonadas por seu público alvo e pelos anunciantes. Em São Paulo, podemos citar as emissoras Jovem Pan AM e a Bandeirantes AM - hoje transmitida também em FM.
Estas emissoras têm programação qualificada, jornalismo crítico, de qualidade, além de ampla cobertura esportiva, principalmente voltada ao futebol, que é grande atrativo aos ouvintes de AM. Um público de alto poder aquisitivo e formador de opinião. E essas emissoras têm cada vez mais investidas nestes pontos que favorecem sua audiência.
Outro fator positivo para estas emissoras são seus comunicadores, que transmitem muita credibilidade para os ouvintes, geralmente são muito carismáticos e, muitas vezes, chegam praticamente a ser a “cara da emissora”. É o caso do jornalista Milton Neves, da rádio Jovem Pan AM de São Paulo, apresentador de programas esportivos, principalmente ligados ao futebol, está cada vez mais conquistando não só os ouvintes, como também atraindo grandes anunciantes. Prova maior de seu poder como comunicador e do poder do rádio é que ele hoje está também na televisão, no jornal, na Internet e na publicidade. Tudo o que ele faz alcança o sucesso almejado.
A credibilidade em qualquer meio é fundamental, e o rádio, em toda a sua história, tem comprovado a que veio, a serviço dos ouvintes, que por sua vez, atraem os anunciantes. Quanto à FM não temos muito o que dizer, afinal, todos os publicitários sabem muito bem que esta é a maior em audiência e que o público é mais jovem, além de estarem sempre envolvidas em grandes eventos e promoções, e oferecendo também muitos serviços aos seus ouvintes.
FISGANDO O ANUNCIANTE: Certamente que os anunciantes não têm o que temer quanto ao fato de poderem acompanhar anúncio a anúncio no rádio, devido à quantidade de inserções diárias, ou até mesmo, o número de emissoras em que possivelmente anuncia. As emissoras de rádio, como as de TV, sempre disponibilizaram comprovantes de irradiação ou veiculação, mostrando datas e horários dos anúncios, como possíveis compensações, no caso de falhas, etc...
Porém, muitos anunciantes desconfiam da seriedade do trabalho dessas emissoras. Por isso foi apresentado em janeiro de 1999 ao mercado publicitário o Radio Control, um software que consiste em um sistema de checking automático de veiculação de comerciais em rádio, o mais avançado do mundo. Um sinal eletrônico é inserido em cada spot ou jingle. Toda vez que a peça é executada, este sinal é enviado para uma central computadorizada, registrando a hora, a data e a emissora, em seguida, relatórios completos são emitidos através da Internet para os anunciantes. A margem de erro é sempre próxima a zero.
O Radio Control foi desenvolvido em parceria da Rádio 2 Comunicações, a norte-americana WebChoice e a dinamarquesa ITE (Interactive Television Entertainment). Não só os profissionais de rádio como alguns publicitários se uniram em grande esforço para provar aos anunciantes e até mesmo ao mercado publicitário o quanto o rádio é um meio confiável e sério.
Também no início de 1999, representantes de 11 emissoras implantaram o GPR – Grupo dos Profissionais do Rádio - apresentando como principal diferencial, o fato de permitir a filiação apenas de profissionais diretamente ligados às áreas de marketing e comercial das emissoras, privilegiando a condução dos negócios relacionados à propaganda.
Além de buscarem soluções para maior participação do meio no bolo publicitário, criam premiações para incentivar os criativos a produzirem peças específicas para o rádio.
COMPROVE AQUI AS TEORIAS: A Rádio 2 realizou um estudo chamado “O Mapa da Mídia”, que fornece informações que, mais uma vez, comprovam a eficácia do meio. Alguns dados estatísticos de grande relevância:
• 83% dos automóveis no Brasil possuem rádio.
• Nos últimos 5 anos a audiência média do rádio cresceu 44%.
• Pesquisa PROPEG aponta o rádio como a mídia com maior índice de satisfação do público: 73%
No Brasil 38.400.000 domicílios possuem rádio, a distribuição destes números por região é a seguinte:
• Norte 2.050.000 de aparelhos ou 78,6% dos domicílios.
• Nordeste 8.802.000 de aparelhos ou 81,8% dos domicílios.
• Centro-Oeste 2.622.000 de aparelhos ou 88,0% dos domicílios.
• Sudeste 18.273.000 de aparelhos ou 94,7% dos domicílios
• Sul 6.653.000 de aparelhos ou 96% dos domicílios.
AUDIÊNCIA: A PROVA PERFEITA: Em uma pesquisa realizada pelo Datafolha em Janeiro de 1997, nas ruas de São Paulo, constatou-se que a grande maioria dos motoristas tem rádio no carro e quase metade deles estavam ouvindo alguma emissora no momento em que foram abordados. Nas grandes metrópoles as pessoas passam horas presas no trânsito, assim o rádio torna-se grande companheiro de viagem. Tomando-se por base um universo de 1,6 milhão de pessoas que circulam de carro pela cidade, estima-se que o número de ouvintes seja de mais de 762 mil por minuto.
Mensagem: Amigos publicitários, nós estudantes de propaganda, amantes da arte e apaixonadas pelo que fazemos, esperamos ter contribuído de alguma forma para que vocês possam perceber a importância que o rádio tem como veículo de comunicação e em quanto este veículo está presente no dia a dia das pessoas.
Está na hora de criar peças realmente criativas e específicas para rádio, utilizado todas as vantagens que só está mídia oferece.
Lembrem-se: O rádio pode acompanhar o consumidor, onde quer que ele vá.