Unidos na desunião
É comum aceitar-se o estudo da História da sociedade para análise, reflexão e aperfeiçoamento da humanidade. Porém, no decorrer dos séculos há uma classe estagnada, petrificada, presa à sociedade estamentária desenvolvida no período feudal e até mesmo antes, são eles: os pobres.
Massacrados e menos favorecidos em todos os aspectos, do nascer ao falecer, os pobres tidos como escória da sociedade, na verdade são os que a mantem de pé. Das idas e vindas da história, voltas e reviravoltas, apenas os pobres permaneceram no mesmo local, a base da pirâmide social. Até mesmo o Oriente Médio já esteve em cheque, e os pobres insistem na penumbra do solo das demais camadas. Chore bastante Marx, onde quer que esteja, pois o proposto não foi alcançado, Engels a intenção era boa, mas o "povo", a "massa" não entendeu.
Até para os menos abastados intelectualmente como eu, é nítido que a maior mudança histórica social já ocorrida em nosso planeta foi a ascenção da burguesia, marco qual colhemos frutos( se é que pode se chamar de frutos) até hoje. Ascenção proporcionada por interesses em "comum", razão única de seu sucesso.
Parafraseando Vinicius de Moraes, em "um país é feito de livros e de homens"; digo: homens pobres o Brasil tem, livros são outra realidade para tal classe. Logo, um povo sem conhecimento, sem ideal, sem "união", sem perspectiva, facilmente manipulável, por aqueles que detem o conhecimento,como a burguesia em diante. Corpos avulsos no espaço, transitam de um canto para o outro em busca de "ser alguém na vida", sinônimo de ter dinheiro para comprar as coisas que passam no anúncio da televisão, se últeis não o sabem, mas os tornam alguém; alguém que a mídia inventou. Mídia que por sinal pertence a burguesia, burguesia que explora o capital, capital que visa o lucro, que quer dizer sacrificar alguém, evidentemente alguém mais frágil, no caso o "pobre". Agora, por que mais frágil, se está em maioria? Podem até dizer que não, mas com certeza pela ausência do famoso ditado, " a união faz a força".
É uma classe de gigantes adormecidos. Assim como o clero estava para o povo; hoje o está a burguesia. Inventam(impõem) valores, que o povo engole, se degladeia e morre para tal alcançar. Tráfico, drogas, prostituição, as mazelas da sociedade são por causa do quê será? De uma forma bem euclidiana, o homem é produto do meio, e como diz a física um corpo em repouso tende a permanecer em repouso. Aos professores, mestres, doutores , vice-deuses e até deuses de História; pergunto: Desde os primórdios da sociedade algo mudou? No pessimismo de Salomão no livro de Eclesiastes encontrei: "Nada há novo embaixo do céu, o que é um dia já foi..."