Parar para pensar.

Daria tudo por uma boa rajada de ar, mas parece que este meu desejo ficaria somente na minha mente. Nunca vi tantas janelas fechadas e tantas pessoas respirando num mesmo ambiente, la fora à chuva castigava forte, fria, e formava correntezas por sobre o asfalto, onde os bueiros e bocas de lobo so viviam entupidos.

Ali no meu pequeno espaço adquirido, entre sombrinhas molhadas e guardas chuvas ensopados, me veio à mente a triste tragédia de Santa Catarina, e então me senti pequeno, é certo de que eu precisava de ar puro, estava correto em reclamar daquele transito absurdo que não deixava aquele ônibus sair do lugar, pois ali me sentia preso, apertado entre tantos outros, numa posição incomoda, cansativa, mas tudo isto jamais se compara aos sofrimentos daqueles que vieram a perder tudo, todo o sonho de uma vida.

E nesta minha meditação nem observei que o ônibus já havia chegado ao meu destino, mas notei que muitas vezes a gente reclama de coisas pequenas, enquanto outras vivem situações de horrores, mas tem em si a esperança e a fé de recomeçar daquilo que sobrou, do nada. Enquanto que eu... Só precisava abrir uma janela.

DIASMONTE
Enviado por DIASMONTE em 20/12/2008
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