Corbã

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Serafim Isidoro.

CORBÃ Mc. 7.11.

Palavra pequena, esquisita, perdida entre muitas outras na Nova Aliança. É a única vez que aparece no Novo Testamento. Jesus, o Senhor, referia-se à obrigação social dos filhos em relação aos velhos pais: cuidar deles, alimentá-los, vesti-los, tratá-los bem. Esta é uma questão lógica, natural, no desenvolvimento da sociedade humana. Os macacos não se cuidam assim; porém, macacos não são animais racionais. Paulo, o apóstolo escreveu que: "se alguém não cuida dos seus, negou a fé". Um dos prejuízos da sociedade moderna é o desrespeito aos progenitores - a quem, em uma linguagem corriqueira - chama de "coroas".

Corbã, quando usado em Lv. 2.1, é traduzido "oferta".

Quanto mais longe do conhecimento, do estudo e da leitura da Bíblia, mais anarquizadas ficarão as leis sociais. "O meu povo se corrompe, diz Deus, porque lhe falta o conhecimento". Na Lei de Deus, o quarto mandamento, entre os dez, é o único que traz uma promessa em decorrência do seu cumprimento: "Honra teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias sobre a terra". Honrar é mais do que dar o sustento. Honrar exige reconhecimento, amor, dedicação. Do alto de minha existência, não sei se honrei meus pais o quanto devia...

Tal costume CORBÃ era uma interpretação rabínica acerca do quarto mandamento. Não se pode anular a Lei de Deus por interpretações e preceitos humanos. Este era um dos erros dos fariseus, seita dentro do judaísmo, que Jesus condenou. Rechaçou. Aboliu. No judaísmo, assim como no cristianismo, a devoção aos pais é fundamental para a boa ordem da sociedade, da nação, do mundo. Se vivermos uma época em que os valores morais estejam em decadência, o primeiro degrau a ser demolido é o da família. E este degrau alicerça-se no respeito aos progenitores.

A crítica, a repreensão de Jesus aos fariseus no sentido de menosprezarem os seus pais, ecoa com a força deste Novo Testamento, desta Nova Aliança que tem sido tão pouco lida, em detrimento de um entusiasmo exacerbado, moderno, da leitura do Velho Testamento, de Moisés, Profetas e Salmos. Nas hodiernas reuniões, o V. T. é a leitura preferida. É a mensagem central e ordinária, repetida, praxe de todos os encontros. E os ensinamentos de Jesus são relegados a um segundo plano, apenas, talvez, um apelo no final da reunião.

Mas o Novo Testamento deve ser a instrução básica, preferencial, por que é destinado à Igreja. Suas doutrinas são diferentes. Sua moral é diferente. Seu legislador é Outro. Tudo se fez novo; o que era velho caducou. É um caminho mais excelente.

Não nos preocupamos mais com assuntos pertinentes à família, aos idosos, que sempre foram alvos dos escritos paulinos nas suas diversas cartas e epistolas aos amigos (Filemon) e às Igrejas. Corbã só é mencionado uma vez na Nova Aliança - repetimos. Seria necessário que alguém trouxesse este assunto às nossas consciências.

Só Jesus.

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O Pr., Th. D. Honoris Teologia, Serafim Isidoro, oferece os seus livros, apostilas e aulas do grego koinê: E-mail: serafimprdr@ig.com.br

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