Eu, o cliente bobo!

Muito se gasta em campanhas publicitárias, como é o caso do governo federal do Brasil que em 2005 gastou R$ 1.000.000,00 por dia, conforme foi noticiado na mídia; já as prefeituras municipais, ao fazerem obras, inovam, mudando cursos para que, mesmo atrapalhando o trânsito, as obras podem ser vistas pelos clientes municipais, que além de serem esmagados pelo excesso de impostos, tem que pagar pelas campanhas publicitárias e pelas obras para que a obrigação seja percebida pelos munícipes.

Imaginem se, no caso da minha cidade, São Leopoldo, RS, a administração municipal, ao invés de colocar canos enormes para o recalque d’água, através de 2.000 metros junto a uma das maiores vias de circulação interna, os colocassem perpendicular ao ponto de tratamento que fica a uns 500 m do rio?

A obra ficaria muito mais barata além da diminuição dos custos de rasga asfalto, recoloca asfalto, evitando os problemas de bloquear a via, quebrar vidros dos carros, caos no trânsito, sem contar com a diminuição do tempo da obra e do menor consumo de material, mesmo que fosse necessário a construção de uma base para a captação d’água junto ao rio, mas teria um grande problema: obra enterrada ninguém vê e não gera voto.

Agora um grande erro das administrações governamentais que acham que obra enterrada não gera voto; gera sim, porque tal qual no marketing, quando o cliente percebe o valor agregado, ele consome mais e aqui, valoriza mais a administração, pois é possível medir a satisfação dos munícipes através da qualidade de vida que determinado município disponibiliza, através das obras de infra-estrutura, que são feitas pelos impostos que pagamos. Dizer que são de verbas deste e daquele departamento é mentira barata, porque os governantes não têm fontes que geram receitas e consequentemente lucro tal quais os empreendimentos dos brasileiros.

O mesmo se percebe a certas empresas comerciais que nos tratam como bobos. Hoje eu assisti uma propaganda em rede nacional onde uma pessoa está falando ao celular, da Alemanha para o Brasil e gastará menos de R$ 1,00 por minuto, enquanto nós, os bobos, para falar de São Leopoldo (51) para Caxias do Sul (54), com distância em linha reta de menos de 90 km, pagamos mais de R$ 1,00 pelo mesmo minuto falado.

Quando seremos tratados como patrimônio líquido de uma empresa e não como ativo circulante? Poderia citar diversas empresas que gastam fortunas em propagandas como muitos governantes quando deveriam colocar mais qualidade em seus produtos e serviços a tal ponto que os consumidores possam percebê-los e, mesmo pagando mais caro por isto, consumir mais, pois do consumo vem à receita, que gera lucros, empregos, nos produtos, novos clientes, novos receitas.

Urge seriedade junto a estes dois setores; o governamental que se diminuísse a carga tributária possibilitaria que mais consumidores pudessem comprar e de outro lado, aumentaria a sua receita, porque os pequenos empreendimentos passariam da informalidade, da clandestinidade para a posição de contribuintes, mas não, querem muito sem fazer nada, ou seja, não podem enterrar os canos, porque ninguém os veria.

Tenho de rir porque deveria os administradores públicos e comerciais investir em marketing e não somente propaganda e perceberiam que gastam – melhor – colocam no lixo muitos recursos os quais se fossem aplicados na melhoria dos produtos e serviços que oferecem aos consumidores, teriam posição de destaque, gratuito, na mídia, entre outras coisas.

Oscar Schild, vendedor, gerente de vendas e escritor.

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