MEDICINA DE PERNAS PARA O AR
Estava tomando meu café com beiju quando, de costas para o aparelho de tv, o texto da notícia no Jornal Nacional, chamou a minha atenção. Continuei comendo o beiju e depois nem sei mais que gosto sentia diante de tudo que via e ouvia com esses olhos e ouvidos que a terra haverá de comer.
Tratava-se de uma matéria sobre uma formatura em algum lugar no Brasil, onde cada vez mais estudante passa a ser sinônimo de coisas ruins.
A notícia dava conta de que formandos em MEDICINA, bom frisar, estavam em um BAR, melhor grifar, BEBEMORANDO, em caixa alta, a CONCLUSÃO DO CURSO, EM NEGRITO.
Na seqüência os ditos graduandos resolveram demonstrar sua alegria dentro do hospital que fica justo em frente ao citado bar. Ou seria o bar que fica em frente ao hospital? Deveria ser permitido bar localizado cara a cara com hospitais tendo em vista que o álcool faz mal à saúde? Trata-se de democracia a convivência bar-hospital? Haverá um não muito longínquo dia em que teremos bares nos saguões dos hospitais? Das igrejas?
Dentro do hospital os tais formandos resolveram soltar rojões (algo que já foi tão criticado por ser costume nordestino), cantar, gritar, pular e dançar. Imagine.
Pior ainda foi continuar atenta à notícia e saber que os médicos (?) compareceram às solenidades vestidos em roupas pretas, sinal de luto pelos colegas punidos a não participarem dos eventos de diplomação. E, corporativistas até a medula, fizeram o protesto recusando-se a pronunciar a oração de formatura. Disse a representante da turma que não teriam motivos para comemorações e discursos.
De caras fechadas e com vontade de anestesiar a plateia global, os jovens nem quiseram fazer manifestações à imprensa e se retiraram após a conclusão da agenda.
Aqui com os meus botões fico me perguntando se dava para se formar estudante desse tipo. Queria saber também o que as mais diversas autoridades consideram sobre o evento e que posição tomarão. Eu seria radical. Cassaria os diplomas e sem direito a retorno. Lugar de profissionais desse tipo é no bar e não em hospitais ou consultórios. Deus me livre de adoecer.