Um presente de Natal
Rosemari, estava naquela praça, completamente absorta,
completamente alucinada com a situação, vida insatisfeita!
com seus um metro e setenta de altura, muito bela,
atributos que lhe abriram portas na invejada profissão de modelo,
situação financeira acima da média de muitas jovens da sua idade,
pois, com vinte e um ano, quantas ainda dependem dos pais,
Rosemari queria arrancar os cabelos só de pensar no que acontecia,
os seus vencimentos mensais estavam diminuídos,
mesmo assim o que recebia, correspondia a muitos salários mínimos,
mas, acostumada a viver neste padrão de vida tão alto
o que faria agora para manter seus gastos seu glamour?
Estava chegando a época do Natal,
que presente a vida estava lhe dando!... Pensava ininterruptamente,
e tem mais sentia que estava ficando velha,
passando alguns meses completaria vinte e dois anos, pensava:
Meu Deus, não serei mais bela, nem admirada, nem invejada,
se casar, pior ainda, gorda, feia, talvez filhos para me atazanar!
Prefiro morrer, meu Senhor, a vida pra mim já não está tendo mais valor,
ela nem havia percebido, naquela praça com canteiros magnificamente floridos,
alguns passarinhos exóticos rodeavam as acolhedoras árvores,
estava ali os seres maravilhosos feitos pelo Criador, inclusive ela!...
entretanto impossibilitada de sentir como esta vida pode ser maravilhosa, cai sentada num banco, o rosto encoberto pelas mãos, comenta quase que num sussurro:
--- que fazer desta vida infeliz? Desperta do momento de intenso torpor, de acordo com seu modo de pensar, uma voz interrogando-lhe: --- que acontece, filha, porque tanta insatisfação?
A mocinha aparentemente infeliz, olha e aí percebe uma senhora sentada ao seu lado, vê uma pessoa já idosa, rosto vincado por profundas rugas, cansado com ar sofrido também.
Rosemari vê aí alguém que também deveria detestar esta vida tão problemática e desabafa:
--- percebes, minha senhora, esta é a vida que nos prega verdadeiros emaranhados, terríveis e sem saída. a senhora já viveu tanto, podes dizer quantos sofrimentos passados, deves estar mais decepcionada que eu!
--- Engano seu, minha jovem, decepção? Nunca! Tive muitas tristezas, mas elas serviram pra mim entender o valor desta existência. Não sei o que a entristece tanto, nesta tua exuberante beleza, olhando se vê tua aparência de fino trato.
Portanto, deixe eu lhe contar minha história, esta velha que estais vendo, tem muito a agradecer ao Senhor de toda a existência. A minha infância foi extremamente pobre, fome, privações de toda espécie, mas mesmo assim não havia sofrimento, minha mãe, como foi sábia e amorosa, nos momentos mais difíceis ela nos amparava com seu amor, sua fé era intensa, nada, ninguém conseguia afastá-la dos caminhos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Posso dizer com toda minha convicção que umas de minhas maiores tristezas, foi a morte de minha querida mãezinha. Eu ainda muito nova tive de enfrentar o mundo para sobreviver, tive momentos de intenso pavor, pensas que por causa disso odiava a vida? De maneira nenhuma, pois cada momento de terror, suplicava a proteção divina e nunca fui abandonada.
Resolvi casar, o matrimônio era minha esperança de ter a felicidade sonhada, logo após o nascimento de minha filhinha, meu marido me abandona, talvez por causa das dificuldades, a luta então foi aguerrida, o patrimônio inestimável que minha mãe me passou, o amor sem reservas que devemos ter, me deu forças pra vencer os obstáculos, procurei incutir em minha filha também, o valor deste sentimento, maior que todas riquezas existente em todo o universo, valeu muito, hoje ela é uma excelente dona de casa, formou sua família e que família!...
Ah! Estava me esquecendo, um episódio acontecido em minha vida, um dia em tempos chuvosos, minha casa foi inundada pelas águas, perdi quase tudo do pouco que possuía.
--- Que tristeza! Clama Rosemari, e a sra. ainda defende esta vida!...
--- Não, querida, me aconteceu um milagre.
--- Milagre?...
--- Sim, no meio daquela tragédia, pedi ajuda ao Senhor Todo Poderoso e consegui salvar minha filhinha. Minha vida foi refeita, hoje deixo a casa de minha filha, para não ser um peso em sua vida, apesar dela implorar para que fique, mas na chegada deste Natal, quero dar um sentido a mais na minha vida, vou viver num asilo, com minhas poucas economias e ainda algumas forças que me restam, procurarei ajudar, dando amor aos velhinhos. Quanto a mim, tomei esta decisão, agora quanto a você, linda jovem, queria que desse a você mesma um presente de Natal, procurando desfrutar as infinitas belezas de sua promissora existência.
Agora sim Rosemari estava estupefata, quando se deu por conta estava sozinha naquele banco, olhando para o céu, o tempo tinha passado, a noite havia chegado,aquela imensidão de estrelas, só teve que admitir falou consigo mesma, já tenho o meu presente de Natal, estas maravilhas existentes e os conselhos da sábia e bondosa velhinha!...