O que é política?
Oque é política?
“O homem é um animal político”. Aristóteles
Vivemos, enquanto seres sociais, em meio a gritantes diferenças e constantes mudanças. Temos, de inúmeros modos, nossas vidas norteadas por fatores que muitas vezes não nos agradam, e ainda por vezes outras até nos repugnam.
Dentre todos os fatores que regram (ou conduzem) a vida social, a política, (Etimologicamente derivada do grego antigo “politeía”, que indicava todos os procedimentos que diziam respeito à polis, ou cidade-Estado, poderia significar tanto cidade-Estado, ou também sociedade, comunidade, coletividade e outras tantas definições que fizessem alusão à vida urbana) é um dos mais griatantes.
Mas foi a partir da obra intitulada “Política” (Politeía no original) de Platão, que o termo passou a ser entendido como arte ou ciência do governo. Porém, sabe-se que atualmente o termo política abandonou seu sentido inicial, trazendo para si acepções bem distintas.
Tais acepções, que se apresentam em número de seis (quando não mais), são entendidas e empregadas de formas variadas.
Em uso trivial, por vezes vago, e até mesmo pejorativo, política (substantivo ou adjetivo), abarca as ações, intuitos, manobras, entendimentos e desentendimentos dos homens (os políticos) para conquistar o poder, ou uma parcela dele; ou ainda um lugar nele: eleições, lutas partidárias... Neste uso, cabe aqui a afirmação do filósofo britânico Bertrand Russerl (1872-1970), que dizia que política é o “conjunto dos meios que permite alcançar os fins desejados”, reforçando desse modo a ligação entre o conceito de política ao conceito de poder.
Um outro uso para o termo política, que nada mais é que uma síntese das considerações do parágrafo anterior é de noção de Maquiavel (1469-1527), contida em sua obra maior “O Príncipe”, onde considerava que política é a arte de conquistar, manter e exercer o poder.
Para uns, política é a orientação ou a atitude de um governo em relação a certos assuntos e problemas de interesse público: política financeira, educacional, social; enquanto para outros não passa de ciência moral normativa do governo da sociedade civil. Há, não obstante, quem a designe como conhecimento ou estudo “das relações de regularidade e concordância dos fatos com os motivos que inspiram as lutas em torno do poder do Estado e entre os Estados”. (Eckardt – Fundamentos de la Política). Já, atualmente, a maioria dos escritores e pensadores dividem os conceitos: por um caminho, política é a ciência do Estado; por outro, é a ciência do poder.
Deve, com certeza, ter se apercebido o leitor de que as considerações, os conceitos, acepções e afirmações sobre o termo política não diferem tanto quanto deveriam, e oscila somente por conta do objeto de partida, que por ora é o Estado, ora é o cidadão; mas pousa sempre (palavra perigosa), ou quase, no mesmo fim: o poder.
Por fim, vale ressaltar que todos os dias fazemos política, e de um modo ou de outro buscamos, como seres sociais, nossa afirmação, nossa satisfação por meio de nosso jeito de conviver e lidar com os outros - seja em ambiente familiar, de trabalho -, enfim, da maneira como nos portamos frente à sociedade que fazemos parte. Porém, temos de nos ater em um ponto, que nada mais é que o de fazermos o que é melhor para nós sem, de forma alguma (o que é quase impossível), machucarmos ou prejudicarmos ao outro, mesmo parecendo isto demagogia, contrariando assim o francês Jean-Paul Sartre (1905-1980) que dizia que o homem quando se escolhe, escolhe também todos os homens. Seria isto uma meia verdade? Bem, mas existe meia verdade?