Uma alternativa para a preservação das aves silvestres
É tempo de flores... e quando elas desabrocham, como que por encanto surgem, aos milhares, os insetos: verdadeiros manjares alados!. Alegria para os pássaros e seus filhotes!
É tempo de vida... o ar cheira à vida e esta se faz presente nas sutilezas da Natureza: as flores atraem aos pássaros esses insetos.
O Canto (maravilhoso domínio da sabedoria musical), a Plumagem colorida e a Disposição unânime de estar sempre alçando vôo- são os atrativos que sempre fascinaram o Homem e que tornam essas aves tão cobiçadas.
É tempo de procriar... e tudo indica que será assim, ou quase tudo: a um canto da cena, quase imperceptível, à beira da água fresca e calma, pacientemente ele espera, inerte: é o “visgo-de-jaca”!!
Já houve o tempo em que, bem próximo de nossas casas, onde houvesse uma touceira de capim, lá veríamos um Coleiro, um Canário-da-terra, um Bico-de-lacre, à meio dos Tico-ticos.
A ARTE DO PEGADOR
Enorme é a dificuldade que se tem para convencer um admirador de aves canoras engaioladas, um apreciador de Curiós, por exemplo, que esse pássaro, cuja reprodução em cativeiro ainda não é bem sucedida, se encontra perto da extinção. Tal fato se deve exclusivamente à caça “criminosa” dessas cobiçadas aves, logo antes da temporada de procriação. O alto preço que um bom exemplar atinge no mercado explica essa atitude predatória. 0 caçador vende à loja quantos pegar, sejam machos ou fêmeas, pois não há maneira de distinguir sexos nos exemplares jovens. Como são os machos que cantam, todos são vendidos sob a solene afirmação: "é macho!". E com isso, muitas fêmeas são impedidas de reproduzirem em cada ano. E como a maioria das coisas, quanto mais RARO, mais CARO.
A arte do CRIADOR
Foram muitas as tentativas de se obter filhotes de pássaros em cativeiro, mas a única ave canora que se reproduz com sucesso em gaiolas é o Canário Roller. Há mais de 500 anos vem sendo criado e aperfeiçoado nas criações domésticas e muito se tem aprendido sobre e com esses dedicados pais.
Desde que foram descobertos "in natura" nas ilhas à noroeste da Costa Africana, esses pequenos pássaros de bela plumagem e extraordinário fôlego musical encantavam residências de Reis e Operários, nas mais variadas condições climáticas.
Inicialmente, todos os Canários eram esverdeados. Por mutações genéticas ocorridas ao acaso, surgiram o canário amarelo e depois o branco. O Canário vermelho é resultado do cruzamento do Canário Roller com o Pintassilgo da Venezuela. Os descendentes desse cruzamento adquiriram uma capacidade de assimilar pigmentos carotenóides, como os que são encontrados na cenoura.
Atualmente, as muitas cores existentes de Canários, se agrupam em duas linhagens principais: a linha clara e a linha escura, na linguagem dos criadores de canários Roller. Da primeira fazem parte os amarelos, brancos e vermelhos. As demais cores existentes ( ao todo são 515 na classificação oficial de torneio e exposição) pertencem à linha escura, cujos exemplares mais conhecidos são os Cobres, os Ágatas e os Isabelinos.
Quase toda cidade grande já possui seu próprio clube de criadores de Canários Roller. Exposições anuais são organizadas por essas associações com a finalidade de conferir prêmios aos melhores exemplares que participarão do Campeonato Brasileiro de Canaricultura, além de promover o intercâmbio entre os criadores de diferentes regiões.
Somente proibindo a caça ao pássaro silvestre, ou a sua venda, nada se conseguirá em favor das espécies em extinção. É preciso atrair a curiosidade do consumidor para as alternativas que não espoliam a Natureza.