DEUS SOL

E a luz se fez presente.

Veio em forma de dia; veio com o Sol.

Ele espantou a escuridão, aqueceu os corpos, permitiu caminhar com segurança, ganhou admiração, respeito, seguidores... Virou Deus.

Nada disso ele queria, mas na ignorância dos primeiros homens, Deus ele era.

E na divindade que lhe ofertavam, continuava tentando mostrar que deuses eram os que o odoravam, mas não sabiam olhar para dentro de si e ver a luz que com seu brilho tentava mostrar que todos tinham.

O tempo passou, e os “deuses” ignorantes de antes tornaram-se arrogantes, prepotentes. Não aceitavam mais dividir com o Sol o que tinham resolvido ser apenas deles. Do panteão da humanidade o Sol foi banido; sua ajuda gratuitamente dada por séculos e séculos perdeu em reconhecimento, e na arrogância da ignorância dos cientistas, ele passou a girar ao redor da Terra.

Humildemente ele continuou a brilhar tentando mostrar aos arrogantes que o importante era que percebessem a luz que tinham dentro de si.

O tempo passou, os arrogantes perceberam alguns de seus erros, o Sol deixou de girar ao redor da Terra, mas os homens continuaram sem olhar para dentro de si para poder ver a luz que o Sol sempre tenta mostrar cada vez que vem brilhar aquecendo os dias, fazendo pássaros cantarem nas manhãs, e as flores colorirem os jardins.

Quando a noite chega ele se recolhe, e em seu ocaso, quando com o mar se encontra, ele sussurra para cada um de nós “olhe para dentro de você; sinta a sua própria luz; deixe que ela oriente sua caminhada; permita que ela ajude teu irmão com a força do apoio, da compreensão, da humildade; faça dela justiça, igualdade, fraternidade”.

Ao mar o Sol sussurra para nós, e ele em suas ondas traz até a praia cada uma das palavras do Sol. Por essa praia nós caminhamos tolos, distraídos, iludidos com o que vemos, inconformados com o que somos... sonhadores.

Sim, sonhamos – sonhamos tanto, e tanto deixamos de realizar. Por que?

Porque olhamos para fora, e esquecemos de olhar para dentro de nós mesmos; esquecemos de fazer o que o Sol nos pede desde o dia em que a luz se fez.

Continuamos vagando em nossa própria escuridão, e não fazemos o mais fácil: o que o Sol sussurra ao mar e ele nos conta em suas ondas.

Um dia fizemos do Sol Deus.

Talvez não estivéssemos errados; talvez Deus ele sempre tenha sido, talvez até nos tenha criado a sua imagem e semelhança.

Blasfemei, fui herege? Não.

Se o Sol só pede que olhemos para dentro de nós e permitamos que o nosso Sol interior brilhe, por que então não ser a sua imagem e semelhança?

Por que não brilhar e iluminar o mundo com luz, amor, carinho, alegria, compaixão, e tantas outras palavras lindas que gostamos de dizer e que muitas vezes não deixamos que passem de simples palavras?

Por que não fazer de nossas palavras atos, e de nossos sentimentos puros verdades.

Eu sei que hoje mais uma vez ao mar o Sol vai sussurrar; sei que ondas o mar fará chegar até a praia; e sei que vou estar lá para ouvir, olhar para dentro de mim, e num primeiro momento, estrela virar para no céu brilhar mostrando ao Sol que aprendi, e que vou esperar sua volta ao amanhecer para junto com ele brilhar ajudando ao mundo a ser mais feliz.

Você gostaria de vir comigo?

Balbueno
Enviado por Balbueno em 10/12/2008
Reeditado em 10/12/2008
Código do texto: T1328478