TRAIÇÃO?!!! A SI PRÓPRIO?!!!

TRAIÇÃO?! A si próprio?! 17/05/2001 11:19

TRAIÇÃO

Conhecer o bem e esforçar-se para o praticar é uma obrigação absoluta: do interesse do indivíduo e da comunidade, quer no sentido menor: familiar e mais amplo: nacional ou internacional, para não dizer galáctico?

Obrigação? Ora, antes entendêssemos como um privilégio, qual seja, o de contribuir para fazer um mundo menos mau e, ao mesmo tempo, melhor, principalmente o mundo interior, a começar do qual e somente através do qual podemos melhorar o mundo. Todas as pessoas estão aptas a essa contribuição e os pobres necessitam disto, da parte de todos, tanto mais quanto mais pobres forem.

Algumas pessoas têm um potencial melhor de contribuir para o bem, quais sejam: os detentores de maior poder. Darei como exemplo os homens públicos. O lamentável é que alguns de tais homens públicos, ao invés de se lapidarem na prática do bem, infernizam um mundaréu de gente com a prática do mal. O mais lamentável ainda é gozarem tais privilegiados de imunidade parlamentar o que os “premia” com a impunidade.

Na Internet há pessoas que se valem do anonimato para conseguir tal imunidade e impunidade, se for o caso – como se não tivessem consciência!.

O ser humano goza de imunidade no aspecto físico: é dotado de um sistema imunológico com a função de destruir os agentes patogênicos que surgirem.

No aspecto psicológico e afetivo o ser humano não se beneficia da existência de sistemas imunológicos, isto porque o ser humano é dotado de livre arbítrio. Cada um deverá buscar a imunidade no sentido benéfico.

Livre arbítrio é a faculdade de o indivíduo escolher suas idéias, pensamentos, decisões, ações, sentimentos, etc., sem estar sujeito a limitações impostas por causas antecedentes.

A rigor um ato livre de fato é, em si, uma causa e nunca um efeito.

É difícil que o livre arbítrio seja livre, pois as pessoas são vítimas de sua maior ou menor ignorância, de preconceitos, de determinantes comportamentais hereditários, de traumas psicológicos, de capacidade decisória debilitada.

Vale o esforço para buscar a autodeterminação mental e afetiva, ainda que não seja fácil alcançá-la. A liberdade é uma construção para cada dia.

Quem não der o melhor de si para si próprio é traidor de si próprio.

Dar o melhor de si próprio para si próprio é cuidar de suas idéias, pensamentos, decisões, emoções, sentimentos, condicionamento físico, etc. Na medida do possível, claro, pois ninguém é perfeito. Ah! Faltou abordar o aspecto espiritual, o mais importante, uma vez que o ser humano é espiritual. Fica para outra conversa.

Diógenes Pereira de Araújo