DA SIMPLES TRISTEZA À DEPRESSÃO

No nosso meio social, invariavelmente, conhecemos alguém que carrega o tal diagnóstico de "depressão".

Parece epidemia, e não faltam técnicos " de corredores" a suspeitar da doença tão temida que vitima em proporções alarmantes esses nossos tempos modernos.

Todos estamos sujeitos ao seu "ataque".

Homens, mulheres, adultos, crianças, idosos, e até os animais que, embora irracionais, têm "emoções".

Ocorre que há uma enorme confusão entre as pessoas que vez ou outra são acometidas pela até natural oscilação de humor, que todos temos, tão facilitada pela agitaçãoe solicitação dos tempos modernos.

Às vezes estamos tristes, mas não "conceitualmente" deprimidos!

Depressão é uma séria doença, mediada pela "química" do cérebro , que ocorre num terreno predisposto geneticamente, e cujo gatilho se encontra no meio no qual a pessoa se insere.

E que precisa de diagnóstico. Mas não do vizinho.

Na maioria das vezes o que nos ocorre são sintomas depressivos (de rebaixamento de humor), passageiros, frente às situações bem determindas de vida, como as perdas naturais a que todos estamos sujeitos; ou dentro dum quadro de ansiedade extrema desencadeado pelas intensas solicitações do meio.

Nossos organismos são limitados frente às demandas físicas e emocionais, e há que se aprender a perceber quando a "mente" emite sinais de "estafa" e passa a se comunicar conosco através das sensações físcas ansiosas: palpitações, mãos e pés frios, insônia, tremores, irritabilidade, impaciência, falta de memória e de concentração.

Normalmente quando puxamos o freio de mão, as sensações tendem a desaparecer, e recuperamos a nossa condição de bem estar.

Bem estar. Este é o termo chave.

O normal é termos a capacidade orgânica de nos sentirmos bem.

A "depressão" propriamente instalada, se trata duma DOENÇA muito bem definida, com critérios que apenas os profissionais especializados estão aptos para caracterizá-los.

Sua característica principal é um conjunto de sinais e sintomas , nem sempre tão claros mas duradouros, muitas vezes sem aparentes causas que os justifiquem facilmente, e que impedem o corpo da sensação de bem estar, podendo levar a situações de total incapacidade funcional, fisica e emocional.

Perde-se o prazer "pelo prazer".

Perde-se o prazer pela vida.

Muitas vezes acompanha-se de todos os sintomas de ansiedade, desconforto atípico, angústia, choro inexplicado, perda ou excesso de apetite, queda da libido, perda absurda de "energia" que se traduz por cansaço físico intenso, alterações da memória e da concentração, medos infundados e não identificados pela própria pessoa ( que podem culminar com o pânico) dores difusas e crõnicas, mais sensações inexplicadas de desvalia e de culpa.

Despersonalização, desagregação do pensamento, e ideações suicidas podem indicar uma depressão "maior" como parte integrante de doenças mentais mais específicas, e de maior gravidade(depressões psicóticas).

A depressão costuma atingir mais as mulheres, em fases de adolescência, pós parto, e climatério.

A incidência de um quadro depressivo na vida aumenta em cinquenta por cento a probabilidade de se repetir em situações de demandas emocionais aumentadas, com forte incidência familiar.

Nos adolescentes temos que suspeitar quando mudam drasticamente de comportamento, passam a se isolar ou a se agitar em demasia. e no nosso meio devemos estar atentos para a possibilidade de drogadição (uso de drogas ilícitas) ou mesmo para o alcoolismo que tanto cresce entre os adolescentes.

Em idosos, a depressão pode ser muito ATÍPICA, "mascarada" por uma apatia, um "desinteresse inexplicado" , falta de apetite e de sono, emagrecimentos inexplicados, e pode prenunciar quadros de perda intelectual progressiva (por exemplo, a demência de Alzeheimer)

Portanto, devemos estar atentos ao nosso entorno, para que possamos procurar ajuda caso se faça necessário.

O se "estar triste" é um direito de todos e devemos saber respeitar, mas desconfiar da POSSIBILIDADE duma depressão, é investir na qualidade de vida fisica e mental daqueles que amamos.

Adaptações no estilo moderno de vida, boa alimentação e exercícios físicos frequentes corroboram para a sua prevenção.

Quanto à nossa vida moderna...é preciso saber frear...para analisar e nos poupar.