Jardins Botânicos
Nas organizações das sociedades existem certas instituições geradas pelo melhor que existe em nós humanos. Uma dessas instituições é conhecida como jardim botânico.
Para melhor entendimento do que representa essa instituição para o planeta, escolhemos o jardim botânico da cidade do Rio de Janeiro como exemplo.
Jorge Amado criou Gabriela, mas o cravo e a canela só existem no Brasil graças a iniciativa de D. João VI de estabelecer em 13 de junho de 1808 um Jardim de Aclimação na cidade do Rio de Janeiro, para introduzir no Brasil a cultura de especiarias das Índias Orientais.
Assim, alguns dos prazeres dos brasileiros, como saborear bananas fritas com canela, tomar chá e saborear e sentir o aroma dos cravos nos doces, devem-se ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Nele foram introduzidas e conservadas as sementes e mudas dessas espécies para, a seguir, serem propagadas pelo Brasil.
Os propósitos dos jardins botânicos são a conservação e a propagação das espécies e a educação ambiental.
Enquanto motosserras, queimadas e o apego, não pelo verde, mas pelas “verdinhas” destrói, um pequeno número de jardineiros, pesquisadores e outros empregados dos jardins botânicos lutam para deter a extinção de espécies da flora e para promover a utilização do patrimônio genético das plantas.
Qualquer um de nós, morador ou turista, ao visitar o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, sente o que, provavelmente, é sentido por todos aqueles que visitam um jardim botânico: percebemos que representam templos da Mãe Natureza. Para o nosso exemplo o Chafariz Central simboliza o Altar e suas colunas estão representadas pelo belíssimo conjunto de Palmeiras Imperiais. As quatro alegorias do Chafariz Central nos induzem à conclusão de que os jardins botânicos encerram Ciência e Arte.
Ciência no desenvolvimento das atividades de Pesquisa Botânica indispensável à conservação e propagação das espécies, bem como a resistência à ação dos predadores.
Arte, no coral dos pássaros, no sussurro das palmas, no ranger do taquaral, no burburinho das águas, enfim na sinfonia interpretada pelos representantes dos reinos mineral, vegetal e animal, sempre presentes nesses ambientes.
Reconhecemos os jardins botânicos uma síntese da flora do planeta.
No caso do Jardim Botânico do Rio de Janeiro estão presentes: África representada, entre outras, pelas Tulipas-do-Nilo, vários tipos de Violeta e o Tamarindeiro; América, pela Palmeira Imperial (América Central - Antilhas), Abacateiro (México), Pau Mulato e Açaizeiro (Brasil); Ásia representada, entre outras espécies, pela Mangueira, Jambeiro e Craveiro (Índia), Camélia (Japão), Rosa – Louca; Europa, pela Castanheira; Oceania, pela Fruta-pão.
Todos ao visitarem um jardim botânico sentem e percebem a Ciência, a Arte na síntese da flora da mãe de todas as mães a Mãe – Terra.
“Verde Canto” é nossa tentativa de, com rimas e melodia, reconhecer e agradecer a Ciência, a Música e a Poesia dos jardins botânicos, bem como a resistência que representam na luta pela conservação e propagação das espécies do reino vegetal.
Mamãe Terra agradece.
Verde Canto
Da ambição desvairada,
motosserras e queimadas.
Da pesquisa e persistência,
o “Templo da Resistência”.
O altar, o Chafariz Central,
as colunas, Palmeiras Imperiais,
o sermão, a Educação Ambiental,
a fiéis dos quatro pontos cardeais.
A delicadeza das Orquídeas,
o sussurro do Vento,
o exotismo das Bromélias,
da arte, “Verde Canto”.
Quem quando o visita,
o faz em oração e fé,
dele tira só fotografias,
e nele deixa só marcas do pé.
Leva e guarda deste dia,
nos corações e mentes,
a ciência, a música e a poesia
desse “Útero de Sementes”.
Canto em tons de encanto,
o verde do “Fiel Viveiro”,
recanto Jardim Botânico
da cidade do Rio de Janeiro,
recanto Jardim Botânico
da cidade do Rio de Janeiro.