Aborto, pílula e camisinha

ABORTO, PÍLULA E CAMISINHA

Nós todos ficamos sensibilizados pelo número de abortos que ocorrem no Brasil e no mundo, a cada ano. São milhões de inocentes assassinados. As “campanhas”, a maioria delas aponta para o lado errado. É como aquele cidadão que viu a mulher com um cara no sofá e, incontinenti, vendeu o sofá.

A maioria das campanhas, a partir das feministas, fala em descriminalizar o aborto, ou seja, obter qual um 007 “licença para matar”. Não é a solução! Certas pessoas afirmam que existem abortos porque “a Igreja proíbe a pílula e a camisinha”. Isto não é verdade! Pílula e camisinha são instrumentos que podem, de certa forma, ajudar em alguma coisa. No “controle de natalidade” dos casais, é admissível o uso daquelas soluções, desde que utilizadas com visão de consciência e de moral. A Igreja condena a pílula e a camisinha a partir do momento em que são usadas como um seguro para uma vida sexual desordenada.

A verdade é que a pílula e a camisinha, no resguardo das DST e da gravidez indesejada não são cem por cento confiáveis; ambas podem falhar.

Certa vez uma aluna, na universidade, exibiu uma cartela de umas dez camisinhas, pois, segundo ela, a “festa ia ser animada”. Com isto se vê que a questão é de moral. Não se trata de combater os meios contraceptivos, mas atacar a desordem moral que pode advir de seu uso. A questão do sexo entre os jovens e os não-casados cai na questão moral. Não é uso desse ou daquele método que vai impedir. É como a história do sofá. Existem leis religiosas que afirmam a ilicitude moral das relações sexuais fora do casamento. É uma regra instituída por Deus, que cumpre quem quer e quem tem fé.

Têm moças que casam virgem. Ora, não me digam os ingênuos que, os que praticam o sexo livre têm algum escrúpulo religioso que os impeça de usar preservativos. Outros, com visão distorcida, vão usar aquele velho chavão: “mas todo mundo faz!”. Não é porque tudo mundo faz que o ato se torna lícito ou moral.

A questão da sexualidade exacerbada de nossos jovens, tem origem nos maus exemplos da mídia (entrevistas de televisão, revistas de futilidades, novelas, etc.) e na deficiência da formação moral das famílias. Tem moças (?!) que trazem um namorado para dormir em casa a cada mês, e os pais se constrangem em falar, pois “melhor virem para casa do que andarem por aí...”.

Conheci uma mulher, de moral duvidosa, que quando a filha saiu da adolescência, levou-a ao ginecologista e ao psicólogo, pois estava chegando tempo de “arrumar homem”, transar e perder a virgindade. Uma família, dita católica, que era contra o aborto, na iminência da gravidez de uma filha, fruto de estupro, elucubrou a morte do feto. Pela graça de Deus a gravidez não se confirmou.

Se as famílias, a sociedade, a escola e a saúde pública formassem os jovens numa linha de moral e de responsabilidade, não haveria tantas gestações indevidas, nem tantos crimes de aborto. Como isto não ocorre, a Igreja, como mãe e mestra tem que orientar.

Doutor em Teologia Moral