O Sentido da vida (Sermo 16)

O SENTIDO DA VIDA

Ás vezes a gente quer ir a um lugar, erra a estrada e se perde. A rotina nos faz perder o rumo. Queremos ir para um lugar e acabamos nos dirigindo a outro. Faltou-nos atenção. Nos distraímos e acabamos perdendo o rumo. Erros assim ocorrem na vida da gente, seja no sentido real ou no figurado.

Por sentido de vida entende-se o ato de imprimir à existência um rumo que a valorize, que faça a todos felizes e transmita essa alegria aos demais. Esse sentido constrói os fundamentos de uma vida feliz e produtiva. Uma vida com sentido é algo que se elabora com o tempo, com esforço e dedicação. É preciso saber organizá-la para tirar dela o melhor que ela tem a oferecer. A busca de um sentido para nossa vida é árdua e laboriosa, mas possível.

É preciso que o ser humano se conheça. O homem tem três referenciais de encontro: com Deus (que eu te conheça... conforme Santo Agostinho), consigo (gnôti s’eautón = conhece a ti mesmo, de Sócrates) e com o outro, em suas necessidades (eu tive fome e me deste de comer...). O homem se realiza através desses três encontros. A vida com sentido começa por esse tipo de atitude. É por aí que começa a escolha de um bom caminho.

Uma das palavras mais pronunciadas por nossos lábios é amor. Hoje declaramos nosso amor por tudo e por todos. Será que amamos na mesma proporção em que mencionamos esse verbete? Hoje se usa a palavra amor e o verbo amar para muitas circunstâncias, que nem sempre indicam aquele sentimento profundo e transformador que caracteriza o sentimento verdadeiro.

Em um tempo tão carente de afeto, entristece a todos a verificação de que muitos falam em amor, mas não sabem amar. Apesar das inúmeras formas de se abordar o tema, o amor continua sendo uma questão de infinita busca pessoal. Por causa do materialismo, do egoísmo de muitos e da busca indiscriminada do prazer, amar continua sendo um desafio para a vida em sociedade.

Cabe unificar todas as dimensões da vida humana, para que ela tenha valor, seja um autêntico repositório de virtudes e – sobretudo – seja fator de motivação para a busca da felicidade, da estabilidade psíquica e material, na verdadeira “vida em abundância” preconizada desde o princípio. A coisa complica quando surge o “amor próprio”. Ah, coisinha desagradável é ver alguém em surto de amor-próprio em exagero! É o mesmo que gente com excesso de ego, daquele tipo de alguém que precisa duas cadeiras: uma para si e outra para o ego. Ao culto ao ego damos o nome de ego-ísmo, que é um dos maiores males que assolam a humanidade.

A mística Teresa de Jesus, a santa doutora de Ávila disse a seus leitores que “desapareça do meio de nós o amor-próprio e teremos feito desaparecer o inferno”. Nesse aspecto, certezas absolutas ou atitudes radicais pertencem ao ignorante ou ao fanático. Atitudes radicais só se aceitam em amar. Nada na vida pode ser radical exceto o amar, a Deus e ao próximo.

Você já se deu ao trabalho de uma auto-análise, profunda, honesta, isenta e verdadeira, do tipo: “O que há de essencial em mim? Quais os meus valores? Do que sou capaz? Quais as minhas necessidades? No que posso contribuir para a felicidade, minha e dos demais? Como reajo diante dos problemas e das crises?”.

Usando um mecanismo de defesa, é comum projetarmos nossos defeitos nos outros: “puxa, como você é egoísta!”. “Você é incapaz de reconhecer seus erros!”. “Cabeça dura: você sempre quer ter razão!”. E vai por aí. Não é o outro: sou eu. Nossas crises têm origem – segundo nosso modo de ver – no vizinho, no outro, no governo.

Perguntados sobre sua destinação no mundo, muitos respondem: nasci para trabalhar, para sofrer; existo nem sei para quê. E o pior é quando o ser não conhece suas origens e objetivos, deixa de exercer e exigir o respeito devido à sua dignidade de pessoa. Muitos afirmam ter como objetivo, o gozar a vida. E cabe perguntar: Você é totalmente feliz assim? A resposta, invariavelmente, é não, devido à transitoriedade desse gozo. E por que não é feliz?

A verdadeira alegria não está nas coisas, mas nas pessoas. Uma família feliz nada mais é que o paraíso antecipado. Para ser feliz, nada melhor do que trocar preocupação por ocupações, combater o estresse, ocupar-se para ser feliz. O riso é a distância mais curta entre duas pessoas que se amam e se colocam a serviço um do outro. Procure as fontes de alegria em sua vida e celebre. Dê graças. Celebre acima de tudo a dádiva da vida, do céu azul, da natureza que está aí para você, aprenda a saborear cada momento como se fosse único. Coloque um sorriso no rosto e pratique a terapia do riso, da alegria sempre que puder.

Nós somos eternamente insatisfeitos. Raramente estamos felizes com o que temos e somos. Sempre almejamos algo distante de nós, o bem que não temos, o mérito que nos falta. Vale aquela historinha da mulher que foi a uma loja para comprar um par de sapatos, já que o que tinha estava deixando a desejar. Por mais de meia hora ela experimentou tipos e modelos não se agradando de nenhum. De repente, debaixo da pilha de sapatos ela apanhou um que a deixou feliz. Quando perguntou ao balconista o preço, recebeu a resposta de que não custava nada. Aquele era o sapato dela, com o qual ela entrara na loja.

Ás questões usuais, como “Por que vivo?”, “Tem sentido a minha vida?”, têm respostas na necessidade de cada um encontrar o significado para a sua existência. Para a descoberta de um sentido, a vida precisa ser plena em seu sentido ontológico, devendo ser construída em três planos: a) físico – retrata o lado instintivo, onde só os apelos do corpo decidem e ordenam; b) sensível – enfoca o sentimentalismo: o indivíduo sonhador forma seu viver e agir em um campo de simpatias, gostos e paixões; d) sobrenatural – consciente de sua origem e destinação, o espírito torna-se livre para tomar as decisões mais importantes da vida.

O sentido da vida de cada um está profundamente relacionado com a própria vida, mais especificamente aos eventos que se constrói a partir dos arquétipos do passado somados aos valores do hoje. O sentido da vida nunca é dado por completo, mas é descoberto junto com a própria vida. É uma conquista gradativa. A vida se dá a quem a procura. O mundo pertence a quem se atreve.

Nesse particular, não importa quantas vezes a gente respirou, mas quantas foram as oportunidades em que perdemos a respiração por causa da emoção. Muitas coisas na vida não podem ser explicadas, mas somente presenciadas. E vividas.

O filósofo Heráclito afirmou que o ser humano, para aprender a viver dignamente, deveria espelhar-se no exemplo da natureza, nos vegetais, nos minerais e nos animais. Ao contrário do que alguns afirmam a vida não é apenas humana, mas vegetal, mineral e animal, uma vez que estas classes precederam o homem na terra. Tudo que existe de natural na terra pertence a um desses três grupos.

No mineral encontramos as pedras, a areia, a água e os minérios, como o ouro, a prata, as pedras preciosas, o ferro e o petróleo. As maiores riquezas da natureza são encontradas nesse reino.

Depois, temos o chamado reino vegetal, onde despontam as plantas, as flores que embelezam, as hortaliças e as frutas que alimentam, as ervas que curam, bem como as árvores que fornecem sombra, produzem madeiras com que se constrói as casas, as cercas e as pontes. Por causa da produção dos alimentos e da purificação do ar e da renovação do oxigênio, a vida humana seria difícil, quase impossível, se não existisse o reino vegetal.

Por último temos o reino animal, onde identificamos os bichos (animais irracionais) e as pessoas (racionais). Os chamados animais são as feras, os que fornecem alimento (carne, leite etc.), servem de outra forma (couro, pele, lã, etc.) ou, ainda, os animais de estimação, guarda e companhia, gatos, cães, pássaros, etc. Todos os reinos cumprem a sua finalidade, desempenhando seu papel, fiéis àquilo para que foram criados. O mineral, tomemos, por exemplo, a pedra; ela sempre vai ser mineral, servindo para alicerce, base, entulho, decoração, etc. Sempre foi assim, cumprindo integralmente o objetivo que a natureza traçou.

No lado vegetal – na arvore, por exemplo – sempre há um mesmo papel: dar frutos, gerar sementes, fornecer sombra, produzir resinas, transformar-se em tábuas. A árvore foi criada para ser árvore e sempre o será. Com o animal, a mesma coisa. Uma vaca é “projetada” para dar carne, fornecer leite, couro e gerar bezerros. E ela faz isso perfeitamente desde que o mundo é mundo. Todos os animais vivem conforme seus padrões genéticos em ciclos de evolução e reprodução, sem jamais se afastar deles. Não se pode dizer que são felizes, mas vivem em harmonia com seu projeto original. Todos têm sua finalidade e cumprem-na fielmente.

E o homem? Qual sua finalidade? Quando descobrimos essa finalidade, instauramos o processo de descoberta do sentido para a nossa vida. O objetivo da vida humana é um só: a felicidade! Esta constatação abre um leque para uma miríade de questões: havendo sido criados para a felicidade, nós somos felizes? Cem por cento felizes? E se não somos, o que nos falta? O homem não consegue, muitas vezes, atingir aquela meta de ser feliz para a qual foi criado. Por que ocorre esta distorção?

O ser humano é o único que foge à finalidade para a qual foi criado. Por quê? Porque ele foge ao projeto original. Ele que sabe tanto criar modelos para os outros, para si elabora uma vida sem sentido. O vegetal, o animal e o mineral são seres acabados. O homem está sempre crescendo e acrescentando valores e virtudes à sua criação. Em função disto observamos a existência de várias dimensões nas realidades humanas: a) vertical (para cima) Absoluto; b) horizontal (para os lados) o outro; c) vertical (para baixo) as coisas, a natureza, a terra. Estas dimensões revelam como que decisões prioritárias das decisões humanas.

A psicologia no-lo ensina que a criança se torna adolescente quando toma consciência de si mesma. Por sua vez, o adolescente torna-se um adulto quando toma consciência das carências da humanidade. Feliz é quem estabelece uma hierarquia apropriada com todas as dimensões humanas: o Absoluto, o outro, as coisas.

Há tempos, escutei de um doente terminal a queixa, no sentido de haver se sacrificado a vida inteira, e agora, que seria a hora de aproveitá-la e ser feliz, ele estava atirado em uma cama. O pior é que não havia mais tempo para novos projetos. Nem para salvar os antigos.

Muitos se arrependem de não terem tão-somente vivido. Ao ser questionado, na velhice, por repórteres, se desejava fazer alguma confissão, alguma confidência sobre sua vida, Pablo Neruda apenas disse: “Confesso que vivi!”. Viver é uma aventura tão grande, agregar algum sentido positivo à vida é algo tão importante que faz a pessoa sentir-se realizada por tudo o que viveu.

A receita para o equilíbrio interior seria fugir do tédio, banir certos vazios existenciais, não brigar consigo mesmo, nem se desvalorizar. Reavive seus propósitos, suas esperanças e seus objetivos. Todos os dias. Nesse aspecto, estar de bem com a vida é cuidar do seu coração. Não apenas do músculo cardíaco, mas daquela parte afetiva e sentimental do coração que coordena os relacionamentos. Os livros de auto-ajuda afirmam que a gente está bem quando se convence de que nada nos falta para “estarmos bem”.

O medo de viver torna o homem insatisfeito, temeroso, sobressaltado, e isto é capaz de gerar um estado patológico de ansiedade e depressão. Nessa conformidade, muitos se tornam infelizes por causa do medo de ousar e arriscar uma busca mais efetiva e radical. É notável a parcela dos que têm medo de serem felizes. Esse é um dos grandes conflitos da vida humana: o não encontrar seus caminhos. A esse respeito, o poema “Velho tema” de Vicente de Carvalho reflete bem essa insatisfação: “Essa felicidade que supomos, existe sim, mas nós não a alcançamos porque está sempre apenas onde a pomos e nunca a pomos onde nós estamos”.

Deve-se buscar primeiro os grandes valores, o resto (que é o resto) acontece naturalmente. Primeiro as primeiras coisas. Jesus ensinou assim. “Busquem primeiro o Reino dos Céus e a sua justiça, e o resto virá por acréscimo” (Mt 6,33).

O aspecto espiritual, o lado místico é um importante aliado ao desenvolvimento do projeto da vida. Nosso projeto nunca terá sucesso se não colocarmos vida nele. A nossa vida. Não colhe quem não jogou primeiro o grão na terra. Assim ocorre com a nossa felicidade. Deus dá seus dons, como sementes férteis e valiosas, mas o ser humano precisa aprimorá-las, colocá-las na terra fértil e ter paciência para deixar crescer e frutificar.

A meditação e a oração acalmam, fazem refletir e ajudam na produção de endorfinas, aqueles hormônios que dão um equilíbrio emocional à pessoa humana. Esse equilíbrio que emana do lado espiritual inflete na qualidade de vida e, por essa razão, faz bem à saúde. O segredo de uma vida com sentido está na construção de uma disciplina interior.

Há quem diga que a felicidade não existe, o que existe são meros momentos felizes. Será? Eu digo o contrário: infelicidade não existe; o que existem são momentos infelizes. Tenha confiança naquilo que pode construir ou modificar.

Quantas vitórias conseguimos, a despeito da oposição dos outros, apenas por nossos méritos e a indispensável ajuda de Deus? Somos felizes, sim! Pena que não sabemos ou não acreditamos nisso. Conviver com os outros não é difícil. O mais complexo é estabelecer uma relação salutar consigo mesmo. Entra aí a necessidade de uma disciplina interior. Você está a favor (otimista) ou contra (pessimista) si mesmo? Que tal, a) ser feliz de verdade; b) ser feliz agora; c) observar os valores das coisas simples; d) olhar para as pessoas com outros olhos; e) você se valorizar mais? Assuma seu projeto de ser feliz! Fale disto aos outros. A felicidade é contagiosa!

Desconhecendo a gratuidade da graça de Deus, muitos se entregam a crenças ou superstições vazias. Por não saberem viver estabelecem sinistros pactos com a morte. Enfim, trocam os caminhos mais fáceis e prazerosos por vielas esburacadas, circunstâncias negativas que não levam a lugar nenhum e só produzem angústia e dor. Como não somos seres incompletos nem criados pela metade, é preciso resgatar em nós o homem todo, com todos os seus valores.

A angústia é um sentimento danoso que perturba toda a nossa vida. São vários os fatores que podem desencadeá-lo. Sempre que a energia de nossa vida é drenada além da suportabilidade, ocorre uma baixa em nossa auto-estima, o coração acelera, a respiração torna-se opressa, e lá vamos nós para a angústia e para a depressão e para a porta aberta às enfermidades.

O deprimido sofre porque se vê impotente ante as dificuldades da vida. Ele quer tudo e acaba não obtendo nada. Alguns pedem todas as coisas para apreciar a vida; Deus dá a vida para que apreciemos todas as coisas. Uma vida sem sentido é capaz de produzir morte.

Conheci um homem idoso, isto há mais de trinta anos, que não acreditava em bancos, por isto juntava seu dinheiro em latas de leite-em-pó, debaixo da cama. Era um patrimônio que ele amealhou por mais de sessenta anos, desmatando florestas, cortando árvores e carregando as toras para a serraria.

Um dia, quando tinha uns oitenta anos, pressionado pelos filhos e netos, ele resolveu chamar um gerente de banco, para contar aquela fortuna e depositá-la numa conta. Lá estavam as latas, umas quarenta, debaixo da cama. Quando foram destampadas, um cheiro de coisa mofada inundou o quarto, fazendo o profissional pressentir uma catástrofe. Depois de abrir todas as latas ficou constatado que o dinheiro, por conta de várias trocas de moeda, havia perdido seu valor. E o que sobrou ficou tão mofado que foi incapaz de ser aproveitado.

O homem trabalhou a vida toda, juntou dinheiro e não pode usufruir nada; absolutamente nada. Viver sem sentido é acumular riquezas em latas de leite-em-pó.

O tempo melhor para você ser feliz é hoje! O “numa hora dessas” não serve! Não adie a hora de ser feliz! Marque o dia e a hora e trabalhe em cima desse objetivo. O “em uma hora dessas” pode não acontecer. Vista sua melhor roupa. Não a deixe mofar no armário.

Uma pessoa comprou uma boa roupa e adiou o dia de estreá-la. Morreu e a família terminou enterrando-o com a roupa nova. Não deixe o mofo tomar conta de seus sonhos. Use hoje as coisas boas que você tem. Amanhã pode ser tarde!

O ato de viver, por exemplo, é como escrever um livro. Trata-se de um risco enorme. O perigo não está no fato da obra não ser aceita pelos leitores, ou rejeitada pela crítica. O risco é outro. Atrás das letras, em geral frias, está um pedaço da vida e da história de quem escreveu a obra.

Há sempre o perigo do testemunho, ou seja, não adianta escrever, temos que viver aquelas palavras, encampar as idéias e mostrarmo-nos coerentes com o que foi afirmado. Na vida ocorre fato análogo: há uma necessidade de compatibilizar as ações com as palavras, do vivido com o sonhado.

Ninguém veio a esta vida com a missão de juntar dinheiro ou encher a barriga de comida e coisas boas. Ganhar dinheiro e se alimentar fazem parte da vida, mas o sentido não está aí. Se você anda angustiado sem motivo aparente, pode ser um aviso para refletir sobre o sentido que você está dando à sua vida.

A presença do Deus que caminha conosco nos dá confiança e esperança. Se alguém pensa que pode o que não pode, sempre tangenciará o impossível. É a partir daí que ocorre o milagre. Liberar as idéias faz expandir o cérebro. Amar sem limite faz o coração transbordar. Por esta razão nosso existir carece da presença daquele Deus-amor que caminha conosco.

Não corra tanto pela vida a ponto de esquecer de onde veio, por onde esteve e para onde vai. Conhecer essas dimensões enriquece nossa vida e nos habilita a caminhar na direção certa. Na oração do salmista reflete-se o desejo humano de caminhar na companhia do Senhor. Vemos no Salmo 119 (v. 116): “Sustenta-me, Senhor, conforme a tua presença. E eu viverei. Não deixa, Senhor, que eu perca minha fé e minha esperança”.

Além de mostrar o caminho para nós, Deus nos ensina contra quem devemos lutar para obtermos a felicidade, nossa, de nosso próximo e da sociedade humana. Deus vai além: ajuda a percorrer as trilhas, caminha junto, impedindo que a gente se perca, que se desvie do plano original. Quando a estrada é áspera e nossos pés doem, ele nos carrega no seu colo de Pai bondoso.

Na maioria das vezes, a rotina é culpa nossa. Um dia desses, fui a uma casa e me serviram um chá completamente sem açúcar. Quando terminei, vi que no fundo da taça havia açúcar. Eu é que não o havia mexido. Assim é a vida. Ela pode ser doce, se a mexermos, agitarmos, fugindo das rotinas e da mesmice.

Da misteriosa união do poder do Deus da vida com o homem frágil e vacilante nasce o “homem novo” chamado a participar da vida divina, criado na fé, na graça e na verdade. Essa união se torna uma nascente de força capaz de tornar o ser humano um “filho de Deus”, portador de uma vida nova, uma vida rica em sentido, harmônica e feliz.

A felicidade não está longe. Ela se encontra apenas a um sonho de distância.

Excerto da meditação “Minha vida tem sentido?” que realizei no retiro espiritual dos Frades Agostinianos Recoletos, Belo Horizonte, em setembro de 2006.