Se observarmos o mapa político da América do Sul, esta será a sexta fronteira tríplice que o Brasil mantém do Norte para baixo; Guiana Francesa e Suriname (1), Suriname e Guiana (2), Guiana e Venezuela (3), Venezuela e Colômbia (4), Colômbia e Peru (5) e a de agora, com o Peru e a Bolívia; deixei de falar de apenas uma, a número 2 (Suriname e Guiana), por questão de não ter muito que dizer; na fronteira do Brasil com o Suriname e a Guiana, não há nada além de selva; quase ninguém pesquisou a cultura indígena do lugar, portanto, não existem relatos ou pesquisas consistentes que acrescentem algo na geografia atual brasileira.
Lá no Acre, a Sudeste de nosso Estado, fica a Tríplice Fronteira entre o Brasil, a Bolívia e o Peru, do lado brasileiro, Assis Brasil, cidade acreana; do lado peruano, Anapari, que fica no Departamento de Madre Dios; e no lado boliviano, San Pedro Bolpebra, no Departamento de Pando. As três cidades juntas não somam mais do que 7 mil habitantes, sendo que Assis Brasil no lado brasileiro tem sozinha 5 mil habitantes.
Como as demais tríplices fronteiras já citadas, esta também é de difícil acesso e muito distante de qualquer civilização tecnológica; para se fazer uma idéia, Assis Brasil está distante 770 km do Oceano Pacífico e 3.400 km do ponto mais próximo de uma praia brasileira; outra curiosidade é que 350 km separam esta região brasileira da lendária Cuzco no Peru e menos de 200 km da primeira vista dos Andes. Em Assis Brasil, com um pouco de sorte e um bom transporte, consegue-se chegar à outra lendária cidade que o mundo passou a adorar, Machu Picchu, 400 km.
Traduzindo em miúdos, é relativamente fácil de Assis Brasil, o aventureiro conhecer diversas outras cidades importantes para o mundo, da mesma forma que poder conhecer duas das culturas mais enigmáticas da América do Sul.
De Rio Branco, capital do Acre, até Assis Brasil, são 345 km de estrada asfaltada em estado razoável e para quem faz este trajeto de carro, passará por Xapuri de Chico Mendes e Brasiléia. Muito embora muitos afirmem que a única Tríplice Fronteira do Brasil por rios é na Argentina e Paraguai, estes desconhecem que nesta tríplice fronteira também há dois rios dividindo os três países, o Rio Iaverija e o Rio Acre, maior e mais imponente. Passar de um lado para o outro nestas fronteiras não é nenhuma aventura, existem pontes e o comércio e praticamente liberado entre os povos locais.
A Polícia Federal, Rodoviária Federal e Receita Federal do Brasil, fazem uma espécie de fiscalização de rotina, mas nada tão agressiva como ocorre nas fronteiras tradicionais e de fácil acesso; podem-se comprar produtos de um lado e de outro sem o menor problema; um dos grandes problemas locais, como sempre, são o tráfico de drogas e a venda ilegal de madeira nativa; muito poucas vezes há blitz dos Poderes brasileiros para coibir tal prática.
O controle de fronteira do lado boliviano é feito pelas Forças Armadas; em geral são toscos, analfabetos e totalmente desinformados, mas não chegam a ser uma ameaça. Certa vez, quando eu passei uma fronteira seca para a Bolívia, militares ao verem meu passaporte, perguntaram se eu era da polícia (????), eles sequer sabem a diferença de um passaporte para uma carteira de polícia. Do lado peruano, as autoridades não são gênios da política internacional, mas pelo menos são civis e mais instruídos.
O turismo na região normalmente é fomentado pela aventura de selva e para os mais bravos, pela oportunidade de se chegar ao Oceano Pacífico; embora não seja o ponto brasileiro mais próximo do Pacífico, é através desta fronteira que existe a melhor possibilidade de se chegar lá por estradas. Eu mesmo tentei chegar pelo Mato Grosso e Bolívia e me dei mal; desisti antes do meio do caminho devido às brutais dificuldades com as polícias e as estradas, mas esta é outra história.
Vale-se a pena visitar esta tríplice fronteira? Sim, lógico! A região é linda e o povo é sensacional; a culinária é inigualável e as misturas de raças entre índios, negros e brancos dá uma idéia do que de fato é o Brasil. Se o turista respeitar as culturas e não se envolver com negócios ilícitos, não há o que temer; meu único conselho é: visitando fronteiras, leve seu passaporte e procure registrar-se, mesmo sem necessidade imposta, no controle de imigração; somente através deste controle é que ambas as autoridades sabem de sua existência naquele lugar.
Tire muitas fotos, mas não leve nada pra casa que não seja lembranças legais; muitos países proíbem a entrada de plantas, animais e medicamentos oriundos de outras nações, portanto, nada de fazer gracinhas ou brincar com as autoridades; o estilo alegre e brincalhão do brasileiro pode ser considerado como insulto por pessoas de outros países, portanto, cuidado!
Como nas outras, procure informar-se na Prefeitura, polícia e outros organismos antes de viajar; planeje, organize, faça cálculos para então procurar comprar passagens e reservar hotéis; depois disso, boa viagem e mande notícias.
111 municípios brasileiros fazem fronteira simples com outros países sul americanos; poucas pessoas sabem quais são muito menos onde ficam, mas eles estão divididos entre as Regiões Norte, Centro Oeste e Sul do Brasil. Somente o Nordeste e Sudeste não fazem nenhuma fronteira com outros países.
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
Meu site: www.irregular.com.br
Para estas informações eu utilizei os mecanismos do Guia 4 Rodas e do Google Earth.
Lá no Acre, a Sudeste de nosso Estado, fica a Tríplice Fronteira entre o Brasil, a Bolívia e o Peru, do lado brasileiro, Assis Brasil, cidade acreana; do lado peruano, Anapari, que fica no Departamento de Madre Dios; e no lado boliviano, San Pedro Bolpebra, no Departamento de Pando. As três cidades juntas não somam mais do que 7 mil habitantes, sendo que Assis Brasil no lado brasileiro tem sozinha 5 mil habitantes.
Como as demais tríplices fronteiras já citadas, esta também é de difícil acesso e muito distante de qualquer civilização tecnológica; para se fazer uma idéia, Assis Brasil está distante 770 km do Oceano Pacífico e 3.400 km do ponto mais próximo de uma praia brasileira; outra curiosidade é que 350 km separam esta região brasileira da lendária Cuzco no Peru e menos de 200 km da primeira vista dos Andes. Em Assis Brasil, com um pouco de sorte e um bom transporte, consegue-se chegar à outra lendária cidade que o mundo passou a adorar, Machu Picchu, 400 km.
Traduzindo em miúdos, é relativamente fácil de Assis Brasil, o aventureiro conhecer diversas outras cidades importantes para o mundo, da mesma forma que poder conhecer duas das culturas mais enigmáticas da América do Sul.
De Rio Branco, capital do Acre, até Assis Brasil, são 345 km de estrada asfaltada em estado razoável e para quem faz este trajeto de carro, passará por Xapuri de Chico Mendes e Brasiléia. Muito embora muitos afirmem que a única Tríplice Fronteira do Brasil por rios é na Argentina e Paraguai, estes desconhecem que nesta tríplice fronteira também há dois rios dividindo os três países, o Rio Iaverija e o Rio Acre, maior e mais imponente. Passar de um lado para o outro nestas fronteiras não é nenhuma aventura, existem pontes e o comércio e praticamente liberado entre os povos locais.
A Polícia Federal, Rodoviária Federal e Receita Federal do Brasil, fazem uma espécie de fiscalização de rotina, mas nada tão agressiva como ocorre nas fronteiras tradicionais e de fácil acesso; podem-se comprar produtos de um lado e de outro sem o menor problema; um dos grandes problemas locais, como sempre, são o tráfico de drogas e a venda ilegal de madeira nativa; muito poucas vezes há blitz dos Poderes brasileiros para coibir tal prática.
O controle de fronteira do lado boliviano é feito pelas Forças Armadas; em geral são toscos, analfabetos e totalmente desinformados, mas não chegam a ser uma ameaça. Certa vez, quando eu passei uma fronteira seca para a Bolívia, militares ao verem meu passaporte, perguntaram se eu era da polícia (????), eles sequer sabem a diferença de um passaporte para uma carteira de polícia. Do lado peruano, as autoridades não são gênios da política internacional, mas pelo menos são civis e mais instruídos.
O turismo na região normalmente é fomentado pela aventura de selva e para os mais bravos, pela oportunidade de se chegar ao Oceano Pacífico; embora não seja o ponto brasileiro mais próximo do Pacífico, é através desta fronteira que existe a melhor possibilidade de se chegar lá por estradas. Eu mesmo tentei chegar pelo Mato Grosso e Bolívia e me dei mal; desisti antes do meio do caminho devido às brutais dificuldades com as polícias e as estradas, mas esta é outra história.
Vale-se a pena visitar esta tríplice fronteira? Sim, lógico! A região é linda e o povo é sensacional; a culinária é inigualável e as misturas de raças entre índios, negros e brancos dá uma idéia do que de fato é o Brasil. Se o turista respeitar as culturas e não se envolver com negócios ilícitos, não há o que temer; meu único conselho é: visitando fronteiras, leve seu passaporte e procure registrar-se, mesmo sem necessidade imposta, no controle de imigração; somente através deste controle é que ambas as autoridades sabem de sua existência naquele lugar.
Tire muitas fotos, mas não leve nada pra casa que não seja lembranças legais; muitos países proíbem a entrada de plantas, animais e medicamentos oriundos de outras nações, portanto, nada de fazer gracinhas ou brincar com as autoridades; o estilo alegre e brincalhão do brasileiro pode ser considerado como insulto por pessoas de outros países, portanto, cuidado!
Como nas outras, procure informar-se na Prefeitura, polícia e outros organismos antes de viajar; planeje, organize, faça cálculos para então procurar comprar passagens e reservar hotéis; depois disso, boa viagem e mande notícias.
111 municípios brasileiros fazem fronteira simples com outros países sul americanos; poucas pessoas sabem quais são muito menos onde ficam, mas eles estão divididos entre as Regiões Norte, Centro Oeste e Sul do Brasil. Somente o Nordeste e Sudeste não fazem nenhuma fronteira com outros países.
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
Meu site: www.irregular.com.br
Para estas informações eu utilizei os mecanismos do Guia 4 Rodas e do Google Earth.