IV - TRÍPLICES FRONTEIRAS - BRASIL - PERU - COLÔMBIA
TRÍPLICES FRONTEIRAS: BRASIL – COLÔMBIA – PERU
A esta altura do campeonato, deixamos a Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela para trás; passamos por algumas das tríplices fronteiras que o Brasil participa para enfim, encontrarmos o Rio Solimões. Ele sai de Manaus (sentido contrario) e vai ganhando força e largura; debate-se por ilhas, igarapés, forma praias fluviais e chega a ter uma dimensão de mar; rompendo floresta amazônica adentro, passa pelas cidades de Boa Fonte, Santo Antonio do Içá, São Paulo de Olivença e chega a ultima cidade amazonense do Brasil, Tabatinga antes de se tornar divisor do Brasil, Colômbia e Peru; vai subindo seu curso até chegar ao seu nascedouro, a Cordilheira dos Andes. É nesta região de tríplice fronteira que ele mais se parece com o Mar, eu sou testemunha ocular deste fenômeno; quando estive em Tabatinga, fiquei boquiaberto com a imensidão deste importante rio da bacia amazônica.
Da mesma forma que a demais fronteiras acima do mapa, esta também está praticamente no meio do nada; observa-se selva ao Norte, Sul, Leste e a Oeste também; igualmente as outras fronteiras já citadas nestes artigos, a região também oferece riscos aos milhares aos visitantes devido ao alto índice de conflitos com os militares e as FARC, que por sua vez, além de guerrilha política colombiana, também produz, trafica e dá segurança aos traficantes de cocaína.
Em Tabatinga existe aeroporto e bem perto dali, sem muita dificuldade, eu conheci a cidade venezuelana de Letícia, que também mantêm uma base aérea que eles chama de Aeroporto Alfredo Vasquez Cobo, aliás, foi neste aeroporto que tive uma das experiências mais engraçadas de todas estas aventuras; os militares locais possuem um serviço de correspondência aérea e na falta de comandantes de alta patente, eles vendem passagens nos cargueiros militares para civis por um precinho camarada; eu experimentei voar num Hercules da Força Aérea da Colômbia para Araracuara, distante cerca de 500 km por U$ 30,00 (somente ida). Um vôo pela RICO Linhas Aéreas entre Tabatinga e Manaus, não custa menos que R$ 350,00, também só de ida.
Nesta região de fronteira é um dos poucos lugares da Floresta Amazônica onde não se observa tantos desmatamentos; o lugar é tão isolado por terra que madeira de lei, só serve para fazer casas, portanto, não tem muito valor. A cidade de Tabatinga é hospitaleira e reúne muitas condições para receber visitantes, mas os vôos mais freqüentes saem de Manaus e não custam tão pouco quanto se imagina. Tabatinga está distante cerca de 1.100 km, que se fosse possível vencerem por terra, com certeza se gastaria algo em torno de 10 dias de viagem, se o aventureiro tivesse muita sorte.
As opções da culinária local, nesta região de fronteira, é uma das mais diversificadas do planeta, mas a ênfase maior não poderia ser diferente; os peixes são as maiores atrações das cozinhas fronteiriças; seja no Brasil, Colômbia ou Peru, naquela região, as carnes brancas vindas dos rios amazônicos oferecem um verdadeiro banquete de cores, sabores e tamanhos. Cerca de 370 km da fronteira tríplice, pelo lado peruano, podemos sentir um pouco do sabor dos Andes através da cidade de Iquitos.
Uma das maiores curiosidades, para quem é cosmopolita, é que a viagem de Tabatinga para Manaus, de barco, dura cerca de 3 dias, já o contrario, por estar contra a correnteza, dura em média 7 dias.
Para quem busca aventura, Tabatinga oferece condições plenas; tríplice fronteira com inúmeros rios, fortificação histórica, belíssimas paisagens, cultura inigualável, culinária única e muita natureza quase virgem. O povo do lugar, que hoje deve ter algo em torno de 50 mil habitantes, apesar de pouco favorecido de tecnologia e infra-estrutura, é receptivo, amigo e muito gentil; vale a pena conhecer e desfrutar do lugar com ordem e respeito aos costumes.
Da mesma forma que as demais fronteiras distantes, antes de viajar, consultem seu agente de viagens, peça informações de pessoas da região e caso você se considere apto, basta arrumar as malas e boa viagem! Um dia eu volto lá para tirar milhares de fotos para meu livro...!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
Meu site: www.irregular.com.br
Foto: Marco da Fronteira
TRÍPLICES FRONTEIRAS: BRASIL – COLÔMBIA – PERU
A esta altura do campeonato, deixamos a Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela para trás; passamos por algumas das tríplices fronteiras que o Brasil participa para enfim, encontrarmos o Rio Solimões. Ele sai de Manaus (sentido contrario) e vai ganhando força e largura; debate-se por ilhas, igarapés, forma praias fluviais e chega a ter uma dimensão de mar; rompendo floresta amazônica adentro, passa pelas cidades de Boa Fonte, Santo Antonio do Içá, São Paulo de Olivença e chega a ultima cidade amazonense do Brasil, Tabatinga antes de se tornar divisor do Brasil, Colômbia e Peru; vai subindo seu curso até chegar ao seu nascedouro, a Cordilheira dos Andes. É nesta região de tríplice fronteira que ele mais se parece com o Mar, eu sou testemunha ocular deste fenômeno; quando estive em Tabatinga, fiquei boquiaberto com a imensidão deste importante rio da bacia amazônica.
Da mesma forma que a demais fronteiras acima do mapa, esta também está praticamente no meio do nada; observa-se selva ao Norte, Sul, Leste e a Oeste também; igualmente as outras fronteiras já citadas nestes artigos, a região também oferece riscos aos milhares aos visitantes devido ao alto índice de conflitos com os militares e as FARC, que por sua vez, além de guerrilha política colombiana, também produz, trafica e dá segurança aos traficantes de cocaína.
Em Tabatinga existe aeroporto e bem perto dali, sem muita dificuldade, eu conheci a cidade venezuelana de Letícia, que também mantêm uma base aérea que eles chama de Aeroporto Alfredo Vasquez Cobo, aliás, foi neste aeroporto que tive uma das experiências mais engraçadas de todas estas aventuras; os militares locais possuem um serviço de correspondência aérea e na falta de comandantes de alta patente, eles vendem passagens nos cargueiros militares para civis por um precinho camarada; eu experimentei voar num Hercules da Força Aérea da Colômbia para Araracuara, distante cerca de 500 km por U$ 30,00 (somente ida). Um vôo pela RICO Linhas Aéreas entre Tabatinga e Manaus, não custa menos que R$ 350,00, também só de ida.
Nesta região de fronteira é um dos poucos lugares da Floresta Amazônica onde não se observa tantos desmatamentos; o lugar é tão isolado por terra que madeira de lei, só serve para fazer casas, portanto, não tem muito valor. A cidade de Tabatinga é hospitaleira e reúne muitas condições para receber visitantes, mas os vôos mais freqüentes saem de Manaus e não custam tão pouco quanto se imagina. Tabatinga está distante cerca de 1.100 km, que se fosse possível vencerem por terra, com certeza se gastaria algo em torno de 10 dias de viagem, se o aventureiro tivesse muita sorte.
As opções da culinária local, nesta região de fronteira, é uma das mais diversificadas do planeta, mas a ênfase maior não poderia ser diferente; os peixes são as maiores atrações das cozinhas fronteiriças; seja no Brasil, Colômbia ou Peru, naquela região, as carnes brancas vindas dos rios amazônicos oferecem um verdadeiro banquete de cores, sabores e tamanhos. Cerca de 370 km da fronteira tríplice, pelo lado peruano, podemos sentir um pouco do sabor dos Andes através da cidade de Iquitos.
Uma das maiores curiosidades, para quem é cosmopolita, é que a viagem de Tabatinga para Manaus, de barco, dura cerca de 3 dias, já o contrario, por estar contra a correnteza, dura em média 7 dias.
Para quem busca aventura, Tabatinga oferece condições plenas; tríplice fronteira com inúmeros rios, fortificação histórica, belíssimas paisagens, cultura inigualável, culinária única e muita natureza quase virgem. O povo do lugar, que hoje deve ter algo em torno de 50 mil habitantes, apesar de pouco favorecido de tecnologia e infra-estrutura, é receptivo, amigo e muito gentil; vale a pena conhecer e desfrutar do lugar com ordem e respeito aos costumes.
Da mesma forma que as demais fronteiras distantes, antes de viajar, consultem seu agente de viagens, peça informações de pessoas da região e caso você se considere apto, basta arrumar as malas e boa viagem! Um dia eu volto lá para tirar milhares de fotos para meu livro...!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
Meu site: www.irregular.com.br
Foto: Marco da Fronteira