História Pós-Contemporânea
O século XX ficou marcado como um período extremamente sangrento na história da humanidade, durante quase sua totalidade houve a presença de guerras. Na verdade, desde 1914, com a Primeira Guerra Mundial, o mundo todo não tem estado em paz. Todos os continentes conheceram as tensões de algum tipo de conflito ou ainda passaram por eles, exceto a América que apresentou uma situação relativamente mais tranqüila, daí o fato do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 marcar um novo divisor de águas na história, sendo considerado por muitos uma nova fase na periodização histórica.
Entretanto, as situações e as características de guerra mudaram, as operações não estão mais nas mãos de governos ou agentes autorizados a partir do século XXI, assim como a diferenciação entre combatentes e civis tornou-se cada vez mais obscura fazendo com que os prejuízos da guerra aumentassem significativamente. As regras de guerra estabelecidas em convenções no final do século XIX e início do XX estão se perdendo paulatinamente, a clareza que distinguia os combatentes é cada vez mais confusa. A distinção entre guerra e paz está nublada, os acordos de paz são facilmente quebrados e não se faz presente com respeitada autoridade uma organização global para controlar ou resolver as disputas armadas. Isso faz com que cresça os poderes e a autonomia dos Estados nas decisões referentes a conflitos, sobretudo destaca-se a atuação dos Estados Unidos. Todavia, uma superpotência não pode suprir a ausência de um órgão internacional, nenhuma delas tem poderes efetivos que sejam além de convenções entre determinados Estados. A fraqueza de uma autoridade internacional é preocupante também no tocante de os Estados aceitarem as legitimidades de suas decisões ou simplesmente ignorá-las, tome-se como exemplo a postura dos Estados Unidos referente à ONU nos últimos anos.
A estrutura dos conflitos armados e sua resolução foram mudados pela transformação no sistema mundial de Estados soberanos. A situação e a atuação dos organismos internacionais existentes devem ser repensados, eles não possuem papel definido na resolução de disputas, o gerenciamento entre guerra e paz tem sido improvisado desde o fim da Guerra Fria, o uso de mecanismos para negociação não é a fonte do equilíbrio, mas conseguir manter a estabilidade interna e evitar conflitos militares. De acordo com Hobsbawn, os Estados não são mais expoentes nas guerras, o problema não se dá com tanta definição na expressão, existe algo de alarmante nos próprios territórios que deve ser controlado, nenhum governo pode ignorar minorias armadas internas. É preciso reorganizar e repensar os atos em relação a conflitos antes que seja tarde, já que a perspectiva de paz é remota no século XXI.
Referência bibliográfica:
DROZ, Bernard; ROWLEY, Anthony. História do Século XX.
HOBSBAWN, Eric. A Epidemia da Guerra.
_______________. A Era dos Extremos.
_______________. Tempos Interessantes.
KURZ, Robert. O Colapso da Modernização.