O DILÚVIO ...DAS ÁGUAS BRASILEIRAS

Quase finda-se novembro e as águas dos céus castigam a região sul do Brasil, em especial o Estado de Santa Catarina.

Triste de se ver o que ocorreu. Muito triste. Às vezes percebo que não temos a dimensão das tragédias que podem nos assolar, à nós, a humanidade.

O país se mobiliza, forças -tarefas unem-se em prol de socorrer e acolher os vitimados pela tragédia trazida pelas águas.

Nessas horas todos se manifestam, rezam, políticos se deslocam, pedem minutos de silêncio, manifestam solidariedade pública, liberam verbas...

Óbviamente temos visto fenômenos naturais devastar o mundo inteiro, como por exemplos os furacões que vez ou outra assolam o Norte da América.

Pouco podemos fazer. Ou talvez possamos fazer muito, se levarmos em consideração que a natureza anda muito feroz frente às mudanças climáticas desencadeadas pelas mãos humanas.

Mas gostaria de falar de nós.Nós brasileiros que enfrentamos tantas adversidades, embora por aí, jurem que não.

Dizem estar tudo sob controle.

Ocorre que não é o que parece.

Eu não sei se a defesa civíl realmente se dá conta " a tempo" do quanto se ocupa zonas para a moradia, propensas à riscos catastróficos de desmoronamento e soterramento, quando os céus se descontrolam no envio das suas águas.

Quem anda pelo país percebe nitidamente que MUITO está abandonado. Mas nessa hora ninguém comenta as negligências dos que são responsáveis por evitar tragédias!

Vale lembrar que manifestação de solidariedade pelos homens públicos, não salva vidas que já se foram, muito menos as que ficaram sob os mesmos riscos de sempre, e sinceramente, tenho dúvidas se ao menos a solidariedae conforta.

A conservação de encostas e dos asfaltos das rodovias, PRINCIPALMENTE DAS FEDERAIS, a habitação desordenada dos entornos, dos mananciais, os desmatamentos, enfim repito, toda a negligência do poder público vista a olhos nús está cada vez mais escancarada, apesar do tudo que se cobra da população que gera impostos, mas que se vai como as águas dos dilúvios.

Engraçado que nessas horas ninguém assume a culpa de nada, pois é bem mais fácil culpar apenas os fenômenos climáticos e se isentar das responsabilidades de gestores.

Nós que tanto temos feito presença nas dificuldades do mundo, com belos discursos humanitários, bom seria que as mesmas autoridades máximas do país se fizessem presentes "in loco" para refazer os discursos embasados pelos o que seus olhos vêem...e talvez substituí-los por ações!

Quem realmente corre nessas horas é a fraternidade brasileira e os técnicos treinados em salvar vidas!

Chego a pensar que é melhor mesmo que os políticos no geral fiquem bem distante dos campos de tragédia...sob pena de atrapalhar os resgastes.

Triste cenário.

E ainda ter que se ouvir pelo rádio que se investe um real em cidadania para cada...sei lá o quê. Nem me interesso pela notícia por completo porque simplesmente não acredito no que se fala.

Acredito no cenário que meus olhos alcançam, apenas isto.

Sabe o que precisamos? Refazer conceitos, inclusive o de cidadania, porque enquanto dizem que se investe nela, pessoas morrem sem ao menos terem tido o prazer de conhecê-la.

Simplesmente na qualidade de brasileira, deixo aqui minhas sinceras condolências aos que foram vítima de mais uma tragédia social, que parece fugir ao controle do nosso solo...inclusive das nossas mãos...

E mais uma vez peço que Deus escute os nossos tantos minutos de perplexo e solitário silêncio ...que autoridade alguma se propõe a ouvir.