A Sina do Indígena Norte-americano

Desde a chegada dos primeiros colonizadores os índios foram desprezados até mesmo como mão-de-obra escrava na maior parte dos Estados Unidos. O interesse nos indígenas, em geral, nunca foi no trabalho, mas sim em suas terras. Por isso, se espalhou o ditado de que “índio bom é índio morto”.

Os colonizadores puritanos acreditavam ter chegado a uma terra a eles prometida, uma nova Israel como cita Arthur Schilesinger, acreditavam que aquele território os pertencia e que seria o palco de seu desenvolvimento e progresso. Não havia interesse por parte dos “brancos” ou por parte dos indígenas de que houvesse a mistura de suas culturas, os primeiros se identificavam como portadores da civilização e definiam os índios como selvagens, intensificando a intenção de extinção dos nativos.

Com a expansão prevista dos norte-americanos para o oeste o embate toma proporções de guerra. O filme O Pequeno Grande Homem (1982) mostra o processo de expansão plenamente arraigado de confrontos entre “brancos” e índios. Também deixa claro, assim como Frederick Turner, que apesar de se negar a mistura das culturas o fato ocorreu, como representa o personagem Jack Crabb interpretado por Dustin Hoffman. O protagonista vive no filme o chamado mito do herói, passando pelas fases de separação, iniciação e retorno. Na primeira, se afasta da sua comunidade original e vai viver sob os parâmetros da cultura indígena, onde é iniciado. A saga é completa, para Turner, com o retorno para a comunidade original levando os novos elementos adquiridos na outra cultura, entretanto, algumas vezes o que se leva é a ratificação da selvageria dos índios.

A marcha para o oeste vai dizimando a população indígena e empurrando os restantes para o interior do território, segundo Bruce Dickinson e Steve Harris os americanos “killing their woman and stealing their gold” nos versos da canção Run To The Hills, sobre a expansão e o massacre indígena, deixando como alternativa “run to the hills, run for your lifes”.

O interesse dos colonizadores se guiava por possuir a terra sem serem possuídos pela cultura dos nativos, a cultura indígena era completamente rejeitada pela protestante. Junto com o massacre ocorreu a destruição da natureza na expansão do “progresso”, através do comércio da terra e da busca do ouro.

Bibliografia:

DICKINSON, Bruce; HARRIS, Steve. Run To The Hills.

SCHILESINGER, Arthur. Os Ciclos da História Americana.

TURNER, Frederick. O Espírito Ocidental Contra a Natureza.

O Pequeno Grande Homem (Filme – 1982)