Gato Net
Uma central clandestina foi “estourada” em uma igreja Batista na cidade do Rio de Janeiro, dizia a manchete estampada no jornal. Ela foi acusada e denunciada às autoridades cabíveis de distribuir sinal de internet para a comunidade utilizando uma antena adquirida com o dinheiro da igreja.
Não proponho neste artigo realizar qualquer juízo de valor em relação à denúncia acima citada, pois não sei se o teor em questão é verdadeiro ou falso por isso me disponho a analisar a questão como uma hipótese de acontecimento para que possamos chegar a um consenso ético.
Falar em ética, ou melhor, consenso ético seria quase que impossível em situações como esta, pois se trata de muitos pontos de vista, temos a tendência de olhar e defender sempre a ética impositora, ou seja, aquela que tem o poder de condenar. Gostaria de pensar na situação de um prisma diferente, tentar entender a ética utilizada pelos nossos governos capitalistas regidos por mega empresários que se cercam de ferramentas “éticas” para enriquecerem.
Acho que uma igreja, edifício ou rua que utilize de compartilhamento de internet para conseguir acesso a tecnologia e preços mais acessíveis a realidade de nosso país não deveria ser tão culpada e exigida como é, pois são apenas frutos de uma sociedade hipócrita, egoísta e desumana que tem gerado em nossa sociedade indivíduos desajustados e alienados que por sua vez continuam o processo começado de cima.
Puxa, estou sendo muito radical! Talvez não! Talvez radical seja saber que o Brasil paga 400 vezes mais caro sua internet que qualquer outro país, radical é ver que o Megabit (quantidade de arquivo) por segundo do País chega a custar R$716,50 reais, enquanto no Japão sai pelo equivalente a R$1,81 real, aponta TelComp.
Como julgar se uma atitude é ética ou não? Acho que essa incógnita deve vir recheada de sentimento humano, para que não corramos o risco de fazer a “máquina” girar.
Fonte: http://pcworld.uol.com.br/noticias/2007/09/03/idgnoticia.2007-09-03.689529