Desenvolvimento da consciência moral
O marco divisório na concepção de moral é o filósofo Kant, com seu imperativo categórico que é uma lei interna, racional e universal.
Em contraponto a esse imperativo, Kant, apresenta o imperativo hipotético, que rege a ação que segue certas regras socialmente.
A partir da filosofia moral de kantiana sugiram duas correntes:
• Formalista – em que a moralidade se baseia na natureza das regras, leis e normas.
• Altruísta – a essência da moralidade está no dever de agir em favor do outro.
O desenvolvimento da moral foi objeto de estudo de muitos teóricos como: Piaget, Kohlberg, Gilligal, Eisenbeg e Damon.
Piaget
Há dois tipos de moralidade:
• Heteronômica – marcada pela coação e respeito unilateral.
• Autônoma – marcada pela cooperação, respeito mútuo e reciprocidade.
A moralidade passa por processo psicogenético evolutivo que vai da heteronomia para a autonomia. Porém, a criança passa pela anomia em eu prevalece o egocentrismo e o individualismo.
No processo psicogenético evolutivo da moral a criança pelas seguintes etapas:
1ª estágio motor-individual – não existência de regras, a criança tem consciência apenas da regularidades que norteiam a satisfação de suas necessidades biológicas e o seu relacionamento com o adulto.
2º estágio egocentrismo ( 2 aos 6 anos) – submissão passiva às regras, com predomínio do egocentrismo nas relações sociais.
3º estágio cooperação ( 7 anos) – ocorre a cooperação e o entendimento das regras.
4º estágio codificação das regras – interesse pelas regras em si mesmas e elaboração de novas regras, autonomia.
Em Piaget a autonomia moral depende do aparecimento de certas estruturas cognitivas.
Lawrence Kohlberg
Utilizou-se do paradigma cognitivo-evolutivo-construtivista de Piaget para investigar o desenvolvimento do juízo moral que se estrutura em estágios universais e regulares.
1. Nível pré-convencional – O bem se define em função da obediência literal às regras e ordens concretas, pressupondo pressão e castigo.
• Estágio 1 – heterônomo
• Estágio 2 – hedonista-instrumental de trocas.
2. Nível convencional – O bem se define em função da conformidade e manutenção das regras, papeis e expectativas da sociedade
• Estágio 3 – conformidade às expectativas e relações interpessoais.
• Estágio 4 – sistema social e da consciência.
3. Nível pós-convencional – o bem se define em função dos direitos humanos universais.
• Estágio 5 – contrato social, da utilidade e dos direitos do individuo.
• Estágio 6 – princípios éticos universais.
Pressupostos metaéticos da teoria:
• Universalismo moral.
• Prescritivismo como uso de juízos morais.
• Cognitivismo como elemento de raciocínio do juízo moral.
• Formalismo
• Construtivismo.
• A idéia de que o pressuposto metaético da justiça é primordial.
Carol Gilligal
• Descobriu que os homens priorizam o principio de justiça e as mulheres o cuidado com os envolvidos.
• Sexo biológico, a psicologia dos gêneros e as normas e valores culturais determinam os comportamentos femininos e masculinos.
• Ética do cuidado.
• Não questiona o desenvolvimento moral em estágios.
Eisenberg e Damon
• A moralidade pró-social.
• Corrente altruísta.
• Defendem um processo educacional em que se experiência a situação de solidariedade.