Última Parada 174

Essa semana estreou mais um grande filme brasileiro que já está cotado para o Oscar de melhor filme estrangeiro. Última Parada 174 é a história baseada em um caso real que aconteceu com Sandro do Nascimento, de 22 anos, na Zona Sul do Rio de Janeiro, em 2000.

O diretor, Bruno Barreto e o roteirista Bráulio Mantovani tentaram não se apegar muito na realidade, criando histórias a partir do que pesquisaram. O mais interessante nessa história (estória) é o fato do comentarista do site http://www.guiadasemana.com.br/ dizer que Bruno e Bráulio não se apegaram a realidade, talvez essa sua atitude demonstre algo mais intrínseco na cosmo visão de uma sociedade, onde a realidade é pesada pelo veredicto do juiz ou júri. E qual é o problema? Afinal de contas a decisão jurídica é a consumação de todo processo de fatos reais de um caso, objetivando assim na realidade! De fato, uma decisão jurídica é a consumação de UMA realidade, mas não de TODA realidade!

Vendo o filme somos remetidos a outra faceta da moeda onde as pesquisas feitas pelo roteirista e diretor nos apresenta uma biografia de desilusões, frustrações, violência e desespero humano onde a impressão que fica é que o “bandido” é a vítima. Descubro aqui uma tese: todo vitimador antes foi vitimado!

O evangelho pregado hoje a sociedade é demasiadamente similar a este relato descrito anteriormente, onde “Deus”, na figura de Juiz desempenha o mesmo modelo de julgamento que nossos juristas do século XXI. O que importa é o ato e não sua história de vida, o que valhe é o fato em si e não o que levou a cometê-lo. Sinceramente não vejo outro caminho para o poder judiciário que para manter uma “ordem” é obrigado a tomar decisões baseadas nos fatos, mas “Deus”? O Evangelho de “Cristo”? Este não! O “Deus” que eu construí e, portanto creio seria incapaz de julgar-me factualmente, pois minha história de vida revela quem sou, onde nasci da pistas de minha formação, meus pais caracterizam meus hábitos e posicionamentos, minha educação seja ela escolar ou “popular” desnuda minha maneira de pensar e isso é o ser humano, um amontoado de experiências e influencias que não 100% mas talvez 90% nos define e nos direciona para o inferno ou céu de nossa humanidade aqui na terra. Meu “Deus” não é 100% justiça, mas sim 100% amor, pois o amor para ser 100% não pode ser justo.

Fonte: www.guiadasemana.com.br/film.asp?/Ultima_Parada_174/CINEMA/CAMPINAS?&a=1&ID=11&cd_film=2214&cd_city=44