APORÁ – ELEIÇÕES 2008 – 50 anos, qual o presente? O que será do futuro?
Sou eleitor (ainda não de Aporá), mas, como assíduo visitante e, principalmente, voz e braço ativo na colaboração para um Aporá melhor, com atuação no campo cultural, me sinto extremamente confortável em expor, para os leitores do nosso blog, a MINHA opinião sobre o pleito eletivo deste ano. Este comentário não apresentará nomes, nem siglas, para que sejamos éticos.
Em recente e rápida conversa com uma prima minha, fervorosa militante da atual gestão, pude meditar sobre há quantas andas a nossa velha e boa terrinha.
Política em Aporá é sempre motivo para divisão, calorosas discussões e infantis contendas. Sejamos sinceros, não seria a melhoria das condições básicas de sobrevivência, desenvolvimento, educação, cultura e afins a nossa real e definitiva bandeira política? Olhando por esse prisma, e ouvindo a frase “o município é pobre”, me pergunto, é mais fácil operacionalizar, ou seja, manter a “coisa” funcionando, ou gerir de forma empreendedora uma cidade? Ora, como “turista”, sinto um nó na garganta quanto visito a minha Lagoa, por exemplo. Será que é possível transforma-la num marco turístico, point cultural, centro de lazer e referência para a micro região? Será que isso tem haver com a cidade ser pobrezinha? Ou será que é simplesmente ingerência pública? E a nossa cultura e esporte? Existe realmente um suporte público que possibilite o desenvolvimento de novos talentos, ou teremos que viver à sobra de um restaurador, ou de um jogador de futebol? A educação deve se limitar à abertura dos portões? E as mentes, não devem ser abertas? São muitas as perguntas e sabemos (principalmente os que experimentam esse amargo gosto cotidianamente) que em nosso mais intimo ser, temos todas as respostas.
Sentar-se à mesa apenas repartindo o bolo “verbal” não é uma tarefa nova. O contrário, Aporá passa por 50 anos de estagnação e, em alguns casos, retrocesso em seus mais diversos indicadores. Seus gestores, ao longo desses anos, permanecem ainda com velhos hábitos.
O gestor público não pode – nem deve – se limitar a administrar os recursos que, por força de lei, são destinados ao município. É necessário empreender, criar novas oportunidades de renda para a população e novas fontes de recurso para a cidade. Mais ainda, é preciso desenvolver novas possibilidades de crescimento, dar ao povo o conhecimento e a ferramenta para que este descubra suas potencialidades e saia da sombra desse guarda-chuva vicioso das nomeações convenientes e jogos políticos.
Se não observamos transformações consistentes e nos é dito que não se tem dinheiro para fazê-lo, algo está muito errado. É preciso mudar! E como sempre repito, se após a mudança a casa torna-se a mesma, muda-se novamente – afinal o mundo é cíclico. Seja A, B, C, ou direita, ou esquerda, ou centro, ou de lado, não importa, a renovação nos traz esperança. Temos que acertar, pois mais valerá a mobilização consciente que a atitude estanque tão adorada por uma meia dúzia de políticos que fazem sua gestão à moda antiga.
A mudança ou continuidade, aporaenses, exige muito mais que ser amigo de tal, parente de fulano, comadre de cicrano. Para que escolhamos os nossos representantes, carece que conheçamos a fundo não apenas a vida pública dos que se propõe a administrar uma cidade, mas que saibamos, assim como numa relação íntima, quais são os seus verdadeiros sentimentos. Sim, amigos, sentimentos! A paixão e o amor podem fazer a diferença. Duvidam?
Quem tem paixão move os obstáculos, quem ama cuida, preserva, faz desenvolver. Quem não é preparado, se prepara. Que não sabe como fazer, procura aprender, quem encontra poucos recursos, multiplica-os. Quem enxerga a situação, não apenas enxerga, mas age de alguma forma.
50 anos, hein Aporá! Podemos te dar os parabéns? Claro que sim, estamos aprendendo ainda. Tu és uma jovem senhora, entrando na melhor idade. Podemos te dar os parabéns por nunca ter desistido, por acreditar que sempre poderemos mudar, que podemos crescer juntos, trazendo, quem sabe, seus filhos de volta ao seu seio materno. Sonho? Sonharemos então juntos, Aporá querido, pois o poeta** nos ensina que este sonho, sonhado em conjunto não é apenas um sonho e sim uma realidade.
Minhas correntes aporaenses, em outubro teremos a oportunidade de escolhermos o que seremos nos próximos quatro anos. Observem, com os olhos do coração e a razão do conhecimento, “leiam” como anda a educação, “joguem” como está o esporte, “assistam” como está a cultura, “curtam” uma tarde de lazer, “namorem” sob a luz da lua e a brisa suave da Lagoa e, por fim, ame a nossa gente, não aquelas que pisam em nosso chão com seus belos pares de pneus última geração, mas aqueles que estão nos mais recantados vilarejos aporaenses esperando que este tal progresso chegue e os façam verdadeiros cidadãos.
Salve!