NA OMISSÃO DOS BONS, A PROLIFERAÇÃO DOS MAUS

“O amor é o sentimento que se sente, quando sente que vai sentir um sentimento que nunca se sentiu”. Entre tantas definições ouvidas para o amor, recentemente escutei essa que achei bem interessante, profunda e verdadeira. Só mesmo quem ama pode sentir quão diferente e sublime é esse sentimento, capaz de mobilizar o homem para o encontro com a paz. Não me refiro ao restrito amor romanceado, mas sim, ao amor mais amplo, ao amor a que Cristo se referiu, quando pediu para que amássemos uns aos outros, assim como Ele nos amou.

Apesar de belicoso e inatamente beligerante, todo homem procura sua paz. Nossa consciência acende sempre a luz vermelha quando nos voltamos no sentido dos conflitos, avisando-nos de que estamos na contramão dos ensinamentos do Mestre Jesus: “Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus”. Dom Helder, Chico Xavier, Dalai Lama, Mahatma Gandhi, Madre Tereza de Caucutá, Shatya Sai Baba, Irmã Dorothy, Chico Mendes, Albert Einstein, Demond Tuto e tantos outros tiveram olhos para ver e ouvidos para escutar. A seu modo, cada um deu sua contribuição para a paz, alguns até a própria vida.

Desde o primitivismo, fazemos guerras, mudamos apenas as armas. Somos a única espécie que não confia no semelhante. Até os dias atuais, ainda não gozamos sequer um minuto de paz sobre a terra, ao contrário, no século passado por exemplo, tivemos o cenário mais sangrento da nossa história e ainda existem, nesse momento, sessenta e oito focos de guerras ativos sobre o orbe, segundo a UNESCO. Os gastos para segurar esse “inferno” dariam para erradicar a fome e a miséria do mundo em pelo menos dez vezes.

Fomos à lua, iremos à marte, robôs agora substituem domésticas, até mapeamos o cérebro, enfim, avançamos em muitos campos da ciência, mas ainda não somos capazes de tirar da miséria, dois milhões e seiscentos mil pessoas que estão abaixo da linha de pobreza, de evitar que quinze milhões de pessoas morram de fome todos os anos, tampouco não nos preocupamos com os seis bilhões de toneladas de dióxido de carbono nem com outros gases que jogamos na atmosfera e menos ainda com os rios e lagos que secamos e com florestas que destruímos. Estamos violentando até a natureza.

É preciso dar um basta a tanta insanidade. Deixamos as cavernas já faz muito tempo. Cada um de nós precisa fazer a sua parte, 10% do que fizeram os irmãos aqui citados já seria muito! Ninguém veio a este mundo para lazer, se assim fosse, Deus teria construído um imenso parque de diversão! Temos missões e o mundo só vai alcançar a paz tão cobiçada quando todos exercerem suas responsabilidades nesta grande obra chamada humanidade. Mas não esperemos por aqueles que preferem ficar sentados, inertes ou no refluxo. Iniciemos, pratiquemos o amor, o bem sempre há de vencer o mal e o exemplo que ofertamos é o melhor e mais eficaz recurso didático em todas as nuances da vida, para assim termos na caminhada, cada vez mais seguidores e parceiros.

Jairo Lima

Jairo Lima
Enviado por Jairo Lima em 18/11/2008
Código do texto: T1290810
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.