Gente Humilde... Que vontade de chorar...[AlexMarq]

* "Procurando por Chico Buarque, parei nesse texto do Alex Marq. Alguns trechos do texto me fizeram lembrar do desprazer de ter conhecido muita gente, e outros do prazer em manter um vínculo estreito e afetivo com tantos mais! Bem mais!"

(*citação do blog http://dehynha.multiply.com, aonde recuperei este texto em que pensei ter perdido)

Gente Humilde... Que vontade de chorar...

Existem pessoas que me cansam... Que atendo com um largo sorriso, mas no fundo, apenas tolero seus assuntos por educação. E nem é por divergência de idéias, pelo contrário; é por pura falta de conteúdo.

Se o que tiver a dizer for desagradável, diga o mínimo necessário; mas creio que existam pessoas que tenham prazer no desagradável. Outras que passam anos, e boa parte de suas vidas, presos às mesmas idéias e os mesmos preconceitos.

Daquelas que encontramos após muito tempo e temos a lamentável impressão que não mudou nada; pior, não evoluiu... Pessoas que convivi por mais de vinte anos. Vinte anos de mesmos assuntos, mesmas brincadeiras, mesmas idéias preconceituosas, mesmos vícios... Que merda!

Quem tem o que dizer pode nos falar por horas e teremos a impressão de que foram poucos minutos. Outras nos fazem contar as horas para que nossa tortura termine o quanto antes.

Quem tem uma vida ativa, com atividades e idéias ativas: fala de suas idéias, seus atos, suas experiências... Quem tem vida vazia, fala da vida dos outros por falta do que dizer. Ou, fala qualquer merda para dar risada, mesmo que nosso ânimo não esteja para isso...

E existe, o pior de tudo, talvez os piores vermes desse mundo. Aqueles que falam, falam muito, e só falam: e NADA fazem... Curiosamente, esses costumam ser os críticos e "entendidos do assunto". Teóricos impotentes que nunca realizaram e se acham do "dever" de julgar o que os outros fazem. Pobres!!! No pior sentido do termo... Ignorantes que usam sua vil sabedoria para cuidar dos outros e não possuem a mínima competência de gerir a própria vida.

O que mais temos no mundo são pessoas assim. É fácil ver o rabo dos outros, é simples ver as situações de fora, é cômodo palpitarmos quando a responsabilidade não recai sob nossas costas. É fácil cuidar da vida alheia, do mesmo jeito que é difícil cuidar da própria vida.

A pior coisa que podemos ter na vida é controle. A pior coisa que podem nos fazer é nos controlar... Nos sentimos sufocados quando controlados e não entendemos o quanto sufocamos os que estão à nossa volta. A responsabilidade sobre seus problemas é somente sua.

Se você não cuidar de você mesmo, ninguém cuidará. Se não amar a si mesmo, nunca terá capacidade de amar ninguém. Se não têm capacidade de criar um ambiente alegre à sua volta, não terás alegria alguma na vida. Pensa que ganhará algo lesando os outros, terá que sentir o quanto é ruim ser lesado.

Só entendemos o que nossa consciência tem capacidade de assimilar. Só aprendemos o que temos vontade de aprender. Só realizamos o que acreditamos ser possível. E só teremos capacidade, se exercitarmos até adquirir habilidade. Se você não acredita em si mesmo, ninguém irá acreditar.

O mundo começa e termina em si mesmo. O que acontece à sua volta é somente o reflexo das suas atitudes e pensamentos. O mundo consiste nos lugares onde freqüenta e nas pessoas com quem convive, tudo o resto lhe é indiferente. Não é o mundo que tem que mudar, mas é o seu íntimo que tem de evoluir para criar um ambiente agradável à sua volta.

Os que temem a solidão não suportam a própria companhia. Se nem você se suporta, como deseja ter alguém como companhia? Se você tanto exige das pessoas à sua volta, porque não faz mais e fala menos? O nossos exemplo vêm de nossos atos e não de nossas palavras. Só tem autoridade para falar, quem já fez e tem ciência do que diz.

A sua realidade é você quem cria. Mentes ativas têm vidas ativas; mentes pequenas têm vidas pequenas. A decisão vai de cada um. Querer é poder, quando acompanhado de atitude.

(Alex Marq, 23 de novembro de 2004)

Texto inspirado em música homônima de Chico Buarque.

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