Informática Pesadelo ou Solução.

INFORMÁTICA: SOLUÇÃO OU PESADELO

Se falar em ensino e orientação, que, enquanto funções, remontam aos primórdios da humanidade, é uma tarefa difícil, imagine-se falar sobre informática, uma das conquistas mais recentes dos homens. A complexidade emerge em função da velocidade com a qual tudo se transforma nesse campo. Talvez a música Fora da Ordem, de Caetano Veloso, retrate com mais precisão o fenômeno que envolve a informática: "Aqui tudo parece que é ainda construção e já é ruína," fazendo lembrar também o Manifesto: "Tudo o que é sólido desmancha no ar." Sua chegada e invasão em todos os campos parece-se com uma onda de características inexoráveis. Parece que não há como se opor Frente a ela, é como se a humanidade se defrontasse com a esfinge e seu enigma-ameaça: "decifra-me ou te devorarei".

Ao defrontar-se com esta nova onda, as novas gerações, sem o saber, parecem ter descoberto aquilo que F. Bacon já afirmava no séc. XVII, no Aforismo III, a respeito do saber que é poder: "Pois a natureza não se vence se não quando se lhe obedece." A denominada geração videogame ou os tecnomaníacos ou também chamados de infomaníacos, a exemplo dos especialistas e criadores-programadores, já decifrou a lógica da informática e é capaz de colocá-la a seu serviço. E, neste aspecto, para os adultos da geração pré-cibernética, parece haver dúvidas sobre o que é mais difícil: apreender a lógica do computador ou suportar as "gozações" e a impaciência dos adolescentes que não conseguem entender como é que somos tão lentos ou incapazes de lidar com a parafernália microeletrônica que adentra nossos lares.

Os adultos percebem a irreversibilidade desse processo. Alguns simplesmente reafirmam suas juras de fidelidade eterna à sua maquininha de escrever ou a velha cardeneta de anotações. Outros, com esforços sobre-humanos, procuram se converter à nova religião-tecnologia, embalados pelo som de Roberto e Erasmo Carlos: "Eu não posso mais ficar aqui a esperar..." (vejo Windows XP, micros seprom, Pentiuns IV, Excels, etc.) “... a passar por mim." Alguns conseguem permanecer atualizados, mas a que preço! Há outros que se consolam em terem gerado filhos que são capazes de, em tempo Recorde, captar a lógica do novo soft e fazer parte, integralmente, da nova geração. Há, por fim, um grupo cujos componentes se transformaram em vítimas da mais nova fonte de renda dos psicólogos cibernéticos: a tecnofobia, a mais recente e contagiosa doença da modernidade.

A Primeira e Segunda Revolução Industrial proporcionaram a ampliação da capacidade muscular dos homens. A Terceira, com base na Microeletrônica, criou as condições para a ampliação da capacidade intelectual. Hoje, cada vez mais, está se procurando transferir capacidades humanas para a máquina, a qual está se distanciando dos autômatos e das máquinas do início da modernidade. O trabalho dos cientistas, que até a pouco era buscar conseguir que as máquinas respondessem a comandos mecânicos, agora cada vez mais consiste em capacitá-las a interagir com os homens, respondendo a comandos e estímulos até da sua voz. Mas... Sempre há um, mas! Por mais que se avance, longe está o tempo em que será possível antropomorfizar a máquina, isto é, dotá-la de sentimentos e reações imanentes à condição humana. Alguém continua tendo que fazer a programação; alguém continua determinando... Como muito bem afirma Lévy: "Nada está decidido a priori." E, quanto ao processo ensino-aprendizagem, diz Adele S. Simmons, em entrevista à Revista Veja, "Ainda não se inventou fórmula melhor de ensinar alguém a escrever do que ter um ser humano para fazê-lo."

Isto é, por mais limitado que seja um ser humano, por menores que sejam seus recursos, ele continua indispensável.

Do caos à inteligência artificial, sobre as possibilidades e limites da inteligência artificial a visão triunfalista de alguns chega ao ponto de prever que, em breve, as máquinas igualarão e, com certeza superarão os homens, de tal forma que "teremos sorte se elas resolverem nos conservar como animais domésticos", (rsrsrs) mas não há motivos para tanto ufanismo e todos os fantásticos progressos previstos, bem como os perigos sugeridos pela ficção ou pelos propagadores da revolução informática, não passam de "um mito criado pela mídia e por certos especialistas em informática". de minha parte prefiro ficar em alerta no aguardo de soluções.

O Arauto

O arauto
Enviado por O arauto em 09/11/2008
Código do texto: T1273529
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